Árabes e judeus: guerra sem fim



Há alguns dias, mais precisamente em primeiro de junho, um evento ocorrido na região de Gaza virou notícia amplamente divulgada pela imprensa: o ataque de Israel a uma flotilha turca de ajuda humanitária terminou com nove mortos e a prisão de todos os seus integrantes, incluindo uma voluntária brasileira.
Foram inúmeros os comentários de repúdio à ofensiva israelita e as únicas vozes que tentavam justificar o acontecido eram as dos próprios judeus. No mais, não há como explicar atos como esse. O site IOL - Últimas notícias de Portugal e do mundo actualizadas ao minuto, divulgou a seguinte nota:

Um mundo contra Israel. Protestos sucedem-se e quase nenhum país ficou indiferente ao ataque aos navios de ajuda humanitária. Países muçulmanos, países católicos, países hindus. Nações mais ricas, nações mais pobres. Governos de esquerda, governos de direita, governos centristas. Praticamente todos condenam Israel depois do ataque à flotilha de ajuda humanitária para Gaza (Um mundo contra Israel, notícia publicada em 01/06/2010, disponível em http://diario.iol.pt/internacional/israel-gaza-flotilha-navio-ataque-tvi24/1166980-4073.html).

Assim, os israelenses, que historicamente sempre sofreram perseguições de outros povos, desta vez estão se posicionando de forma a conseguir o repúdio mundial sobre suas atitudes. É certo também que árabes e judeus não se entendem desde a antiguidade, mas, depois da criação do Estado de Israel em 1948, os conflitos na região se sucedem, o terrorismo é bastante ativo na região e a paz parece impossível de ser alcançada.
Segundo o Atlas da História do Mundo (2000), desde 1945, o Oriente médio é alvo da atenção mundial por ser palco de diversos conflitos entre islâmicos e judeus: Israel e seus vizinhos Árabes se enfrentaram em quatro grandes guerras e Israel também invadiu o Líbano duas vezes. Em 1948 foi estabelecido o estado de Israel e daí aconteceu a primeira guerra árabe-israelense. A segunda guerra árabe-israelense eclodiu em 1956 e a terceira, a guerra dos seis dias, em 1967. O quarto conflito bélico entre os dois países, datado de 1973, foi o responsável pelo início da crise do petróleo na década de 70. Em 1982 Israel invade o Líbano e em 1988 finalmente a Organização para Libertação da Palestina reconhece o estado de Israel. Guerras em todas as décadas que sucederam à criação do estado judeu!
Atualmente, dentro dos territórios palestinos, há assentamentos de judeus ortodoxos radicais, formando grandes loteamentos no meio dos palestinos. Outro impasse é a posse de Jerusalém: palestinos querem que seja a capital palestina, israelenses a querem como a grande capital de Israel. Aliás, Israel proclamou Jerusalém sua capital, embora não reconhecida pela ONU. Enquanto não entram em acordo, provocações ocorrem entre ambos os lados, com fundamentalistas palestinos que se suicidam em explosões em áreas civis israelenses e, por outro lado, comandos israelenses que fazem assassinatos seletivos contra lideranças radicais.
Esse ambiente de desconfiança mútua, somado ao fanatismo religioso e posicionamentos políticos intransigentes acabam provocando ações como o ataque aos navios turcos com ajuda aos palestinos. Desta forma, do ponto de vista de quem pratica tais atos, existem motivos mais do que suficientes para justificá-los.
Então, essas ações despertam mais antipatia entre as nações e a violência se estabelece como regra. O problema é que, por vezes, esse ódio entre os povos acaba cegando-os de tal forma, que culminam em eventos como o de Gaza: A Turquia, tradicional aliada árabe dos judeus, ao tentar coordenar um movimento de ajuda humanitária aos seus próximos em Gaza, acabou sendo alvejada por Israel. Como entender? É uma situação que pode ser retratada mais ou menos assim: Imagine que você, ao tentar socorrer seu irmão com alimentos e remédios, apanhe de um amigo seu porque ele não gosta do seu irmão.
Difícil a paz em um lugar desses!

Referências

Atlas da História do Mundo, editado por Geoffrey Barraclough, quarta edição. São Paulo: empresa folha da manhã, 2000.
Diário IOL – Internacional. Um mundo contra Israel, 01/06/2010, disponível em http://diario.iol.pt/internacional/israel-gaza-flotilha-navio-ataque-tvi24/1166980-4073.html.
Autor: Beatriz


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