SITUAÇÃO ESCABROSA



SITUAÇÃO ESCABROSA

Podemos afirmar sem pestanejar que a situação do brasileiro, e em especial do cearense é por demais escabrosa. Depois de uma série de governos que coadunavam com empresários, partidos políticos e outros poderosos, a situação dos conterrâneos era visualizada como um gólgota de martírios e sofrimentos. O governo procura através de publicidades, de propagandas e subterfúgios iludir ou empalidecer a memória dos cearenses com promessas mirabolantes que só políticos sagazes sabem fazer. Infelizmente não atingimos um patamar de cultura formada pela altivez e conhecimento, bem como pela formação cultural ensinada nas escolas e academias da vida.

Na realidade são sabemos votar e isso é real, mas tão real que chegamos ao ponto em afirmar baseado no clichê popular: “de que não comemos carne de pavão e não nascemos com a estrela na testa”. As campanhas governamentais, as promessas como o governo das mudanças, um Ceará melhor para pobres e miseráveis não existe e os beneficiados com a nossa desgraça são os grandes empresários, uma parte de políticos e os corruptos de plantão. Estamos a expensa da boa vontade de alguém que queira nos ajudar, mas como os políticos são avessos à caridade e a fraternidade continuaremos a comer o pão que o “diabo amassou”.

O Ronda do Quarteirão mostrou que em termos de estratégia de policiamento os assessores do governo estavam sonhando. De que vale construir um castelo para colocar moradores em petição de miséria? O Ronda hoje é isso e mais alguma coisa. O aparelhamento policial deve ser feito acompanhado de uma série de benefícios para que haja produção e a população sinta-se protegida. Viatura de luxo, climatizada, informatizada desfilando pelas ruas da cidade com dois policiais indefesos, um na direção e outro ao telefone não surtirá efeitos e sim despesa com combustíveis.

Será que se faz policiamento com essa mentalidade? Com a audácia dos meliantes, dos assaltantes e dos criminosos em potencial esses dois policiais serão vitimas fáceis para os imantadores do mal. Um salário digno nem pensar. A complementação do efetivo defasado é outro problema sem solução. Segurança, Educação e Saúde a trindade social só terá objetividade com bons planejamentos, cursos direcionados, homens preparados intelectualmente e despreocupados com a família. Hoje a maioria dos policiais não possui esse privilégio, pois quando não pagam aluguel, moram com os familiares e até de favor como diria nossos avós.

A população sente-se deprimida com receio de sair de casa e já tem bairros em Fortaleza que marginais estão cobrando pedágio. O Secretário de Segurança é inseguro, não denota fortaleza em suas funções e comanda uma polícia onde seus integrantes estão insatisfeitos. Do jeito que a violência está impregnando a única solução é a Tolerância Zero. Os que fazem os Direitos Humanos tem que se conscientizar que policiais também são seres humanos que lutam pela segurança da sociedade, mesmo em desvantagem.

Se o grande general Assis Bezerra estivesse vivo o que diria da Segurança atual? Não queríamos estar perto para ouvi-lo. Nos países do primeiro mundo o policial tem regalias, visto que são cicerones de seus países e não podem se corromper.

A onda de violência aumenta como virose, o tráfico de droga incontrolável, assaltos são planejados nas barbas da polícia e o justo irá pagar pelo pecador. Hoje quando somos abordados por qualquer meliante somos considerados como vagabundos. O controle ao tráfico é apenas paliativo. Menores e até crianças já fazem uso desse veneno mortal. A miséria toma conta do Brasil varonil aliada a corrupção sem punição ficamos de mãos atadas sem nada poder fazer. Situação triste e dolorosa. Nossa cidade sofre as consequências do descaso e da incompetência política, aliados a indiferença da população. Prédios pichados, calçadas sem piso, avenidas sujas e mal conservadas, pedras soltas, praças em abandono, polos de lazer exterminados, ruas sem saneamento básico.

A Rua Franco Rocha no Pici há mais de 20 vinte anos convive com a lama, a sujeira e a fedentina. Quando chove a lama fétida que percorre as cochias é conhecida como a “garapa da Fumaça”. Pode Freud? Ficamos indignados com a demora na conclusão das obras tanto do governo como da prefeitura. Achamos até que a Copa do Mundo para o Brasil corre o risco de não acontecer. Surrupiaram nossos míseros salários e transformaram nos cadavéricos precatórios. Senhor governador, senhora prefeita do jeito que está a nossa cidade só ganhamos do inferno e se duvidarmos o inverno ganha de lambuja. O bom administrador não precisa das homéricas publicidades, pois o bom trabalho é visto a olho nu e os milhões gastos na televisão e no rádio poderia ser empregado em obras sociais. Estamos todos perdidos e a nau prestes a afundar e a população preocupada poderá naufragar junto e irmos todos parar no fundo do mundo. My God tenha pena de nós contribuintes não almejamos um triste fim.

Sinta ser alegre a vida, mas está difícil. Não sinta um peso ao levantar cedo, cuidar dos afazeres matinais, esperar o ônibus por horas e ainda sofrer como se fôssemos sanduiches. Ver as expressões tristes das pessoas, entrar para trabalhar sem ânimo, pois a fome nos consome. Rever o ambiente de ontem, atender as pessoas, terminar a jornada, retornar, dormir e recomeçar no dia seguinte sem previsões de melhora é triste e doloroso. Pensem nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE-AOUVIRCE E DA UNIÃO BRASILEIRA DE TROVADORES (UBT)
Autor: Antonio Paiva Rodrigues


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