EPIDEMIA DE SONOREXIA NO CARNAVAL



Portal R7 - Rio de Janeiro.

Centenas de blocos de rua levam milhares de foliões às ruas do Rio durante os quatro dias de Carnaval.

“O rei mandou cair dentro da folia. E lá vou eu, lá vou eu”. Quem segue a risca os versos do samba-enredo “Festa Profana” da União da Ilha, de 1989, pode sofrer de uma doença, contagiosa no Carnaval: a sonorexia . O Rio de Janeiro sofre da “epidemia da doença” já que a cidade é tomada por aqueles que se privam do sono para aproveitar os quatro dias de festa. A Associação Brasileira do Sono alerta sobre as consequências da prática.

O termo foi usado pelo especialista em sono Dr. Fausto Ito como uma analogia com o termo anorexia - distúrbio em que a pessoa não se alimenta ou come muito pouco.

- Observei que as pessoas exibem um comportamento nos feriados, principalmente no Carnaval, em que evitam dormir ou dormem pouco para aproveitar o máximo. Quando muda o comportamento, há alterações no organismo.

Isso ocorre porque, além dos desfiles na Marquês de Sapucaí, no domingo (14) e segunda-feira (15) de Carnaval, há centenas de blocos espalhados por toda capital carioca, o que possibilita aos mais animados cair no samba 24 horas.

No entanto, diz o especialista, dormir poucas horas durante o dia não recupera as energias do corpo como deveria.

- Quando se priva do sono à noite, não se suporta o dia seguinte. Tem prejuízo motor e psíquico como falta de atenção, de raciocínio e os reflexos diminuem. Isso gera transtornos, principalmente para quem vai dirigir. 17 horas sem dormir deixa a pessoa como se tivesse tomado três doses de uísque.

Além de não dormir, lembra Ito, quem brinca o Carnaval neste ritmo bebe muito, come mal e não se hidrata.

Na semana seguinte, quem faz isso vai pagar o preço.

O sambista e jornalista Daniel Pereira sentiu os efeitos da falta de descanso antes mesmo de acabar o Carnaval passado. No segundo dia ele ficou doente e desfalcou os mais de 20 blocos em que canta. Ele também é compositor de vários blocos, entre eles o Simpatia é Quase Amor. A rotina de bloco em bloco começa, segundo ele, uns 15 dias antes do Carnaval.

- Saí de um bloco para outro e depois para o desfile. Tudo tomando cerveja. Então no ano passado passei mal, acabou a voz. Só fiquei bom no domingo [da semana seguinte].

Pereira diz que neste ano está fazendo um roteiro menos intenso, que vai excluir a programação noturna.

Vou em três blocos por dia no máximo. A idéia é dormir à noite. Sapucaí, só na TV.

* Assista aos vídeos do Dr. Fausto ITO sobre sono no YouTube.
Autor: Fausto Ito


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