ÉTICA E MORAL



ÉTICA E MORAL

A ética se constitui das experimentações humanas, e, portanto, busca encontrar o seu ponto de equilíbrio por meio de experiências vivenciadas e na postura comportamental, no calor das decisões morais, em meio aos conflitos existenciais, as paixões, sentimentos e agitações psicoemocionais afetivas que impulsionam o indivíduo, os grupos sociais, a comunidade e a sociedade como um todo.
O laboratório da ética são as inquietações humanas, fundamental a sua existência. A ética funciona como uma balança de precisão, onde devem ser pesadas, medidas e avaliadas, as ações e o comportamento humano, a fim de se verificar a utilidade, o possível direcionamento e as possíveis conseqüências advindas dessas ações.
É necessário que se busque um equilíbrio moderado, ou seja, bem dosado, como no caso do uso do sal ao temperar os alimentos, sobre as atitudes e comportamentos que terão importantes reflexos no plano da ação ética.
A questão da ética esta diretamente ligada às ações humanas no tempo e no espaço que se manifesta de diversas formas, quer seja isolada ou no contexto social, como trabalhar, estudar, construir, destruir, elogiar, ofender etc; movida sempre pelo sentimento de alcançar alguma finalidade, como ganhar dinheiro, ascender a algum cargo e/ou função dentro do serviço público ou privado, ofender, magoar, estimular ou desestimular alguém etc; visando a consecução de determinados efeitos positivos ou negativos como o de viver as próprias custas, promover seu bem-estar ou o de outrem, subir a qualquer custo causando sofrimento, o aniquilamento e a desgraça a outrem, não fazer nada e criticar veementemente aqueles que fazem ou produzem alguma coisa etc.
Normalmente, as ações humanas são cogitadas com certa carga de intencionalidade de modo a atingir determinados fins e a produzir efeitos no meio externo, ensejando críticas, elogios, idéias, mudanças e inovações. Desta feita, influir-se que, os atos exteriores realizados automaticamente pelo homem estão intimamente ligados a atitude interna do pensar humano, isto é, de modo que da consciência a ação, exista uma mínima diferença relacionada à consumação daquilo que foi cogitado (pensado).
Essas ações humanas são cargas de energias positivas ou negativas direcionadas a produzir algum efeito no contexto social, refletindo na sociedade de forma boa ou ruim, uma vez que a soma dessas ações individualizadas convergirão para a formação da intersubjetividade, momento em que se torna impossível distinguir uma ação individual da outra, nesse entrelaçamento de ações que se inter-relacionam.
Dentre as mais variadas espécies de ações humanas como a ação política, a ação de educar, a ação de trabalhar, a ação de se alimentar, a ação de se emitir um discurso..., dependem de como são canalização as energias para se atingir os determinados fins; sem dúvidas, neste caso, há que se priorizar as atenções destes enfoques sobre a questão da ação moral.
É muito difícil definir o que seja a ação moral em si e por si, devido que ela não corresponde especificamente à prática de um ato isolado e individualizado, como no caso de se dar uma esmola, ajudar alguém em dificuldade pela idade a atravessar uma rua, socorrer um oprimido diante de uma injustiça etc.
A ação moral tem a ver com todos os atos praticados no decorrer de uma existência, pois, uma atitude isolada não serve de parâmetro para se determinar se uma pessoa é ética ou não, haja vista que precisam ser observados e somados seus diversos traços comportamentais na família, na sociedade, no trabalho, entre outros.
Lembre-se que nenhuma pessoa é igual à outra, pois cada ser humano de acordo com a sua educação familiar, sua crença religiosa, sua cultura, tem o livre arbítrio de hierarquizar e eleger o que há de mais importante como conduta moral e ética a ser observada e trilhada.
Ainda bem que essa forma de sentir e perceber as coisas, no ambiente em que estamos inseridos, é tão diferenciado de indivíduo para indivíduo, pois, o que torna a vida bastante interessante é o aprendizado de se conviver com essas diferenças, buscando um ponto de equilíbrio, por meio da harmonização dessas ações.
Cada indivíduo, dentro dos padrões aceitos pela sociedade, tem a liberdade de deliberar e decidir qual é a melhor forma de conduzir a sua própria personalidade, tendo a ética como a capacidade coligada a essa liberdade.
Segundo o eminente professor BITTAR (2009, p. 104 - 105): “Os pilares de uma sociedade podem ser os próprios valores por ela construídos, capazes de sustentá-la em períodos de crise, em momentos de conflito, em épocas de cortesia. Quais são esses pilares, senão os sólidos valores de preservação do indivíduo e da coletividade, construídos por processos históricos pela cultura de uma sociedade”.
Enfim, a ética deve ser racional e relativizada de modo a fortalecer ainda mais a moral, portanto, o saber ético não deve se ocupar somente das virtudes, mas também dos vícios humanos e das habilidades em lidar com o bem e com o mal, de modo a administrá-los da melhor forma possível, superando erros e buscando cada vez mais o aperfeiçoamento da moral e da justiça imparcial tão sonhada e almejada por muitos, para a construção de uma sociedade mais digna e mais justa e que valorize tudo aquilo que é bom e útil para toda a humanidade.

Referência Bibliográfica:

BITTAR, Eduardo C.B. Curso de ética jurídica: ética geral e profissional. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

NALINI, José Renato. Ética geral e profissional. 7ª ed. rer. atual. e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.



OBS. artigo produzido no Projeto de Extensão Vexata Quaestio - Questão Debatida.
Autor: Jose Alfredo Machado


Artigos Relacionados


O Conflito Entre Ética, Moral E PolÍtica

Ética No Direito

Afinal, O Que é ética? Todos Sabem Usa-lá?

Sobre Moral E Meio Ambiente

Ética

A InfluÊncia Da Ética Para Os Administradores

Ética E Moral Na Sociedade ContemporÂnea: VisÃo CientÍfica