O TÃO ESPERADO SÉCULO 21



Na fase mais romântica do século passado, as pessoas anteviam um futuro maravilhoso, com paz e progresso. Porém, a entrada para o século 21 foi marcada por tempos estrondosos e a confirmação disso veio em 11 de setembro de 2001, quando um atentado terrorista colocou abaixo as torres gêmeas de New York, um dos monumentos de maior importância econômica dos EUA. Sob toda fumaça e destroços, as pessoas se deram conta de que estavam enganadas: o novo século surgia diante de acirrados conflitos, demonstrando que a humanidade não havia percorrido os caminhos da sabedoria. O homem, deste modo, permaneceu bruto e ignorante.

Até o final do século passado, no governo de Bill Clinton, que dirigiu a maior potência econômica do mundo por dois mandatos consecutivos, 1993 – 2001, New York mantinha uma aura de modelo mundial de prosperidade, mas, logo após, vieram a guerra do petróleo e a crise gerada pelos abusos financeiros.

De repente, se tornou visível o crescimento descontrolado das dívidas dos países ricos, que são, em muitos casos, superiores a tudo que o país produz em um ano. Isso acarreta num dispêndio em juros de até 20% dos orçamentos. Para absorver o impacto, estão em curso alguns programas de ajustes, que reduzirão todas as demais despesas, investimentos e gastos públicos, afetando a produção, consumo e empregos. Despreparadas, as populações se revoltam. Fica difícil prever o futuro.
O que está havendo com o mundo? Como conciliar o enorme diferencial entre a economia real e o mercado financeiro, onde os papéis em circulação correspondem a várias vezes ao PIB real? Enfim, trata-se de crise financeira ou crise econômica? Na verdade, esta não é a leitura ideal do cenário, pois estamos diante de uma crise da humanidade, ou seja, uma crise do modelo de civilização imediatista que temos adotado a partir do valor dado à monetização da vida, o que fez com nos esquecêssemos de nossa transitoriedade e de nossas responsabilidades no trato com a natureza e para com as gerações futuras. Nestes séculos de progresso inconsequente, envenenamos o planeta e não formamos uma geração de seres humanos capacitada frutos de um progresso, com a integração das leis da natureza. Tudo se tornou caótico.
Agora, nos defrontamos com múltiplas situações de desequilíbrio, a começar pelo populacional. Ademais, temos o déficit de recursos naturais, déficit financeiro dos países endividados e uma grande massa de incultos e despreparados para a vida.

As soluções exigem muito esforço e desprendimento, pois importa salvar a humanidade e, para isso, não podemos continuar explorando o planeta da forma como temos feito. O equilíbrio natural foi perturbado e estamos vivendo em regime de exceção com inúmeras tragédias naturais ocorrendo simultaneamente em varias regiões. Justiça, consideração e sabedoria são os ingredientes indispensáveis na busca por soluções pacíficas, no entanto, é preciso vencer os egoísmos, a sede pelo poder e a competição generalizada que vê no outro um potencial inimigo a ser subjugado.

* Benedicto Ismael Camargo Dutra, graduado pela Faculdade de Economia e Administração da USP, é articulista colaborador de jornais e realiza palestras sobre temas ligados à qualidade de vida. Atualmente, é um dos coordenadores do www.library.com.br, site sem fins lucrativos, e autor dos livros Encontro com o Homem Sábio , Reencontro com o Homem Sábio, A Trajetória do Ser Humano na Terra e Nola – o manuscrito que abalou o mundo, editados pela Editora Nobel com
selo Marco Zero. E-mail: [email protected]
Autor: Vervi


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