No Meu Silêncio



 Foi no  silêncio que você entrou

preenchendo os versos   das minhas canções

As cartas de amor

o ventania espalhou na areia

da praia cinzenta

Os poemas 

Onde minha palidez foi revelada

São de histórias de alcova

Todas escritas

Na intimidade do

cárcere 

Eu sai da prisão

Receptiva aos abraços

 que se seguiram

Em cada jardim

Criei um afeto,

revelei segredos

Chorei nos braços de estranhos

Descansei nos poros de um jardineiro,

 que cultivava margaridas 

mãos generosas me acolheram

Ainda descanso no colo de uma mendiga  que

Que divide comigo seu farnel

Ainda tenho medo do escuro

A luz  do fim  do corredor esta acesa

Como um espantalho

Que afugenta o fantasma

 adormecido nas curvas da minha cintura


Autor: angelica rizzi


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