Hoje é Dia De 'fla X Flu'!



Não interessa se o "Lula-lelé" foi passear, mais uma vez, às nossas custas.

Não interessa se os "USA & abUSA" vão decidir quem vai ser o candidato a candidato à mandar no mundo entre uma mulher e um negro, aliás com um nome nada apropriado... Obama... Não lembra o... Deixa pra lá...

Não interessa Temporal... Furacão... Deslizamento... Aumento dos preços... Desvalorização do salário... Aluguel atrasado... Estar desempregado... Panela no fogo - barriga vazia...

Nada mais interessa nesse dia, porque...

Hoje é dia de "FLA x FLU"!

O dia já amanhece na rivalidade de si próprio, sombrio, taciturno. Ora o sol aparece, ora se esconde. Ora esquenta, ora esfria. Ora venta, ora calmaria. Ora... Bolas! Tá estranhando o quê? Não é carioca, não? Vai ver só pode ser paulista... Pra não ta "entendeeendo nada"... Hoje o dia é assim mesmo! Todo estranho! Todo particular! Todo extraordinário! É dia do esperto e do otário! Isso se não der o maldito do empate.

Como eu detesto empate num "FLA x FLU". É a segunda coisa pior no mundo. A primeira é perder pro Flamengo, é claro!

Empate num "FLA x FLU" é tão "FLUstrante"... É tão "FLAquinho"... É quase como quando o marido bate na porta na hora "H", e você tem que recolher seus "soldadinhos", catar suas roupas e se jogar pela janela.

O dia passa vagaroso, assim que nem ônibus de Linha. Mais lento que o bom baiano; Devagar, quase parando. Daqui a pouco chega a segunda-feira e a manhã de domingo não passa. Tô vendo a hora de dar meia-noite e não chega a bendita ou maldita, hora do jogo.

Como não tem jeito, a galera vai pro "sacrifício", fazer hora pro tempo passar, tomando "todas" e mais algumas, nos botequins da vida. As "patroas", malandramente sábias, conhecem muito bem a "importância" do dia de hoje que nem chegam perto pra não dar vacilo. Qualquer palavra mal colocada, qualquer cobrança na hora errada, qualquer cara amarrada e a situação vira "oriente médio". A casa cai mais rápido que no "11 de setembro". É terrorismo brabo, que nem o "Osama" se atreve a idealizar.

Enfim, rebelde e teimosamente, chega a hora da partida. Munidos de seus apetrechos de guerra; camisa, bandeira e radinho de pilha; os valentes torcedores se dirigem, corajosamente, à Arena do Maracanã – pena que também lá se encontrem os maus gladiadores – aqueles bucéfalos idiotas, covardes brigões, causadores de tumultos e confusões, responsáveis pelo afastamento das famílias no futebol dominical.

A guerrilha começa pela passagem nas catracas dos trens, ônibus ou metrô. É o combate do "corpo-a-corpo", do "empurra-empurra", do "seja-lá-o-que-Deus-quiser".

Essa etapa é crucial para o ganho do movimento seguinte, onde se terão de vencer, perigosos obstáculos como as minadas pistas alagadas por goteiras e infiltrações; dos gazes, quase-mortíferos, que exalam dos banheiros mal-cheirosos; dos truculentos túneis de acesso; verdadeiras trincheiras sem dono, "terra de mallboro", onde quanto mais rápido se passar melhor para a devida sobrevivência;

Passadas essas primeiras fases do real-game, agora é mister, ganhar terreno, se posicionando estrategicamente nas arquibancadas devidamente camuflados nas cores do seu time, espreitando a chegada do inimigo, do outro lado da "cerca" das "cabines de rádio e TV.

Começa a batalha das Torcidas. É uma emoção delirante! A algazarra ecoa por todo o Rio de Janeiro. Os pulmões estão prestes a explodir de tanta força que fazem para suplantar o grito de guerra do adversário. Quem será o esperto-vencedor? Quem será o otário-perdedor? Mistério...

Os "combatentes" adentram ao campo. Foguetes "pipocam" mais do que os teleguiados americanos na Guerra do Golfo. O mediador convida os comandantes para a primeira disputa, a do cara ou coroa, que normalmente não valeria nada mais do que a escolha do lado do campo, ou da saída de bola, mas que no caso em particular, toma proporções psicológicas como o poder de uma bomba atômica.

De repente o cidadão de preto, que parece ter colocado o luto propositalmente, apita o início da contenda e todos nós entramos numa espécie de êxtase alucinógeno, que tem um cessar fogo de quinze minutos, após os primeiros quarenta e cinco, de brava peleja, mas que infelizmente deixa suas marcas no pífio "oxo" do placar.

A segunda parte do combate se inicia mais aguerrido e voraz, com ataques mortíferos de ambos os lados, mais eis que desta vez, do lado tricolor existe um "mago da bola", o "ThiMago Neves", que no furor da luta resplandece em meio aos vilões rubro-negros e enfia três, dos quatro rojões, nas retaguardas do inimigo, consolidando a vitória triunfal, do "Bem" sobre o "Mal".

E assim aconteceu a devida justiça, nem sempre presente nos campos de futebol.

O que de tudo isso importa, é que é divino ganhar do Flamengo, mas de goleada é "orgásmico".


Autor: Carlos Lopes


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