Lan houses como meio direto de inclusão social.



Lan Houses como meio direto de Inclusão social

Começo esse artigo mostrando a importância das lan houses no âmbito de inclusão social, pois existem órgãos sérios que vêem as lan houses como meios de inclusão direta e fazem pesquisas sérias e verdadeiras.
Há cerca de dois anos, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) ligadas ao Ministério da Ciência e Tecnologia, começou a fazer o Mapa da Inclusão Digital no Brasil (MID). Na época, a informalidade e o fato de atuar, principalmente, em áreas e com público de menor poder aquisitivo, fazia as lan houses serem confundidas com ambientes de contravenção, em vez de “ Iniciativas empreendedoras de inclusão social”,
Mas essa percepção começa a mudar, parte por atuação da Abcid(Assossiação Brasileira de Centros de Inclusão digital), e por parte de alguns donos de lan houses conscientes e empenhados em desfazer a imagem de que seus estabelecimentos são lugares onde crianças vão matar aulas e jogar jogos violentos.
Pesquisas(MID) mostram que 49% dos brasileiros freqüentam lanhouses.A decisão de mudar esse conceito também está relacionada à necessidade de encontrar outras fontes de faturamento.
Grande parte das novas possibilidades de negócio está ligada ao que os empresários entendem por inclusão digital: acesso a serviços de governo eletrônico, parcerias com secretarias de Educação em projetos escolares, programas de ensino a distância. A informalidade traz muitos problemas para as lanhouses e seus usuários, mas o combate a ela não pode eliminar o que eu chamo de “espírito de inovação e empreendedorismo pois também geram emprego e renda. Se a legalização se tornar só uma maneira de pagar imposto, se as pessoas virem que perdem mais na legalidade do que na informalidade, não acontece a legalização, não só no ramo de lan houses, mas em todos os pequenos empreendimentos. Constato isso como observador e estudande.
As lanhouses ganharam maior e melhor visibilidade no ano passado, quando o Comitê Gestor da Internet divulgou os números da Pesquisa sobre o uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil — 2007, mostrando que 49% dos brasileiros frequentam centros de acesso pago. Para 35%, as lanhouses são o principal meio de navegar na rede, enquanto apenas 2% usam os telecentros. Lanhouses substituem o poder público e tornam-se o maior meio de inclusão digital no Brasil”, diz uma notícia publicada em dezembro de 2008 na página da Abcid na internet. “Lojas que há anos eram conhecidas como casas de jogos eletrônicos, onde os jogos em rede e online predominavam, hoje mudaram. E já são as maiores responsáveis pelo acesso à internet no país. Segundo os dados levantados pelo comitê gestor de internet no Brasil, o CGI.br, as lanhouses atendem principalmente as classes C, D e E, dando oportunidade aos menos favorecidos de estarem integrados no mundo digital a um baixo custo. Jogos violentos são cada vez menos vistos nessas casas, o acesso a redes de relacionamentos como Orkut, Msn, Face book, Sônico e outros comunicadores instantâneos como ferramentas de voz sobre IP como Skype têm se tornado constante.
Na minha opinião as lan houses estão sob o imenso guarda-chuva da inclusão digital, “MAS” não competem com os demais centros públicos de acesso. Pois a finalidade dos telecentros, amadurecida ao longo dos anos pelos profissionais do setor, é a “Alfabetização digital” que não é somente proporcionar acesso à rede, mas programar a formação para que os frequentadores usem a tecnologia para melhorar suas vidas e comunidades. Enquanto as lanhouses são empreendimentos comerciais (embora possam exercer um importante papel social), a sustentabilidade dos telecentros não é apenas uma questão de recursos financeiros, as lan houses são e dependem exclusivamente de recursos financeiros para sobreviverem.
É verdade que, sem projetos que transformem a possibilidade de articular-se em rede em uma real democratização do acesso e da produção de informação, os telecentros podem se parecer com lanhouses sem games, onde o usuário tem limite de tempo para navegar e os jovens de renda mais baixa, principal público das lanhouses, buscam acesso barato, com a finalidade de se entreter, e com mais liberdade de uso. Outra diferença importante entre telecentros e lanhouses é a gratuidade. É como se os telecentros fossem bibliotecas, que formam leitores, e as lanhouses, livrarias, onde os leitores já formados, e que têm recursos, vão buscar mais informação.
Ninguém mais nega que o alcance e a popularidade das lanhouses são reais, reconhecidos por governos, pela mídia, por empresas de software e por entidades como o Sebrae, Abcid, MID. A conseqüência disso é que começam a aparecer parcerias para criar novas atividades nesses pontos de acesso.
É de vital importância a percepção dos governos para que possa realizar parcerias com as lanhouses para poder reforçar o trabalho de legalização e melhorar a compreensão sobre as atividades dessas empresas, e reconhecendo como uma ferramenta muito útil e indispensável na ajuda da inclusão digital e social tão sonhada pelos governantes.
A ação do governo e das lanhouses não podem ter como única finalidade a geração de novas oportunidade de negócios para empreendedores, Eu enxergo três caminhos distintos em direção ao futuro. O primeiro é reacionário, vê as lanhouses como “antro da perdição”, em uma confusão histórica de rejeição do novo, que aos poucos estão deixando de existir. O segundo tenta legalizar as lanhouses para explorar o comércio da conexão, navegação, socialização e informatização. O terceiro, se realiza a inclusão digital e social, vê as lanhouses como Pontos de Cultura, espaços potenciais de formação de cidadania cultural e social do século 21.
O verdadeiro valor das lanhouses, não é serem intermediárias na venda de conexão à internet, até porque essa conexão será cada vez mais acessível e barata, “E esse valor deriva da vontade que as pessoas têm de entrar em grupos sociais, se reunir em torno do potencial transformador gerado pela internet como grande advento do século 21, do poder de transformar a realidade em ficção
Finalizando, deixo aberta a questão de terem as lanhouses e os telecentros comunitários parcerias ou independência de cada um, sabendo-se que, os dois são de vital importância na formação de pessoas, creio eu que poderiam trabalhar em prol de um só objetivo, o de tornar a sociedade melhor e mais justa.

Bibliografia
www.arede.inf.br
www.Abcid.com.br
http://www2.camara.gov.br/comissoes/temporarias53/especial/pl436104/
Autor: Mamede Rahal Neto


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