OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO: INFORMAÇÃO OU MASSIFICAÇÃO AMORAL?



O Brasil após a ditadura promulgou um dos momentos históricos em que mais se apregoou a liberdade em todos os âmbitos, incluindo a liberdade de expressão e a comunicação midiática, porém tal liberdade atualmente é utilizada nocivamente em relação á sociedade.
Na ditadura como se sabe todos os conteúdos veiculados no rádio ou na TV eram severamente controlados pelo regime militar, o que lhes apetecia inseria-se na mídia, o que não descartava-se sumariamente. Emergindo desse período repressivo a Constituição de 1988 surge elegendo a total liberdade nos veículos de mídia, a partir da Carta Magna a censura não mais existia.
Apesar de a priori parecer bela tal idéia, deve-se alertar que a sociedade se livrou do controle militarista e se sujeita atualmente ao controle dos veículos de comunicação de massa. Tais veículos preocupam-se muito pouco com os princípios que serão transmitidos em seus programas, desde que gere elevado nível de audiência.
Em geral os programas de maior Ibope sempre contêm cenas de escândalos, vulgaridades de toda espécie, além de exaltar práticas que contrariam a educação familiar e a vida em comum.
Um exemplo observa-se nas telenovelas, nessas a família constituída nunca demonstra ser suficiente para proporcionar a tão sonhada felicidade, os cônjuges então a procuram fora do instituto familiar gerando divórcios, discussões pela guarda da prole etc.
Transportando para a vida pessoal a sociedade utiliza os estereótipos vendidos na mídia com se fossem verdades. A ética e a moral já não são mais consideradas, o que importa é garantir os lucros da emissora, independente das conseqüências sociais.
Da mesma forma que o consumidor é protegido por ser hipossuficiente, os telespectadores deveriam gozar de proteção quanto os conteúdos dos meios de comunicação de massa, a sociedade é manipulada todos os dias, os valores são sutilmente modificados, sem que se perceba, o consumo de produtos é induzido, a estética é toda ditada pelos meios de comunicação, e a ética é relegada a segundo plano.
As informações que supostamente têm escopo de atualizar e conceder as pessoas conhecimento, criam cada vez mais uma massificação de idéias, massacram a moral e consequentemente a sociedade e o instituto familiar que não consegue rivalizar, com o poder de convencimento midiático.
Em suma, a crise institucional, a falência familiar que se vive hoje, pode não ser totalmente causada pelos canais de mídia, porém é alimentada por eles. Não há possibilidade de se esperar mais de uma sociedade que é controlada pelo que é eticamente reprovável e pelo moralmente inaceitável.

OBS. artigo produzido no Projeto de Extensão Vexata Quaestio - Questão Debatida.
Autor: MARLI PAIÃO DE ANDRADE


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