A IMPRENSA ANTIÉTICA.



O direito de informar e de ser informado há tempos foi consagrado mundialmente. Desde 1439, quando Gutemberg inventou a prensa móvel e o método de escrever os livros manualmente foi abandonado, o conhecimento e a informação disseminaram-se pelo mundo.

Não há mais como esconder, as notícias espalham-se pelo mundo mais rápidas do que um rastilho de pólvora, lembrando o famoso ditado popular. Gutemberg deu a largada, depois inventaram a televisão, o telefone, a internet...e imagina o que vem mais por aí. A capacidade inventiva do homem é fenomenal, sempre ávido por novidades.

Porém, esse grande salto da humanidade também traz malefícios quando usado por pessoas despreparadas e sem um mínimo de ética, atrás apenas de um “furo de reportagem” ou benefícios próprios.

A imprensa é uma ferramenta formadora de opinião, com capacidade para manobrar as massas, com um poder destrutível imensurável, podendo mudar os rumos da história de um país e até destruir a vida de uma pessoa. Por todos esses motivos, seu controle não pode estar em mãos erradas, em mãos de pessoas, digamos, inescrupulosas.

Segundo pesquisas, um quarto das concessões públicas de televisão do país estão nas mãos de políticos e, vejam só, no Maranhão, o índice chega a 90% (noventa por cento). Por que será que há tanto interesse de políticos em possuir um canal de televisão? Resposta fácil, a maioria dos eleitores, principalmente os de baixa renda, assiste televisão, ouve rádio e, às vezes, lê jornal. Negócio vantajoso em um país onde 16 milhões de brasileiros são analfabetos, influenciáveis por tudo que assistem e ouvem.

Casos recentes mostram o poder da imprensa sobre a opinião popular. O Casal Nardoni não foi condenado somente pelo Tribunal do Júri, mas também pela imprensa que, antes mesmo do julgamento, já havia proferido a sentença. A mesma coisa ocorre no caso do goleiro Bruno, a imprensa não fala outra coisa. A edição 634 da revista Época de 10 de julho já condenou o goleiro que, por enquanto, é somente acusado do crime, intitulando em sua capa o termo “indefensável”, com fotos exclusivas do inquérito policial. Bom, o vazamento das fotos e do conteúdo dos interrogatórios pertencentes somente à polícia é um bom tema para outro artigo de ética.

Será que os jornalistas sabem realmente o significado da ética no jornalismo? Se bem que ética não se aprende na faculdade ou nos livros, vem de berço, de formação familiar ou será que varia conforme a vantagem a ser auferida? Se é assim, qual é o preço da sua ética?
Autor: Anabel Carrasco Alcazas


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