Holismo e evolução da Contabilidade



A palavra “holismo” tem sua origem na expressão grega “holos”, a qual significa “todo” ou “por inteiro”. O pensamento holístico está relacionado, então, à visão de que, em um sistema, o “todo” agrega muito mais valor do que a simples somatória de suas partes. Nos últimos anos, diversas áreas do conhecimento humano têm voltado a sua atenção para a abordagem holística no estudo de seus objetos e a Contabilidade, como ciência moderna, também caminha nessa direção.
Seguindo a mesma linha evolutiva das demais ciências sociais, a Contabilidade teve origem, ainda na pré-história, no conhecimento empírico, o qual era construído a partir da pura observação dos fatos, sem a preocupação de uma maior análise da relação causa-efeito. Mesmo sem o uso da razão ou do método científico, o homem primitivo já percebia a necessidade de controlar o seu patrimônio.
Com o passar dos séculos, o surgimento das primeiras cidades, o desenvolvimento do comércio e o avanço da sociedade de modo geral fizeram com que esse patrimônio, ora formado por simples rebanhos, se tornasse muito mais complexo, abrangendo uma variedade de bens (tangíveis e intangíveis), direitos e obrigações. A contabilidade então, adquiriu uma importância muito maior, assumindo o seu papel como fornecedora de informações acerca dessa riqueza patrimonial.
É inegável o amadurecimento intelectual pelo qual o conhecimento contábil passou da pré-história até o seu desenvolvimento como ciência, a partir do século XVIII. No entanto, alcançar o status científico foi apenas um pequeno passo na história da contabilidade.
A sociedade continuou evoluindo, a economia tornou-se muito mais dinâmica, o desenvolvimento da tecnologia da informação possibilitou uma aceleração muito maior da globalização, estreitando mercados e aumentando a concorrência. Essas e outras mudanças no mundo atual transformaram a relação do patrimônio com o meio no qual está inserido em um ponto vital para a prosperidade das entidades.
Para atender às exigências desse mundo contemporâneo, o contabilista moderno precisa estudar o fenômeno patrimonial não apenas sobre o seu aspecto interno, mas também através da ótica de suas relações com o ambiente no qual está inserido. As entidades não mais podem ser analisadas como um elemento isolado, criando, então, a necessidade de uma evolução no pensamento contábil, abordando concepções mais abertas no estudo do patrimônio das entidades.
Quebrar velhos paradigmas e mudar a forma de pensar em Contabilidade não é uma tarefa fácil, muito pelo contrário, é uma empreitada árdua e que exige uma postura muito mais ativa de nossa classe. No entanto, a adoção de uma linha de raciocínio holística é o caminho lógico para a observação de todas as circunstâncias que envolvem o fenômeno patrimonial e, conseqüentemente, a prestação de serviços mais abrangentes, fornecendo informações muito mais relevantes aos usuários dos serviços contábeis.
Autor: André Charone Tavares Lopes


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