PEDRAS DA FORTALEZA SOLITÁRIA



Pedras da fortaleza solitária
Amor e ódio, ou melhor, o ódio do amor!
O amor também sente ódio.
Sente ódio quando se vê abandonado,
Quando se sente ferido, no seu mais íntimo, no recanto sagrado seu,
No fundo do seu ser, o amor quando acuado, sem meios de se defender
Odeia sem poder repreender aquele que deveria cuidar.
Ah como sofre o amor, em seu ódio!
A dor do amor é ferida rasgada e sangrando, que fica lá quietinha, sabe-se que se traz
Guardada a custo dentro de si, vez ou outra sangra, quando se toca na velha ferida mal cicatrizada.
O amor sofre por não conseguir expressar o seu sentimento, e passa então a virar outra dor, a saudade.
Que como o ódio, também tem o condão de fazer o amor sofrer, pois lateja dentro do peito, falta o ar, quando o amor perde o seu objeto de desejo.
A saudade fere também o amor e este se torna indefeso, fechado para o mundo, dentro de seu próprio mundo.
O amor quando não consegue se expressar represa-se dentro de si mesmo, sofre as suas dores caladas, isoladas, mergulhadas nas lembranças remotas e surreais.
O amor desce copiosas lágrimas, por sentir o ódio, que é a raiva do amor.
E por sentir a saudade, que é a falta do ser amado!
E como fazem o amor sofrer, pisam nele, descaso, é o que dão ao amor.
Ao amor muitos dispensam aquela frieza gelada, essa corta fundo, pois é a indiferença!
Essa sim é o último degrau de morte do amor, é simplesmente nada mais significar ao espúrio sentimento, dentro desse estágio estão contidos todos os passos que ao amor se degradou, até que ponte teve que descer para manter digno o seu ser.
Ó amor sem benção, sem luz, que dá seu último suspiro quando sente se pôr o sol que o aquecia na infância doce.
Ah e como dói a raiva do amor, que faz de seus olhos descerem grossas camadas de lágrimas, como dói o peito, por chorar calado as dores do amor raivoso.
Cruz pesada carrega esse amor marcado por violências, por descasos, insanidades e o pior de tudo humilhado, na sarjeta descartado.
Sentindo as feridas abertas em seu peito,
E em sua alma angelical.
TELMA ÂNGELA MARTINS
Autor: Telma Ângela Martins Trindade


Artigos Relacionados


O Amor É

Amor Não Se Suplica

Meu Amor

Pode Fingir Que Morreu

De Tanto Descaso

Amor E Ódio: Dois Sentimentos Ou O Mesmo Com Nomes Distintos?

O Amor