Ilhas Falklands Novamente
Argumentei o seguinte: “O fato é que os ingleses possuem seus feitos históricos documentados, mostrando as principais datas em que estiveram por lá e a alternância de poder sobre o arquipélago (a relação completa destas datas e fatos pode ser encontrada no site oficial das ilhas, http://www.falklands.gov.fk//Historical_Dates.html, em inglês)”. Ou seja, os britânicos “descobriram” as ilhas na época das navegações, visitaram-nas com freqüência e posteriormente as colonizaram. Os argentinos vieram depois, a partir da colonização espanhola da América do Sul.
É certo que conviver com outro povo e cultura numa região tão próxima da sua área continental, pode trazer algum desconforto, principalmente se o subsolo dessa região é rico em petróleo. E aí parece estar o interesse dos países envolvidos nesse duradouro litígio, visto que a área superficial não representa muitas possibilidades de exploração econômica. Como mostrei no artigo anterior, a extensão territorial do arquipélago é de 12.200 km², pouco maior que metade da área de Sergipe, o menor estado brasileiro, completamente fragmentado em dezenas de pequenas ilhas. Além disso, as baixas temperaturas inviabilizam a exploração agrícola, sendo que o forte lá é a criação de ovelhas laníferas.
Com relação ao petróleo, o Telegraph Daily, em matéria do dia dois de dezembro de 2009, destacou que o petróleo das ilhas Falkland ajudarão a economia britânica:
A quantidade estimada de petróleo já levou para o setor financeiro britânico cerca de 327.000.000 de euros em projetos de exploração em plataformas marítimas. O maior campo petrolífero do mundo é Ghawar na Arábia Saudita. O maior campo de petróleo no Mar do Norte é Forties, que tem cinco bilhões de barris. Os cientistas acreditam que o território das malvinas pode ter até 60 bilhões de barris de óleo por baixo suas águas costeiras (Falkland Islands oil reserves 'to help British economy', Telegraph Media Group Limited 2010. Tradução livre realizada pelo autor. Disponível em http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/southamerica/falklandislands/6708902/Falkland-Islands-oil-reserves-to-help-British-economy.html. Acesso em 09/06/2010).
O petróleo nas Falklands é tão real que já existem diversas empresas trabalhando na região. Segundo o Telegraph, as empresas inglesas Rockhopper Exploration (http://www.rockhopperexploration.co.uk/), Desire Petroleum (http://www.desireplc.co.uk/), Falkland Oil and Gas (http://www.fogl.com/fogl/en/home) e Borders and Southern Petroleum (http://www.bordersandsouthern.com/home.aspx) encontram-se em plena atividade de exploração petrolífera desde 2009.
Assim, vamos fazer um pequeno exercício de troca de lugares: E se fosse com a gente?
1º) E se tivéssemos ingleses explorando petróleo em um local muito próximo da nossa costa, alegando serem os legítimos donos, justificando tais atos com sua história de colonização?
2º) E se nós estivéssemos explorando petróleo no mar, junto a algumas ilhas que nós descobrimos e colonizamos, mas que estão ao lado da costa argentina?
Difícil, não? De qualquer lado que se olha, se vê razão! Por isso essa questão durará por muito tempo. Quem sabe quando o petróleo acabar por lá a questão se resolva mais facilmente.
Referências
Falkland Islands oil reserves 'to help British economy', Telegraph Media Group Limited 2010. Tradução livre realizada pelo autor. Disponível em http://www.telegraph.co.uk/news/worldnews/southamerica/falklandislands/6708902/Falkland-Islands-oil-reserves-to-help-British-economy.html. Acesso em 09/06/2010.
DUARTE, Teofanes Antonio Stacciarini, Malvinas ou Falklands? Disponível em http://www.artigos.com/artigos/sociais/politica/malvinas-ou-falklands?-10112/artigo/. Acesso em 09/06/2010.
Autor: Teófanes A. S. Duarte
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