NO MUNDO DA LUA: A REPERCUSSÃO MUNDIAL DAS PRINCIPAIS CONQUISTAS ESPACIAIS



Em 1945, chegava ao fim o evento mundial mais devastador, e porque não dizer assustador, até então visto no planeta: a Segunda Guerra Mundial. A partir daí, deflagrou-se uma “Guerra Fria”, que sem matanças e lutas, consistia numa tensão permanente entre as duas maiores potências mundiais, EUA e URSS (e, consequentemente entre seus aliados), que, sucessivamente demonstravam quem detinha maior poderio econômico, militar, político e bélico do mundo, travando-se corrida espacial de grande monta entre as duas nações.
Essa verdadeira queda de braço teve como vantagem o louvável impulso que obtiveram a ciência e tecnologia, levando a ambas as nações o desejo de primeiro atingir certos objetivos, fato que gerou disputa de grande monta.
Verifica-se que a união soviética saiu na frente na contenda: Em 1957 tinha início a era de conquistas espaciais com o lançamento do Sputnik, primeiro foguete a levar um ser vivo ao espaço, a cadela Laika. No final de 1958, os EUA respondiam, com a criação da NASA, a agência espacial norte americana.
Em 1961, Yuri Gagarim escreveu o nome na história como primeiro homem a orbitar a esfera lunar, pela URSS. Novamente, a resposta veio: Em 1969, através do Projeto Apolo, os norte americanos anunciaram a chegada do primeiro homem à lua, Neil Armstrong.
Para alguns autores, como o professor Rogério Athayde (in http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1176334-7823-PROFESSOR+FALA+DO+IMPACTO+DA+CHEGADA+DO+HOMEM+A+LUA,00.html) “O fato de os americanos terem conquistado a lua é um fato nacional. Não se viu lá uma bandeira da ONU, um elemento significativo, representativo dos homens em geral, mas a bandeira nacional americana [...] este episódio está diretamente relacionado à fronteira móvel dos norte americanos, que ao longo de sua história, e de sua formação, na idéia de conquista constante de territórios teria alcançado na Lua o seu episódio mais significativo.”
De fato, há relação com a conquista de territórios havida pelos EUA, mas, data vênia discordo do argumento de que esta (conquista) cabe somente aos norte americanos, uma vez que verifica-se a ida à lua como ato representativo da evolução tecnológica de toda a humanidade, e, embora tenham sido os EUA a assumir a dianteira do controle espacial, ainda que através de “um pequeno passo para o homem, um grande salto para a humanidade” (apud http://pt.wikipedia.org/wiki/Neil_Armstrong), não há que se falar em ausência de marco “representativo dos homens em geral”, posto que a representatividade humana não poderia ter sido melhor exercida do que pelo próprio homem, ali, pisando solo lunar (teorias da conspiração a parte, fiquemos com os dados que a história mundial tratou de corroborar).
Ademais, tratados internacionais, mais especificamente, o Tratado sobre Princípios Reguladores das Atividades dos Estados na Exploração e Uso do Espaço Cósmico, inclusive a Lua e demais Corpos Celestes, de 1967 ( vulgo Tratado do Espaço), revela:
“Artigo 1º
A exploração e o uso do espaço cósmico, inclusive da Lua e demais corpos celestes, só deverão ter em mira o bem e interesse de todos os países, qualquer que seja o estágio de seu desenvolvimento econômico e científico, e são incumbência de toda a humanidade.
O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, poderá ser explorado e utilizado livremente por todos os Estados sem qualquer discriminação, em condições de igualdade e em conformidade com o direito internacional, devendo haver liberdade de acesso a todas as regiões dos corpos celestes.O espaço cósmico, inclusive a Lua e demais corpos celestes, estará aberto às pesquisas científicas, devendo os Estados facilitar e encorajar a cooperação internacional naquelas pesquisas.”

Veda-se assim, a proclamação de soberania de qualquer nação no espaço.
Destarte, a chegada à Lua pode ser considerada conquista dos EUA, mas o ato em si de lá estar, remete a toda humanidade, e seus ecos também.
Em 01/02/2010, o atual presidente dos EUA, Barack Obama pôs fim ao projeto Constelation, que planejava levar o homem de volta à Lua, 50 anos depois do primeiro feito, concedendo mais operações comerciais, o que, de acordo com o presidente ocasionaria mais empregos no país.
Esta declaração teve repercussão mundial, e foi objeto de inúmeras críticas por parte de vários ex-astronautas. Para Dan Barry, em recente visita no Brasil, “Estou decepcionado que a política norte-americana esteja indo no sentido contrário das viagens tripuladas, mas, por outro lado, está tudo bem, porque outros países têm isso como prioridade, a exemplo da China e da Índia [...]”. Por outro lado, ressalta o ex-astronauta: “Não é tão importante que sejam americanos, mas que seres humanos o façam independentemente da sua nacionalidade” (declarações podem ser encontradas em http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1531406-5603,00-NAO+IMPORTA+QUE+PAIS+VOLTE+A+LUA+DESDE+QUE+VOLTEMOS+DIZ+EXASTRONAUTA+DA+NAS.html.).
Também descobriu-se a pouco (vide http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/confirmada-agua-na-lua-13112009-38.shl) haver água em estado sólido neste astro, fator de importância sui generis, especialmente se verificada a crise que não demora a atingir todo o planeta, tornando-se questão de suma importância mundial.
Deste modo, quase 41 anos depois, tem-se que foi este o caminho para uma atual conquista do espaço, e que ainda rememora-se a tal feito. Recentemente (2006), a Lua novamente atraiu o interesse mundial, tendo gerado nova espécie de “corrida”, que envolveu EUA, China e Rússia, todos com objeto de levar missões robotizadas ao solo lunar para pesquisas. De se ressaltar a preocupação de olhares do mundo inteiro para evitar a transformação do espaço em local de guerra (nas estrelas?). Ufa, ainda bem que há o tratado do espaço!
Assim, há que se valorizar a função que as conquistas espaciais tiveram e têm para a evolução humana, não só no que tange à evolução das telecomunicações, bem como em relação aos programas espaciais que se revelam de suma importância à evolução humana.
Autor: Telúryca Lucrécya Floriano Gonçalves Pinheiro


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