Vida Extraterrestre: Uma Certeza, Não Uma Hipótese



A indagação sobre a existência ou não de vida fora da Terra sempre fascinou o homem. Hoje, com um conhecimento científico bem mais avançado que em tempos remotos, tal pergunta perde o sentido em virtude da simples impossibilidade matemática de inexistência de vida extraterrestre.

O nosso Sistema Solar possui oito planetas (tendo em vista que Plutão foi rebaixado à categoria de planeta-anão), mas, ainda assim, se levarmos em conta o Cinturão de Asteróides entre Marte e Júpiter e o Cinturão de Kuiper, na órbita e além de Plutão, são milhares de astros orbitando a nossa estrela - o Sol. O Sol é apenas uma dentre cerca de 200 bilhões estrelas somente na nossa galáxia (a Via-Láctea). Dentre essas 200 bilhões de estrelas, os cientistas estimam que cerca da metade possui astros girando ao seu redor - o que significa trilhões de planetas, satélites e demais astros apenas na Via-Láctea. Como no Universo existem bilhões de galáxias, o número total de astros é absolutamente inimaginável.

Desta forma, se levarmos em conta uma quantidade tão grandiosa e magnânima de astros, e se considerarmos que apenas 1% dela é capaz de abrigar a vida como a conhecemos, há literalmente milhões de mundos habitados, a maior parte por formas de vida simples. E, considerando que, desse percentual mínimo de mundos habitados, apenas 1% tenha vida inteligente, então há milhões de civilizações tecnológicas espalhadas pelo Cosmos (isso tendo em vista que os processos de Evolução e de Seleção Natural darwinianos, aplicáveis a todo o Universo e que levam à existência de vida inteligente, são bastante raros no contexto geral).

Portanto, é matematicamente impossível, se não intelectualmente obsceno, duvidar da existência de vida fora da Terra. As condições capazes de levar à existência de vida, da mais simples à mais complexa, não existem apenas em um dentre trilhões ou quatrilhões de mundos. Onde quer que haja tais condições, similares ou não às da Terra, a vida existe ou vai existir. Se chegará a ser inteligente ou não dependerá da Evolução e da Seleção Natural, mas não há qualquer dúvida de que universo afora há desde micro-organismos até formas de vida tão ou mais complexas que nós. A questão é onde e quando achá-las.

Há vários anos existe o projeto SETI (Busca por Inteligência Extraterrestre, nesta sigla em inglês). O SETI consiste no envio de ondas de rádio ao espaço cósmico por meio de radiotelescópios, na esperança de que, algum dia, uma ou mais civilizações com suficiente padrão tecnológico sejam capazes de respondê-las. Apesar da certeira existência de muitas civilizações tecnológicas no Universo, as mais próximas com essa capacidade de contato podem estar a muitos milhares ou alguns milhões de anos-luz de distância (nesse último caso, fora de nossa galáxia), o que significa que as ondas subespaciais enviadas pelo SETI demorariam este tempo para lá chegar e, depois, igual tempo para retornar como resposta. Por isso, tomando-se como estimativa o tempo médio de existência de diversas civilizações regionais terrestres, bem como levando-se em conta que hoje a Terra possui uma única e interconectada civilização que não foge ao padrão temporal de existência, e que tem, inclusive, uma inédita capacidade de autodestruição, e dadas as distâncias astronômicas, há grande possibilidade de que o SETI esteja fadado ao fracasso, pois:

(a) Até que as ondas de rádio terrestres cheguem às civilizações mais próximas que hoje tenham esta capacidade de comunicação as mesmas podem estar extintas por catástrofes naturais ou por possuírem seus habitantes similar capacidade de auto-aniquilação, vez que tal habilidade comunicativa evidencia igual ou superior nível tecnológico;

(b) Mesmo que nossas ondas de rádio cheguem a essas civilizações no auge de sua capacidade de contato, até a chegada da sua resposta o homo-sapiens, também e muito provavelmente, estará extinto.

Mas, se tal, ou tais civilizações, em termos astronômicos, orbitarem estrelas que possam ser consideradas vizinhas do nosso Sistema Solar, estando a algumas dezenas ou poucas centenas de anos-luz de distância (e não há qualquer evidência disso), pode haver esperança de retorno daqui a várias gerações. A questão é se mesmo nesse pouco tempo, se comparado ao que seriam milhares ou milhões de anos, nós nos autodestruiremos, a ponto de não conseguirmos observar aquela que seria a maior e mais fantástica página da nossa História.

Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho
Autor: Leôncio de Aguiar Vasconcellos Filho


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