Andragogia Pedagógica na Universidade e na Empresa



Você professor do ensino superior usa a Pedagogia como método de ensino ou já aderiu ao método Andragógico?

Ao ler um artigo do Prof. Doutor Gilberto Teixeira da FEA/USP, cheguei à conclusão que já estava adotando o método Andragógico, que funcionava muito melhor que o Pedagógico.

Esta terminologia ou método foi criado pelo norte-americano Malcolm Knowles, na essência é a redefinição do papel do professor universitário ou do professor que ministra para adultos.

Nada mais é, conforme Knowles, a arte e a ciência destinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender o processo de aprendizagem dos adultos, ou um modelo Pedagógico para o ensino de adultos.

Os estudantes adultos, na sua maioria são ensinados utilizando-se da Pedagogia que é o método de aprendizagem de crianças e a proposta de Knowles é esta adaptação ou esta migração de método já para os universitários do 1º. Semestre ou aprendizado de adultos.

O adulto como aprendiz tem características diferentes da criança e o Prof. Dr. Gilberto Teixeira, comenta estas características levantadas por Knowles, que ao atingir a idade adulta o individuo modifica seu auto-conceito de dependente para independente, ele acrescenta uma certa experiência diferente da criança, tem sua motivação cada vez mais orientada para buscar e desenvolver seu papel social e modifica sua perspectiva de tempo; isto é, conhecimento com aplicação imediata.

Nesta fase da Andragogia o professor é um facilitador e orientador do conhecimento das equipes de trabalho, onde a ação cooperativa é voluntária, tanto no planejamento como no processo, diz Teixeira.

A maior dificuldade é quando o aluno inicia o curso superior, ele ainda é meio adolescente, meio adulto, suas atitudes muitas vezes reflete a do ensino Pedagógico, onde o professor manda, tem que saber tudo, e cada pergunta tem que ter uma resposta sem a participação do aluno na pesquisa.

O professor que ministra para adultos tem que ter uma flexibilidade de fazer com que este adolescente adulto faça esta migração suavemente, começando a entender a utilidade da aplicação do método Andragógico.

O professor Roberto de Albuquerque Cavalcanti, na publicação da Revista de Clinica Cirúrgica, da Paraíba, faz uma citação que as crianças são seres indefesos, dependentes, na idade escolar continuam aceitando esta dependência, a orientação do professor é inquestionável. A idade adulta trás a independência. O individuo acumula experiência de vida aprende com os próprios erros, apercebe-se daquilo que não sabe e o quanto este conhecimento faz-lhe falta.

Infelizmente alguns professores, escolas e universidades ainda usam ou orientam as mesmas técnicas para crianças, como para adultos.

A mudança precisa ser entendida pelos professores, que ainda questionam as vantagens da adaptação, logicamente não se pode abandonar totalmente o método tradicional Pedagógico, mas precisa-se incluir o Andragógico, começando-se com a disposição das cadeiras em classe de forma á facilitar as discussões em grupos menores, sair da tradicional fileiras ou um atrás do outro.

Os alunos deverão ser estimulados á trocas de experiências, informações e tomadas de decisões em conjunto, onde serão trabalhados para a formação de cidadãos conscientes de seus direitos, deveres e suas responsabilidades sociais.

A luta, a lição e a proposta que Paulo Freire nos deixa é que através da relação entre professor e aluno centraliza-se na dimensão do conhecimento, no sentimento de aceitação do outro, da interação e da inter-subjetividade.

Rodrigo Goecks em sua pesquisa “Educação de Adultos – Uma abordagem Andragógica” nos diz a respeito dos métodos Andragógicos nas empresas, e que estes conceitos estão se expandindo para a Gestão de Pessoas, Planejamento Estratégico, Marketing, Comunicação, Processos de Qualidade, etc., menciona ele, desde simples reuniões até complexos projetos de Planejamento Estratégico estão seguindo métodos baseados em conceitos Andragógicos.

As empresas já perceberam as vantagens e rapidamente implantaram programas de formação para transformarem seus funcionários em facilitadores permanentes dentro da organização; ainda Goecks, cita uma experiência prática no lançamento de uma nova linha de cosméticos, evitando as tradicionais resistências Vendas versus Marketing.

Ao invés de fazer aquelas apresentações pirotécnicas, resolveu-se desenvolver um trabalho em grupo com a equipe de representantes para levantar algumas necessidades de mercado; desta maneira fez com que diversos argumentos fossem desenvolvidos por eles e, quando apresentamos a novidade, não houve necessidade de convencimento.

A equipe de Vendas saiu da simples posição de crítica para a posição de co-responsável pelo sucesso do novo produto.

A lição que Rodrigo Goecks deixa com isso é: O comprometimento com o sucesso de um novo projeto é imediato quando todos os envolvidos saem da posição de espectadores para a posição de participantes.

Autor: Cláudio Raza; Administrador de Empresas, Economista, Contador, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas para Negócio, Palestrante, Mestrando em Educação, Administração e Comunicação, com ênfase em Políticas Públicas, Professor Universitário da Uninove, parceiro do Núcleo de Desenvolvimento Profissional da Câmara Alemã, Instrutor de cursos do CIESP-Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, 2 livros publicados sobre Gestão e Capacitação de Empresas, mais de 35 anos assessorando empresas.
site: www.razaconsulting.com.br e E-mail: [email protected]
Autor: Claudio Raza


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