Mais que máquinas



Por mais que me esforce para entender a imposição de variados assuntos em nossa educação, fico um tanto perplexo: porque devemos entender equações físicas e não podemos observar a beleza de teorias cosmológicas? Aliás, quantos alunos sabem o que é cosmologia? Este texto não é uma crítica à física, pelo contrário, admiro a física aplicada. Porém, depois de travar conhecimentos com profissionais na área da educação, cheguei à conclusão, embora óbvia ao mais perspicaz dos alunos, que somos tratados como ‘’máquinas’’.
Por um lado poderia dizer que o aluno é sobrecarregado de informações. Não minto quando o digo. E logo penso: para que tanto? Se o aluno estiver sobre carregado de fórmulas e equações, logo perderá o interesse na escola. O que conto é óbvio. Mas o que me questiono é: se todos sabem isso, porque o método continua o mesmo? Seria exagero pensar que isto nos é imposto de propósito para que não tenhamos a capacidade de questionar? Tomo como exemplo a história: somos impostos, pela maioria das vezes, a acreditar que cada fato foi verdade. Serão mesmo verdades absolutas? Por que não devemos questionar os fatos ocorridos? Logo eles passam e o aluno nem se da conta do que aconteceu. De que adianta 'somar nota' se amanhã já não me lembro da velocidade constante; da queda do muro; do verbo intransitivo? Onde estão os paradoxos nas vidas dos alunos? Onde esta o questionamento? Vida é formada de perguntas! Onde estão as perguntas? Digo-vos: elas não existem, pois tudo que nos é imposto tem uma resposta correta, um 'certo' ou um 'errado' na prova. Isso não é educação! Isso é, a meu ver, tratamento técnico. Porque devo questionar se viverei o resto de minha vida trabalhando em uma máquina? Mas os operadores de máquinas não são seres humanos? Não deviam eles utilizar de formas melhores, desenvolverem máquinas e metodologias melhores?Não devem ter opinião sobre política? Será que são educados para isso? Ou apenas preparam-se para carregar trinta toneladas a vinte metros do chão?
Essa crítica não se fundamenta aos professores (não à maioria) que se engaja na preparação de aluno para o futuro. Orgulho-me de ter os melhores professores e as melhores didáticas possíveis em minha vida letiva. Todavia, critico esta didática. Pois não posso aprovar que seja obrigatório um cálculo e não seja obrigatória uma prática. E a pior parte: não seja obrigado um debate sobre os ocorridos no trabalho. Embora meus bons professores utilizem dessa metodologia, pergunto-me: e os que não usam? Os alunos sofrerão com inúmeras consequências.
Essa crítica não se fundamenta aos professores (não à maioria) que se engaja na preparação de aluno para o futuro. Orgulho-me de ter os melhores professores e as melhores didáticas possíveis em minha vida letiva. Todavia, critico esta didática. Pois não posso aprovar que seja obrigatório um cálculo e não seja obrigatória uma prática. E a pior parte: não seja obrigado um debate sobre os ocorridos no trabalho. Embora meus bons professores utilizem dessa metodologia, pergunto-me: e os que não usam? Os alunos sofrerão com inúmeras consequências.
Sonho que um dia este vício seja abolido. Que um dia meus colegas e eu possamos “pensar livremente”. Pois hoje, vivemos em uma ditadura. Não somos sequestrados, nem sumimos. Somos condenados a sermos iguais em ideias e gostos. Não temos o direito de questionar a metodologia de ensino, pois logo estamos 'errados' ou apenas queremos as facilidades da vida. Isto pode ser verdade para alguns, mas eu sei que eu e meus colegas merecemos mais do que nos é imposto. Não penso em facilidade,pois formar uma opinião não é tão fácil quanto parece, penso que não devemos ser tratados como máquinas. Sentimos o conteúdo e sentimos a necessidade de nos manifestar. Pois temos opinião.
Autor: Raul Antunes Krueger


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