NOVOS CAMINHOS DA POLÍTICA INTERNACIONAL NO GOVERNO LULA.



A política diplomática brasileira vem nos últimos anos ganhando espaça no cenário internacional, mas não somente nas relações comerciais.
Estamos acompanhando o crescimento das investidas do governo brasileiro em temas polêmicos, tais como, sistema financeiro internacional, enriquecimento de urânio no Irã, a formação do bloco econômico BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, a posição contraria a guerra do Iraque iniciada pelos Estados Unidos da América, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, a suspensão das dividas de países pobres com organismos internacionais e por fim a política ambiental adotada na conferência de Copenhague.
No começo da década de noventa a diplomacia brasileira era apenas coadjuvante no cenário internacional de tomada de decisões, ficando a reboque da postura dos Estados Unidos da América. Com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002, e sua posse em 2003, o governo brasileiro começa a ter uma postura mais independente a Washington, defendo posições fortes e autônomas, quanto aos temas acima elencados.
Na questão econômica buscaram-se novos parceiros comerciais, não ficando restrito aos Estados Unidos da América, formaram-se blocos com novos parceiros estrangeiros. A formação do BRIC – Brasil, Rússia, Índia e China, dá uma nova cara na geopolítica mundial, sendo que o Brasil ganha força para assegurar uma cadeira no conselho de segurança da Organização das Nações Unidas – ONU.
No caso da guerra contra o Iraque o Brasil defendeu uma posição firme contra os interesses dos Estados Unidos da América e países aliados, inclusive depois da invasão sem o consentimento das Nações Unidas, defendendo a reforma deste organismo internacional e o aumento da participação de países no conselho de segurança.
A busca de novos parceiros comerciais fez com que o Brasil perdoasse dívidas de países pobres africanos, mas acima de tudo chefiando missões de paz em países como Timor Leste e Haiti, mostrando ao mundo sua liderança como um país justo e solidário no cenário internacional.
O tema mais polêmico de todos, está em o presidente Lula defender abertamente que o Irã tem o direito de enriquecer urânio em seu território pata fins pacifico, pois todos têm o direito de se apropriar da energia nuclear, que assistiu a entrevista do nosso presidente ao programa de televisão Canal Livre da Rede Bandeirantes, percebeu a postura política do Brasil e a desconfiança quanto a afirmação de que naquele país se enrique urânio para fins militar. O que está em jogo é capacidade dos países enriquecerem o urânio para ter sua auto-suficiência energética através da energia nuclear. A desconfiança quanto se é verdade que no Irã estão desenvolvendo uma bomba atômica é a mesma desconfiança de que no Iraque tinha bombas químicas, caso este não provado ate o presente momento.
A questão é que a comissão nuclear da ONU quer inspecionar as fabricas de enriquecimento de urânio, com permissão livre e irrestrita, caso este que tentaram impor ao programa nuclear brasileiro. O cerne da questão pode ser vários, mas a defesa que o Brasil fez a época é que com esta inspeção qualquer um destes inspetor pode vender as informações sobre a tecnologia de enriquecimento do urânio, já que a tecnologia brasileira é uma das mais avançadas do mundo.
Por fim com a discussão do aquecimento global, a postura da diplomacia brasileira na Conferência de Copenhague, sobre as mudanças climáticas na terra, mostrando que para ter um novo mundo é necessário ceder, tanto nos aspectos econômicos, políticos e sociais.
A nova cara e postura da diplomacia brasileira é fruto da liderança adquirida pelo Brasil como ator nas decisões internacionais e não apenas mero coadjuvante das decisões das grandes potências, pois na política é respeitado aquele que expõe sua opinião, mas respeitando a decisão seja de ganhar ou perder que faz parte do jogo democrático.
Autor: Ilmar Renato Granja Fonseca


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