Ficha limpa
A “Ficha Limpa” tem escancarada demonstração da farsa embutida como moralizadora pelos legisladores.
Somente quando viram que seria proveitoso para os detentores do poder a aprovação desta lei é que se propuseram a aprová-la.
Está evidente que esta lei servirá para atender os interesses dos que estão no poder.
Devemos mantê-la, mas exigir do Judiciário a sua aplicação de forma justa, que é esta a sua finalidade.
Com o poder de decisão e julgamento atribuído a uma Justiça dominada pelo Sistema, uma Justiça a serviço dos mesmos que hoje dominam a consciência do povo, fica fácil entender que somente aqueles, não menos corruptos, que são contra o governo serão julgados e condenados para atender à “Ficha Limpa”, e aqueles também não menos corruptos que estão do lado do Sistema nunca serão julgados, e assim poderão se candidatar e se manter no poder para jogar o jogo do Sistema.
No escancaro e sem qualquer pudor, o Judiciário libera a candidatura de grandes corruptos de carteirinha por este Brasil afora e impugna muitas candidaturas de menor importância para mostrar serviço.
Isso só faz confirmar o nosso entendimento, que a lei da “Ficha Limpa” embora cheia de boas intenções só foi aprovada quando “eles” entenderam como vantajoso para o Sistema, que aumentou a arbitrariedade e impunidade, punindo os que são contra, e pela inércia e morosidade, nunca condenando, mas sim, inocentando os corruptos atrelados ao Sistema.
Neste entendimento, essa lei passa a ser usada para referendar e limpar a situação dos candidatos corruptos que interessa ao Sistema e condenar aqueles que a eles não interessam.
Quando vimos em nosso país vários corruptos serem inocentados na cara de pau e fazerem parte inclusive da coordenação de campanhas a presidente, fica difícil entender o que seja honestidade, integridade e moralidade.
O Governo cobra do Judiciário o compromisso de “Limpar” a ficha daqueles candidatos atrelados ao governo, e de forma escancaradas usa dois pesos e duas medidas para atender ao Sistema.
Todas as leis promulgadas neste país, que seja no âmbito Federal, Estadual e Municipal só são aprovadas quando atende ao Sistema, ou seja, na aplicação da “Ficha Limpa” todos os políticos corruptos atrelados ao Sistema serão referendados por essa lei, e os corruptos contrários e de fora do governo serão de imediato condenados, fortalecendo o Sistema com a proteção da lei.
Quando vejo intelectuais e formadores de opinião questionando a inconstitucionalidade da aplicação dessa lei para estas eleições de 2010, deveriam entender que a esta aplicação tão somente tem o caráter preventivo e moralizador, não punitivo, como querem fazer entender.
Quando um cidadão comum presta concurso público, sua avaliação passa pelos seus antecedentes sem preocupação de esperar que o Judiciário o condene em segunda instancia pra vê-lo fora do cargo pretendido.
Este procedimento privilegia a honestidade, isto é, o respeito às normas e às instituições públicas com referência aos candidatos a cargos de representantes do povo.
Quando vemos um ministro do STF possibilitando a candidatura de um político já condenado por corrupção, não é uma exceção da lei, mas um desrespeito ao interesse do cidadão honrado que abomina a corrupção.
Assim, enquanto os magistrados do mais alto grau da justiça desse país, persistir na impunidade desses “distintos”, a lei da “Ficha Limpa” será uma forma de esconder, de camuflar as sujeiras produzidas por estes corruptos, mas jamais acabará com a força do Sistema que manipula a consciência do cidadão.
A Educação não se mede pelo conteúdo, mas sim pela consciência do povo de uma nação.
Autor: Luiz Roberto Teixeira de Siqueira
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