Criação



Eis o que disse o naturalista britânico, Charles Darwin, durante uma jornada
de cinco anos na observância da natureza, na década de 1830, navegando a
bordo do brigue HMS Beagle: "É interessante contemplar uma ribanceira cheia
de vegetação, com plantas de muitas espécies, pássaros cantando nos
arbustos, com muitos insetos voando e vermes se arrastando pela terra úmida
e refletir que essas formas, elaboradamente construídas, tão diferentes umas
das outras e mutuamente dependentes de maneira tão complexa, foram
produzidas por leis que atuam à nossa volta." (Charles Darwin, A origem das
espécies)

"Criação" (Creation, EUA, 2009), do diretor Jon Amiel, que dirigiu, entre
outros filmes, "O núcleo: missão ao centro da Terra" (2003), apresenta
inicialmente belas imagens que dão ao observador atento uma pálida visão
sobre o nascimento da Terra. O filme mostra a metodologia que Darwin
utilizou para construir sua teoria sobre a criação dos seres vivos seguindo
um ordenamento que se estendeu por milhões de anos. Para ele, a partir das
formas mais simples, surgiram as mais complexas num miraculoso processo de
mutação e aperfeiçoamento das espécies oriundas de um ancestral comum, por
meio da seleção natural.
O casal se reunia com os filhos. Charles era um bom contador de estórias.
Emma lia para a prole. A morte prematura de sua filha, Annie, e as
explicações dogmáticas da igreja não preenchiam a mente inquieta do
naturalista, que percebera o quanto os religiosos haviam trocado a realidade
natural por teorias engendradas por eles, o que enfurecia os espíritos
inquietos daqueles que queriam pesquisar além das aparências para
compreender a vida como ela é.
Convivendo com dramas intrapessoais, ele constatou que a consangüinidade
(grau de parentesco entre indivíduos de ascendência comum) não é adequada
para o aprimoramento das espécies, no entanto, não descobriu a importância
do mistério do sangue, da sua formação e extinção, nem o seu significado
para a vida dos humanos.
Em suas pesquisas, Darwin percebeu a relevância da lei da gravidade,
pressentindo a existência de outras leis. Na Criação, tudo é movimento
renovador, que impulsiona a evolução e o aprimoramento. Tudo se transforma e
é vivificado pela energia criativa, nada permanece. Se você assistiu ao
filme ou a curiosidade para vê-lo se acendeu, convido-o a ler a obra de
minha autoria, "O Segredo de Darwin" (editora LCTE), na qual incentivo o
questionamento sobre as teorias ligadas à evolução humana e a reflexão sobre
a responsabilidade de cada indivíduo na preservação do planeta e na busca
pela evolução plena.
* Benedicto Ismael Camargo Dutra é graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, articulista colaborador de importantes jornais de São Paulo e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio , Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola – o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com o selo Marco Zero. E-mail: [email protected]
Autor: Vervi


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