Deus exterminou povos pagãos?



Muitos cristãos se questionam sobre os fatos que envolveram o extermínio de povos inteiros, quando da chegada do povo de Deus à terra prometida. A análise tem de ser feita com muito cuidado para não se aplicar, aos fatos ocorridos há milênios, os padrões ou categorias de pensamentos atuais, com a consequente injustiça analítica, e injustiça contra Deus!

Ora, Deus, certamente não exterminou povos, pessoas, gente. O que houve, factualmente, foram guerras entre povos e consequentes morticínios, que até hoje acontecem, infelizmente: gente matando gente; irmãos se matando... Aconteceram, realmente, guerras envolvendo o denominado povo de Deus contra povos ditos pagãos. E muitos destes foram derrotados, talvez dizimados, no confronto quando da chegada do povo hebreu à hoje conhecida Terra Santa. O que se pode e deve reconhecer é que, se o povo de Deus venceu algumas guerras, também perdeu outras, tendo sido, em uma ocasião, inclusive, praticamente dizimado, com os restos do povo sendo deportados, expulsos de sua terra. Percebe-se, já aqui, que o povo de Deus, tanto antigamente, como hoje, só vence alguma "guerra" se estiver unido a seu Deus, se estiver em aliança autêntica, garantida pela confiança e pela fé em seu Deus. Quando essa confiança era quebrada, pela dureza do coração do povo, não só este perdia guerras, com muitas vidas perdidas, como também era conquistado e dominado, em vez de conquistar e dominar.

Deus é sempre justo e muito mais "humano" do que possa imaginar a vã filosofia dos homens. Partindo-se, portanto, deste pressuposto indiscutível, Deus não pode ter condenado à morte eterna (isto é, ao inferno, à danação) aqueles povos vencidos pelo povo de Deus nas guerras santas então travadas na sua entrada e na permanência na terra prometida. Embora Cristo não tivesse ainda nascido, o Plano de Deus já levava em conta a futura obra redentora de seu Filho e já a aplicava à salvação das almas pagãs. A justiça e a misericórdia de Deus são muito maiores que as humanas. Não seriam condenados eternamente, embora vencidos e exterminados em função da ação guerreira do povo de Deus, quando Este os apoiava. Isto porque Deus, na ausência da fé nesses povos, na ausência dos valores cristãos – ainda não existentes – , aplicava a todos os pagãos mortos os critérios da bondade do coração, da moral natural e da consciência de cada um, de acordo com a vida vivida. Se existiram pessoas já consideradas santas, como os grandes heróis e heroínas bíblicos do povo de Deus, num tempo em que a Graça cristã ainda não estava, supostamente, valendo, pode-se perguntar se não teria sido possível a existência, também no meio do povo pagão, de pessoas nobres, de coração bondoso e candidatas à santidade cristã. E os critérios divinos no julgamento da vida de cada pagão morto estão, efetivamente e totalmente, fora da análise humana, não podendo ser Ele julgado por qualquer pessoa quanto à Sua capacidade de avaliar e julgar da maneira mais justa e correta a vida de suas criaturas.

Deus, portanto, não "exterminou" povos pagãos e os condenou ao inferno, pois Deus é um Deus de Amor, tanto hoje, quanto no passado e para todo o sempre. O que nos choca, hoje, não poderia ser de outro modo naquela época, pois a mentalidade da sociedade humana evolui, e Deus sabe disso e aplica uma espécie de pedagogia divina no processo educativo da humanidade: esta precisava ser conquistada, inicialmente por um povo escolhido, e depois pela Igreja "novo Povo de Deus!" para redenção e salvação definitivas de todos e cada um dos homens, tendo em vista, claro, as responsabilidades pessoais e a Misericórdia e a Justiça divinas.
Autor: Wilson Aragão Filho


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