Malvinas ou Falklands?



Recentemente a questão que envolve argentinos e ingleses a respeito da propriedade e posse das Ilhas Malvinas/Falklands retornou aos noticiários internacionais. E essa briga não é nova. Há quase trinta anos acompanhei passo a passo um dos conflitos que envolveu essas duas nações: a Guerra das Malvinas.
Era o ano de 1982, época em que me preparava para o vestibular. Estava com dezesseis anos, no terceiro colegial e também fazia um cursinho preparatório para vestibulares. Desse período, lembro-me muito bem de três fatos marcantes: o vestibular que estava chegando, a fantástica seleção brasileira de Zico, Sócrates e Telê que foi “despachada” da Espanha pela Itália graças aos três gols do Paulo Rossi e a Guerra das Malvinas.
A Batalha das Malvinas, que começou em abril e acabou em junho daquele ano, durou 74 dias, vitimou 649 argentinos e 255 britânicos, era tema certo para as redações dos vestibulares que iríamos encontrar pela frente.
Na época, discutia-se de quem era esse pequeno território localizado no Atlântico Sul. Discussão essa que já se arrastava por muitos anos e até hoje ainda gera polêmicas. Afinal, até sobre a descoberta das ilhas não há consenso: para os britânicos, as Falklands foram descobertas pelo navegador inglês Sir John Davis em 14 de agosto de 1592. A versão argentina conta que os Espanhóis e os Portugueses chegaram antes. Com relação aos nomes, John Strong chamou-as de "Falklands" em 1690 homenageando o Visconde de Falkland, um nobre Escocês, enquanto o nome "Malvinas" derivou do nome francês Îles Malouines, dado em 1764 por Louis Antoine de Bougainville em alusão à Saint-Malo, cidade localizada no noroeste da França, 74 anos depois do batismo inglês.
O fato é que os ingleses possuem seus feitos históricos documentados, mostrando as principais datas em que estiveram por lá e a alternância de poder sobre o arquipélago (a relação completa destas datas e fatos pode ser encontrada no site oficial das ilhas, http://www.falklands.gov.fk//Historical_Dates.html, em inglês).
Mas voltando à questão da soberania sobre as ilhas, vejamos o aspecto geográfico: o arquipélago está localizado ao sul da costa Argentina, a 740 km do continente (distância de Brasília a Belo Horizonte) e a aproximadamente 14.000 km do Reino Unido, portanto, distância maior que o diâmetro da Terra, estimado em 12.756 km (valor adotado em 1976 pela International Astronomical Union (IAU) http://www.iau.org/, em inglês). Assim, as ilhas estão muito mais próximas do território argentino do que do inglês. Contudo, esse fato por si só poderia não justificar tamanho interesse dessas nações sobre um local tão frio e com extensão territorial de 12.200 km², pouco maior que metade da área de Sergipe, o menor estado brasileiro.
Então, o que mais tem lá?
Petróleo... Segundo noticiado pelo Jornal “Estadão” em 22 de fevereiro de 2010, “o Serviço Britânico de Medições Geológicas estima que pode haver até 60 bilhões de barris de petróleo sob as águas do arquipélago (três vezes o total das reservas americanas de petróleo)”.
Assim, a disputa pela soberania daquela região transcende a questão regional. É uma questão econômica, estratégica! Ali, quem tem o poder, pode!
Autor: Teófanes Antonio Stacciarini Duarte


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