Paradoxo



As experiências mais lindas da vida acontecem no ambiente do lar. As mais repugnantes também. Incrível como as pessoas que mais amamos são as que também mais sofrem nossas virulências. Isso é explicado pelo fato de convivermos mais tempo com os familiares. Assim, o espaço da residência, da família, torna-se propício a vitórias e derrotas; conquistas e perdas; amor e ódio.

Quanto maior a convivência, maiores as chances da experimentação tanto das alegrias quanto das tristezas. A proximidade gera a interatividade. O distanciamento, a indiferença. O que está próximo é testemunha ocular, quando não um partícipe, de nossos bons e maus momentos. De nosso regozijo e de nossa raiva. De nosso alívio e de nosso desespero.

E se é verdade que estamos sempre perto de quem amamos, também é verdade que são exatamente os que mais amamos que se tornam vítimas de nossos destemperos, pela simples razão de estarem perto da gente. Tornam-se, portanto, pára-raios de nossas frustrações e desconfortos. Quando é o amor que motiva uma relação num casamento, um ampara o outro em suas desditas: fracassos, decepções, frustrações. E aí, faz-se valer o provérbio bíblico: “Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4.9-12).

Refletir sobre a importância do parceiro ou da parceira em nossa própria vida é reconhecer que podemos e devemos melhorar os relacionamentos conjugais, os relacionamentos filiais, os relacionamentos paternais. Não somos seres independentes. Nenhum ser humano o é. Somo seres interdependentes e naquilo que não temos somos completados pelo outro, da mesma forma que contribuímos para o enriquecimento de outras vidas.

Destas considerações, duas conclusões. Primeira: amenize a carga pesada que você tem depositado sobre o seu cônjuge, filho ou progenitor. Você estará contribuindo para fazê-lo mais feliz.  Segunda: Não valorize o impacto do peso da carga que outros depositam sobre você. Reconhecer o estado emocional, as circunstâncias adversas da vida, o momento do outro, ajuda a resolver conflitos e não esticar problemas. Aos que você mais ama, ame! E o amor não é essa coisa horrorosa que a sociedade contemporânea tem apresentado. Lembre-se de 1Coríntos 13: “o amor não busca seus próprios interesses” (v. 5)

Autor: Josué Ebenézer de Sousa Soares


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