Golpistas



“Araras” são empresas que aplicam golpes contra fornecedores. O fundamento do golpe é simples, e o principal objetivo é adquirir mercadorias a prazo e de posse delas frustrar o pagamento, seja fugindo, literalmente, com a mercadoria ou utilizando meios mais elaborados. Para obter êxito, o golpista se utiliza de uma empresa com um bom histórico no mercado ou inicia um novo empreendimento fazendo compras à vista e pagamentos pontuais para ganhar credibilidade. Além de deixar o fornecedor no prejuízo, os produtos adquiridos pelos golpistas irão parar no mercado a preços baixos, exercendo concorrência predatória, prejudicando os empresários honestos.

É preciso dispensar uma especial atenção à ação de golpistas, utilizando no dia-a-dia políticas internas de prevenção. Esta importante tarefa requer muito empenho do analista de crédito. A maioria das empresas golpistas não apresenta restrição de crédito, protestos ou cheques devolvidos. Portanto para identificá-las é necessário ater-se a pequenos detalhes e estar preparado para perceber estes sinais, que podem passar desapercebidos.

Alguns procedimentos são básicos:

- Verifique a vida e o comportamento dos sócios. Se existem gastos excessivos com supérfluos (carros importados, luxo nos escritórios);
- Desconfie se houve recente alteração de contrato social (mudança de razão, troca de sócios ou ampliação do objeto social, como por exemplo, uma modificação de comércio de calçados para outra mais abrangente como representação comercial);
- Suspeite do aumento contínuo do volume de compras e limite de crédito. Não acredite que uma empresa, que trabalhe dentro da lei, possa crescer rapidamente, a ponto de dobrar ou triplicar seu faturamento em poucos meses;
- Não vender ao cliente sem informações cadastrais suficientes. Mesmo com a justificativa de que seu concorrente também está vendendo. Acreditar que seu concorrente já procedeu todas as verificações necessárias, não é aconselhável;
- Se você se tornar vítima de um golpista ou identificar indícios, informe imediatamente aos serviços de proteção ao crédito ou associações das quais você fizer parte.

Somente a ação do analista, mesmo que, efetuando análises criteriosas, não é o suficiente. O ideal é unir todas as forças disponíveis, mesmo que isso represente um aumento de custos. Uma vez que, a economia não se justifica quando se trata da prevenção da ação desses marginais. Existem muitos serviços de informação e proteção ao crédito, também há associações de empresas com a finalidade de trocar informações comerciais. Estes grupos possuem a grande vantagem de unificar um imenso volume de informações, o que possibilita o cruzamento de diversos dados, e ao primeiro sinal da ação de golpistas podem disparar o alerta. Portanto a utilização destes serviços é uma eficiente maneira de reduzir o risco de fraudes.

Todos devem discutir abertamente este assunto. Sejam profissionais de vendas, crédito, contabilidade enfim, todos envolvidos no processo de venda. O importante é que todos tenham a noção da importância de identificar e evitar os golpistas. Participar de cursos, palestras e adquirir livros que abordem técnicas de como se prevenir da ação de golpistas também é indispensável. Já que em caso de golpes, ninguém quer aprender na prática. Por fim, esteja atento, porque cedo ou tarde você irá receber um pedido de compra de uma “Arara”.
Autor: Dr. Denis Siqueira


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