Você se encaixa neste perfil?



Atuando como consultora de comportamento organizacional e conversando frequentemente com outros profissionais, a questão de qual deve ser o perfil do profissional de Recursos Humanos vem sempre à tona. Isso porque, todos sabem que, o perfil de um cargo é determinado pelas expectativas de desempenho sobre esse cargo, pela cultura organizacional e pelas características do ambiente organizacional e do momento da empresa.
Hoje, o desafio de desenvolver novas competências dever ser preocupação de qualquer profissional que queira se adaptar as exigências do mercado.
Para os profissionais de RH esse desafio é duplo: autodesenvolver-se e, ao mesmo tempo, criar condições favoráveis para o desenvolvimento de outras pessoas. É um papel plural, mas, extremamente gratificante, já que a grande motivação do profissional de RH é trabalhar com gente.

E sabe o que isso significa? Significa...

Estar preparado para novas surpresas a cada dia, e haja coração! Afinal, gente é imprevisível, não pode ser programada . Sempre alguém escapa do que foi planejado e da rotina pré-estabelecida.
Gostar de um dedo de prosa, pois é conversando que as pessoas se entendem e soluções fantásticas são encontradas. Disponibilidade para o diálogo é essencial!
Encarar a diversidade como a grande riqueza do ambiente de trabalho. É das diferenças que nascem as relações, parcerias e o sentimento de complementariedade.
Trabalhar vinculando os dualismos “mente e corpo” “razão e emoção”, “trabalho e sentimento”, “ser e fazer”. Para RH as pessoas devem ser tratadas dentro de uma concepção holística, afinal desejos e sonhos, medo e angústias, alegrias e frustrações fazem parte do universo humano, em qualquer lugar ou a qualquer hora.
Acreditar na constante autocapacidade de desenvolvimento e aperfeiçoamento pessoal e profissional. As competências são infinitas e imprevisíveis. Uma ambiente favorável ajuda a liberar essas competências.
Desenvolver a criatividade e a capacidade de renovação sua e dos outros. Estimular novas formas de pensar, perceber, agir e sentir em resposta às mudanças externas.
Focar a aprendizagem contínua como o grande diferencial de resultado do trabalho em equipe e das empresas que querem se adaptar às mudanças que estão ocorrendo.
Perceber que as pessoas têm inúmeras necessidades e que nem todas poderão ser atendidas no ambiente de trabalho. Levá-las a refletir sobre os variados e importantes papéis que devemos desempenhar com sucesso para conseguir a felicidade.
Ter estado de espírito para encarar o conflito como fonte de energia pessoal e profissional. As contradições fazem parte da vida e das pessoas e por isso devem ser encaradas.
Compartilhar do medo e da angústia presentes nas relações entre empresa e indivíduo. Aprender ser acolhedor, porém, não permitindo que estes sentimentos paralisem sua ação profissional.
Construir sua identidade profissional sobre a habilidade relacional, questionando a todo momento o que posso fazer pelo outro. Fazendo de cada um dos gerentes ou chefia um agente interno de Recursos humanos, ensinando-o tudo, inclusive aquilo que você custou para aprender e sozinho.
Fazer da alegria uma fonte de energia para o trabalho e do sorriso a chave para abrir determinadas portas. Bom humor e leveza no trato com as pessoas ajudam a tornar o clima organizacional melhor.
Usar de seu comportamento como um modelo a ser seguido, principalmente, no que se refere às questões éticas e ao tratamento das pessoas de outros níveis hierárquicos. As pessoas aprendem muito por imitação, principalmente quando são tocadas pela atitude do outro.
Aceitar que nem todo esforço será reconhecido, pois não dá para agradar a todos, sempre. As vezes uma tomada de decisão não é compreendida no momento atual . E muitas vezes, os objetivos internos entre pessoas e setores são contraditórios.
Construir uma autoconfiança que lhe permita receber críticas sem tomá-las como ofensa pessoal.
Fazer muitas perguntas, e nem sempre encontrar respostas para elas. Questionar o óbvio, questionar alguns procedimentos e instrumentos utilizados pela própria área, questionar os valores e a filosofia que norteiam as relações interpessoais na empresa, questionar algumas pressões do sistema capitalista, mostrando suas contradições e conseqüências para a qualidade ou não de vida das pessoas.
Criar e inovar sempre seu papel profissional, procurando surpreender o outro seja ele um cliente interno ou externo da empresa.
Saber que luta e trabalho podem não significar sucesso imediato e que muitas vezes, na primeira dificuldade, atitudes precipitadas podem destruir tudo o que você vinha construindo inclusive seu cargo ou seus sonhos.
Ter humildade para estar sempre aprendendo, desaprendendo e reaprendendo.


Ao encarar essa lista de habilidades, muitos profissionais podem ter se assustado com o tamanho do desafio. Mas, calma, a maioria dessas competências pode estar tão internalizada no seu modo de ser e sentir, que mesmo que você não se dê conta, já age e atua neste sentido.
Se você se encaixou nesse perfil, parabéns! Afinal, você deve estar contribuindo e muito, para o ajuste constante e necessário das relações indivíduo, empresa e mercado.
Se você acha que não, reveja seus propósitos e a maneira como tem atuado para alcançar suas metas.

Quem escolheu ser profissional de Recursos Humanos, qualquer que seja outras denominações lhe atribuída, e portanto, quem escolheu fazer das pessoas o seu ideal pessoal e profissional, não pode se dispor a fazer isso pela metade. Temos um papel social a cumprir. Um grande número de jovens e experientes profissionais, de pequenas e grandes organizações está se sentindo perdido e ameaçado frente às inúmeras mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho, e esperam que possamos efetivamente ajudá-los, desenvolvendo a capacidade de gerir pessoas.
Você está disposto a dar sua contribuição?

Texto elaborado por Maria Helena de Oliveira Guimarães
Autor: Maria Helena de Oliveira Guimaraes


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