Inflação e Gastos Públicos: o buraco negro da economia



Inflação é um processo pelo qual ocorre aumento generalizado nos preços dos bens e serviços, provocando perda do poder aquisitivo da moeda. Isso faz com que o dinheiro valha cada vez menos, sendo necessária uma quantidade cada vez maior dele para adquirir os mesmos produtos..
Há vários fatores que podem gerar inflação. O aumento do preço de um item básico na economia pode contaminar os demais preços provocando uma alta generalizada. É o caso do petróleo e da energia elétrica, por exemplo. O excesso de consumo também provoca inflação, pois os produtos tornam-se escassos ocasionando aumento de seus preços. Em outra hipótese, se o Governo gasta mais do que arrecada, e para pagar suas contas emite papel-moeda, provoca inflação, pois está desvalorizando a moeda, uma vez que criou dinheiro novo sem lastro, sem garantia, sem que tenha havido criação de riqueza, de produção. Assim, os bens e serviços continuam os mesmos, mas o dinheiro em circulação aumenta de volume. Passa-se, então, a exigir maior quantidade de dinheiro pela mesma quantidade de produto, o que alguns economistas chamam de dinheiro fraco, dinheiro podre.
Há diversos índices que são utilizados para medir a inflação, cada um com metodologia de cálculo própria e com utilização específica. Para aferir, por exemplo, a variação dos preços dos produtos finais consumidos pela população, usa-se o índice de custo de vida (ICV) ou o índice de preços ao consumidor (IPC), tomando por base os produtos de consumo de uma família-padrão para toda a sociedade ou certa classe. Para medir a variação nos preços dos insumos e fatores de produção e demais produtos intermediários, usam-se índices de preços ao produtor ou o índice de preços no atacado (IPA). A inflação no Brasil levou à criação de muitos índices diferentes para medir a inflação e corrigir a desvalorização da moeda.
Mas para nós consumidores, é só passar pelos caixas dos supermercados, farmácias, lojas de materiais escolares, escolas particulares e outros bens e serviços de primeira necessidade, cada dia paga-se mais. Os itens que mais aumentaram são justamente os de maior necessidade. Os legumes ficaram 32,92%; as hortaliças e as verduras, 22,10%; açúcar e seus derivados, 16,78%; cereais, 16,53%; e derivados de leite, 11,03%.
Em Joinville, o aumento de preços é maior do que no resto do país. Dos 27 produtos que coincidem na lista de pesquisa do Procon de Joinville e do IBGE, 16 aumentaram mais do que a média nacional. O destaque é o quilo do açúcar refinado. Na mais populosa cidade catarinense, o preço do quilo aumentou 26,9%. No País, a alta foi de 6,3%.
Quando falamos de impostos, contribuições, taxas de serviços públicos, aí é que a coisa pega, pois, são compulsórios, obrigatórios, você tem que pagar.
Estes aumentos de impostos são muitas vezes justificados pela melhoria dos serviços, mas, na sua grande maioria é para cobrir gastos públicos governamentais exagerados e privilegiar os incompetentes que fazem do Estado um cabide de empregos.
Só para dar uma idéia de quanto nós pagamos de impostos, embutidos nos produtos e serviços que consumimos, em média, pois cada produto tem uma taxação diferenciada quando se fabrica ou vende: exemplo, ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços) = 18% no Estado de São Paulo; IPI (Imposto de Produtos Industrializados) em média 10%; ISS (Imposto sobre Serviços) na cidade de São Paulo = 5%; PIS e COFINS (Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social) = 3,65% para as empresas que optaram pelo Lucro Presumido e 9,25% para as do Lucro Real; Imposto de Renda e Contribuição sobre o Lucro = 10% em média para os dois regimes, Lucro Presumido e Lucro Real; até aqui temos por volta de 47% de impostos sobre os preços dos produtos que compramos.
Temos também os indiretos que são calculados sobre a folha de pagamento (Salários dos Empregados), tais como: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) = 27,8%, média e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) = 8%, em média esses dois tributos representam 6% sobre as Vendas da empresa ou sobre o preço de venda do produto; temos então um total de 47% mais 6%, totalizando 53% de carga tributária, isto é; impostos que pagamos já embutidos no preço do produto.
Além destes 53% sobre os produtos que consumimos o Governo Federal ainda arrecada sobre Jogos, tais como Mega Sena, Loteria Federal e outros uma média de 60%%, ficando para o ganhador máximo apenas 16% do total arrecadado.
Também o Governo Federal arrecada sobre as pessoas físicas, com suas Declarações de Impostos em abril de cada ano, aproximadamente 20% sobre os salários, que não é renda.
Tudo isso cai nas costa de nós contribuintes, e este dinheiro todo é gasto sem controle algum e principalmente desconhecemos e não somos informados de seu destino.
Transparência é o que queremos, pois sem nossa contribuição não há Governo, e a verdadeira inflação são estes gastos descontrolados.
Autor: Cláudio Raza; Economista, Contador, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas para Negócio, Palestrante, Mestrando em Educação, Administração e Comunicação, com ênfase em Políticas Públicas, Professor Universitário da Uninove, parceiro do Núcleo de Desenvolvimento Profissional da Câmara Alemã, Instrutor de cursos do CIESP - Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, 3 livros publicados sobre Gestão e Capacitação de Empresas, mais de 35 anos assessorando empresas.
site: www.razaconsulting.com.br e E-mail: [email protected]
Autor: Claudio Raza


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