EMPREENDEDORISMO: a contribuição das disciplinas humanísticas na formação do engenheiro civil empreendedor.



EMPREENDEDORISMO: a contribuição das disciplinas humanísticas na formação do engenheiro civil empreendedor.

Jalson Matos Ribeiro


“Conquistar o inimigo sem lutar é a habilidade mais elevada.”
Ginchin Funakoshi



Há milênios os seres humanos têm encontrado soluções aos seus problemas cotidianos a partir do exercício da reflexão crítica e sistemática sobre a realidade, e tal processo reflexivo constitui objeto de estudo de todas as ciências humanas. Grandes civilizações possuíam (e ainda possuem) uma visão profunda e positiva de seus futuros. Esta visão pode ser mensurada através da complexidade da engenharia de qualquer civilização, desde a História Antiga até o presente. A partir desta matriz de raciocínio, poder-se-ia afirmar que as ciências humanas têm importante função, também, na formação de engenheiros civis empreendedores.
A afirmação acima possui como pilar o fato de que em um mercado cada vez mais competitivo, vem se destacado dos demais o profissional capaz de aplicar os conhecimentos humanísticos adquiridos em disciplinas como: sociologia, comunicação, política, filosofia, metodologia, história, psicologia etc.
É ultrapassado pensar –neste sentido - na engenharia como puramente uma ciência dura e hermética, como também no engenheiro enquanto um profissional amalgamado por absoluta neutralidade científica (o que, em certo sentido, torná-lo-ia frio), que domina unicamente conhecimentos oriundos das ciências exatas.
A engenharia instrumentaliza-se de todas as matrizes de pensamento (arte, ciência, humanismo), e o engenheiro precisa dominar habilidades múltiplas, que em muito deveriam transcender aos cálculos e a física. Decerto calcular para o engenheiro não é mérito capaz de notabilizá-lo, visto que calcular é função inerente ao seu ofício. Mérito seria se interessar e, a partir daí, adquirir sólida base de conhecimentos humanísticos, pois as humanidades encerram em si elementos científicos que inexoravelmente contribuirão para o engenheiro tornar-se um empreendedor bem sucedido e, o mais importante, um profissional nutrido por valores éticos indispensáveis em uma pátria solapada por profundas contradições sociais.
Existem várias maneiras dos estudantes de engenharia e engenheiros já formados aproximarem-se dos debates e do conhecimento sobre empreendedorismo. Entretanto, vale salientar que seria um equívoco crer que tal conhecimento encontrar-se-ia apenas em feiras, seminários, manuais etc. Nestas situações os estudantes e o profissional de engenharia conseguirão auferir informações sobre a temática do empreendedorismo, como, por exemplo, o sucesso de outros empreendedores, o mercado de trabalho e seus componentes constitutivos, áreas em expansão etc. Porém, é fundamental ponderar que um aprendizado profundo sobre empreendedorismo está além de eventos, livros ou manuais: hoje o empreendedorismo é um dos traços sociais mais debatidos por diversas correntes humanísticas, e as disciplinas acadêmicas que versam sobre tais debates e correntes de pensamento são fontes de conhecimentos que transformam engenheiros em empreendedores e a engenharia na força motriz que leva a humanidade à prosperidade e ao desenvolvimento.
Assim, faz-se necessário aos empreendedores modernos conhecer sistematicamente as forças sociais – além das forças materiais - que contribuíram para a organização das sociedades. As ciências humanas permitem aos estudantes e profissionais de engenharia se imaginar, metaforicamente, na idade da pedra, no antigo Egito ou na civilização Maia, e tal capacidade de transmigração metafórica no espaço e no tempo certamente permite ao engenheiro encontrar soluções aplicáveis a sua realidade, espacialidade e temporalidade atuais, o que o transforma em um agente diferenciado e valorizado no competitivo mercado da engenharia.
Autor: Jalson de Matos Ribeiro


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