Quem perde é o Brasil



A liberdade de expressão está garantida na nossa Constituição sendo considerada um dos Direitos fundamentais. Nessa esfera, a discussão sobre a obrigatoriedade do diploma de jornalismo para o exercício da profissão é antiga. Porém, o STF decidiu abolir tal regra com o argumento de que ela seria inconstitucional.

É verdade que ter um diploma de ensino superior em mãos não significa que se é um bom profissional. É verdade também que um jornalista precisa mais de experiência de vida do que de teorias. Mas, onde se encontra o valor devido à educação? Muitas pessoas nascem com o dom da escrita, entretanto se realmente amam sua profissão devem respeitá-la, e a melhor maneira de se fazer isso é se dedicar a ela. E vale lembrar que para a maioria não basta ser bom de forma natural, é preciso buscar e apreender novos conhecimentos.

A internet está aí para provar que qualquer pessoa pode escrever como quiser sobre o que quiser, principalmente com o uso de blogs e sites de relacionamento. Até pessoas que escrevem tudo errado se tornam populares com o uso desses veículos de expressão. Agora, para ser um formador de opinião a coisa é bem diferente.

“Por que jornalista não precisa de diploma e juiz precisa?” Essa e outras perguntas já veiculam pela internet. Já pensou se o STF decide também acabar com a obrigatoriedade ‘do exame da OAB para o exercício da advocacia; ou até mesmo da Faculdade de Direito para profissionais da área? E não é de se duvidar que ele já esteja pensando nessas hipóteses. Até imagino o positivismo que iria dominar na aplicação das leis por pessoas que não teriam nem mesmo o bacharelado em Direito.

Na verdade quem perde com isso, mais uma vez, é o próprio Brasil que mesmo tendo o índice de escolaridade lá embaixo, vê os seus representantes menosprezarem uma das mais importantes profissões. Sem falar, que dessa maneira a afirmação de que com o jeitinho brasileiro tudo se resolve, só aumenta.

Não que seria necessário uma faculdade de jornalismo, e sim pelo menos um estudo maior. Mas fazer o que se nem mesmo grandes autoridades compreendem a gravidade da questão e nem a relevância do ensino superior. Será que por estar escrevendo aqui já posso me considerar uma jornalista? Na minha concepção não.
Autor: Heloísa Helena Laurindo Pettenan


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