o quadro politico-social
A sociedade moderna está situada em um ambiente cheio de informações e tecnologias, mergulhada em um recipiente de novidades e acontecimentos. Portanto, não assimila, de maneira definitiva, os conhecimentos e descobertas gerados nesse ambiente. Acostumado às facilidades proporcionadas pelas novidades tecnológicas, o ser social não procura mais entender os fundamentos, os quais deram início às descobertas, apenas as usa, tornando seu entendimento limitado somente ao uso e, não desenvolvendo um conhecimento avançado sobre as coisas que o cerca, ficando totalmente dependente do conhecimento gerado por outro. A maioria das pessoas não tem noção, e nem se importam, do simples processo de funcionamento de um espremedor de suco. O homem não quer mais trabalhar ou pensar, quer que façam isso por ele:_Para que malhar se existe aparelho que faz isso por mim no aconchego de minha casa? Para que cozinhar se posso comer um “Fast Food”? Com esses e outros argumentos, reforçados pela mídia em horário comercial, a sociedade vai sendo dominada pela minoria que ”pensa” ou por “donos de pensadores” (pessoas de alto poder aquisitivo que financiam o desenvolvimento tecnológico ou que financeiramente dominam o desenvolvimento econômico e político; capitalistas).
Outro ponto a ser discutido é o Estado Brasileiro. Todos nós nos consideramos livres e cidadãos detentores de direitos imprescindíveis proporcionados por um Estado Democrático. Por meio do voto, individual e secreto, sentimos segurança para decidir o que há de melhor no quadro político nacional. Só que, a maneira pela qual é iniciado o processo político, é similar ao processo capitalista. O alicerce da democracia deveria ser constituído de uma base competente e acima de tudo democrática, na qual o povo decidiria sem precisar distinguir campanhas direcionadas ao desenvolvimento público de campanhas milionárias ou com alto comprometimento financeiro, as quais são voltadas apenas às vantagens do poder para satisfazer os interesses particulares de quem o possui, ou seja, ao iniciar o processo eleitoral são selecionados os candidatos e, os mesmos disputam o voto da população durante a campanha, gerando assim, um problema (embora democrático) no sistema, pois os candidatos precisam investir alto nas eleições para obterem resultados satisfatórios e, isso leva á parcerias, fazendo assim, que o candidato tenha um vínculo com seus parceiros e, consequentemente, ao tomar posse do poder, deve satisfazer os interesses particulares dos mesmos para suprir o investimento obtido na campanha. Esse é um processo estratégico e o meio pelo qual, aproveitando a laicidade popular, o povo é dominado e enganado pela minoria que “pensa” ou por “donos de pensadores” que têm condições de investir no processo eleitoral. Então, nesse caso, podemos notar que a construção democrática tem um alicerce defasado e que não suporta a estrutura política imposta sobre ele, gerando assim, maus resultados não atingindo o bem comum do povo, mas o bem comum dos investidores, ou seja, o poder e as cifras. Com isso fica fácil notar a falha no nosso sistema político em relação à democracia, pois, esta se torna beneficiária de poucos, levando em conta que o povo pra ter conhecimento dos candidatos é necessário um longo processo de investimentos e manipulações.
Então, concluímos que o ser social moderno, acomodado, sem ação, é um dos principais responsáveis por esse processo camuflado de dominação, pois não se preocupa em ter conhecimento dos princípios ou fundamentos do produto ou do candidato, apenas o usa ou elege, ficando totalmente dependente do produto ou a mercê da vontade do candidato.
O baixo conhecimento educacional da população permite que sejamos manipulados e, nos mostra, em todas as dependências sociais, que o poder não está na mão do povo, mas nas mãos de quem o manipula.
Autor: Bruno Gonçalves Claudino
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