A disputa interminável



Os conflitos entre israelenses e palestinos tramitam desde o século XIX, momento este em que o povo judeu, a tempo exilado, decidiu retornar a sua terra, agora habitada pelos palestinos, sob o domínio Otomano. Este desejo israelense foi denominado de Sionismo, vigente desde 1897, em que foi consolidado pela Declaração de Balfour, em que os judeus teriam direitos políticos próprio, levando assim a terem maiores estímulos na busca pela terra prometida.
Esta grande disputa está intimamente ligada à busca pela soberania e o poder sobre terras que envolvem questões tanto culturais como religiosas. Eles alegam a proteção de seus monumentos sagradas, e assim, continuam a lutar contra a divisão de terras, principalmente os palestinos, por não aceitarem um povo não árabe na mesma região.
Decididos a enfrentar o conflito, os judeus após a saída dos ingleses das terras ocupadas como colônias britânicas, declaram a criação do Estado de Israel, o que provoca a ira do Egito, Jordânia, Líbano, Síria e Iraque. Isso remete a inúmeras disputas entre eles, deixando os palestinos desprovidos de espaço nesta região da Faixa de Gaza, Cisjordânia e Jerusalém Ocidental.
Logo em seguida a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) foi criada em 1964, com o intuito de criar um Estado livre. Depois de inúmeras guerras, como a dos Seis Dias em 1967, em que Israel conquistou a Faixa de Gaza, do Monte Sinai, das Colinas de Golã, da Cisjordânia e Jerusalém Ocidental, e a de 1973 instaurada entre o Egito e Síria contra os países árabes e Israel, o Egito é o primeiro país árabe a assinar um tratado de paz com Israel, no entanto este não dura muito tempo.
Em 1982 Israel ataca o Líbano, com os argumentos de que estaria evitando as investidas terroristas da OLP, e que as bases estariam localizadas nesse país. Posteriormente ocorreu a primeira Intifada e sérios atentados contra os israelenses, entretanto em 1988, o Conselho Palestino aceita o acordo proposto pela ONU, criado então, o acordo de paz de Oslo, o qual não foi cumprido pela Palestina. Mais tarde, ocorre nova Intifada, mais especificamente em 2000. Nos últimos anos as tentativas de negociações de paz tornaram-se inviáveis.
Hodiernamente a maioria dos palestinos e israelenses concordam que a Cisjordânia e a Faixa de Gaza devem constituir Estado Palestino. Ocorre que, entre tantas disputas exageradamente sangrentas, o que encontramos é a grande influência dos Estados Unidos no Oriente Médio, e mais do que isso, participando de um conflito que há anos não encontra meios para ser solucionado.
Na verdade, o que mais interessa os países envolvidos é a criação de novas armas nucleares, as quais estão sendo cada vez mais temida pelos inimigos, pelo fato de serem capazes de matar até mesmo em nome de “deus”. Depois de tanto guerrear por interesses egoístas, os Estados Unidos está agora mais do que nunca fortalecendo Israel para juntos poderem combater o Irã em sua ambição atômica.
Depois de serem os dois países que mais entram em conflitos no mundo, Israel e EUA se unem por um interesse maior, a tão sonhada paz mundial. Na realidade Israel poderia muito bem desejar a tal paz, até porque se conseguir instalar o Estado almejado talvez colocasse um fim em tantas disputas, no entanto, os Estados Unidos procuram encobrir sua real intenção.
Nos últimos dias, o noticiário destacou que o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu disse que seu país está disposto a facilitar as negociações de paz no oriente médio, e também está pronto para dialogar sem “prévias condições”. Ele afirma ainda, que juntamente com o presidente dos EUA, Barack Obama estão dispostos a cooperação para estabelecer uma conversa direta entre palestinos e israelenses.
O líder israelense ainda destacou que seu país precisará de “acordo de segurança muito forte para que as áreas que abandonemos não se transformem em fortificações iranianas de onde sejam lançados foguetes e enviados terroristas contra nós, como aconteceu no Líbano e Gaza”.
Obama declara que é importantíssimo que as negociações diretas entre palestinos e israelenses ocorram antes do fim da moratória parcial de expansão dos assentamentos dos israelenses nos territórios ocupados, prevista pra setembro. Documentos apresentados pelo New York Times apontam que ao longo da última década pelo menos quarenta entidades norte-americanas arrecadaram mais de US$ 200 milhões em doações dedutíveis do imposto de renda e destinadas a assentamentos judaicos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
Foi dito que tais doções são destinadas a escolas, sinagogas e centros recreativos, mas que também há itens legalmente questionáveis, como construção de moradias e aquisição de miras para rifles. O que demonstra o grande interesse destes países.
Um confronto de tantos anos, com tantas tragédias, nos leva a crer a tamanha barbárie imposta ao ser humano todos os dias. Inexplicavelmente, ou melhor, como eles dizem, por motivos étnicos e religiosos tentam nos fazer consentir que ainda estão à procura da paz mundial, mesmo assim o que nos resta é aceitar o conflito e torcer para que ele não nos atinja.
Autor: Letícia L. Lourençon dos Santos


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