Cabo De Guerra



Somos a Terra, nosso planeta. Parece que estamos sentindo que cada vez mais nos tornamos planetários. Os meios de comunicação facilitaram isto, esta sensação de que estamos juntos no mundo todo. Nunca se falou tanto de ecologia, de globalização como hoje.

Esta casa comum onde moramos e expressamos nosso ser está ameaçada. Sabemos que os riscos ecológicos aumentam e que sua causa é andrópica, ou seja, fomos nós humanos que causamos isto que vemos. Mas podes me perguntar? Eu o que tenho com isso? Não sou responsável pela deterioração do planeta. Recebemos esta herança das gerações anteriores e estamos continuando no mesmo caminho. Será que sou eu? Não sei, mas não basta boa vontade para mudar o planeta. Se perguntássemos para as pessoas se elas querem que as matas sejam preservadas, que o clima não se altere, que as espécies não entrem em extinção, todas vão responder: 'é claro'. Onde então falhamos? Sabemos que numa sociedade capitalista as organizações e relações são regidas pelo dinheiro, pelo lucro. Portanto, mesmo que saibamos do mal que ocorrerá, mesmo assim, acontecerá; pois não basta saber é preciso querer. Nosso planeta está sentindo os efeitos da poluição e suas conseqüências acontecerão, extinção das espécies acontecerá, o clima será alterado em nome do lucro que beneficia alguns em prejuízo de todos e do planeta. Acordos como o de Kioto, Eco-92, Bali, são todas medidas paliativas que não atingem o mal pela raiz e não estruturam uma mudança capaz de garantir uma nova situação para nosso planeta na perspectiva de sobrevivência ecológica. O que fazer? Toda ação eficaz é politicamente mediada, por isso devemos lutar politicamente. Não há outro meio. Verborréia e sermão não mudam o mundo. Para salvar o planeta precisamos agir politicamente através de nossos representantes. Isso tanto no Brasil quanto no mundo. Sabemos que o capital fala mais alto, mas se não falarmos nada seremos devorados pela vingança da mãe - Terra. Talvez o nosso consolo seja que os poderosos serão engolidos juntos. O ditado diz que 'ao final tanto peão quanto rei voltam para a mesma caixa' não consola, pois vais perguntar ao rei se ele quer ser peão em cima do tabuleiro! Outro ditado afirma: 'Deus perdoa sempre, os homens ás vezes e a natureza nunca'; assim, se não houver força para contrabalancear a corda haverá o desequilíbrio dos que estão lutando neste cabo de guerra.


Autor: Antonio Spirandeli


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