A EDUCAÇÃO EM ROMA



Da imposição do nome às crianças até a formação adulta
SUMÁRIO
A educação em Roma se baseia na presença de um retor, que ensina as artes superiores aos alunos. O ensino no ginásio ou na palestra consistia em aprender a ler, escrever e contar. A vida dos meninos era dedicada ao saber e na prática de ensinamentos que o pai lhe impunha, acompanhava o filho até a idade adulta, hora esta em que finalizava seus estudos e estava preparado para seguir a vida adulta. O fim dos estudos de um jovem romano era tradicionalmente festejado com uma festa onde lhe inscrevia no rol dos cidadãos romanos, que terminava com um sofisticado banquete.
Palavras-chave: 1. Roma 2. Ginásio 3. Palestra 4.Latim

Toda criança que nascia em Roma era colocado um medalhão ao pescoço quando completavam nove dias de idade. As meninas usavam até se casarem e os rapazes até chegarem à idade viril, hora em que o menino se tornava realmente homem e se preparavam para tornar-se um militar.
A bula consistia de duas peças côncavas de ouro presas uma à outra, contendo um amuleto. Esta finalidade era com o propósito de afastar mal olhado ou feitiçaria. Os romanos eram incrédulos e supersticiosos.
Era comum quando nascia uma criança o pai (pater) tinha o direito de rejeitá-la. Se caso o pai não a quisesse, muitas vezes, morria de fome ou de frio, ou era recolhida por especuladores, que a mutilavam para com ela explorar a caridade pública.
Se o pai a aceitasse, tomava-a nos braços e ao nono dia lhe dava um nome. É nesta ocasião que lhe colocava a bula em torno do pescoço. Todo romano possuía pré-nome, nome e cognome. Pela tradição o prenome é escolhido entre os dezesseis mais usados como: Marcus; o cognome é o apelido que se recebia mais tarde como: Cícero. Na idade adulta o jovem estava se chamando Marco Túlio Cícero.

A instrução até os 17 anos

Nos primeiros séculos da república romana era de praxe o menino crescer junto ao pai que lhe ensina a ler, a escrever, a contar e, principalmente, a ser rigoroso consigo mesmo, a cultivar o campo (agris), a defender seus direitos.
Esta tradição foi extinta depois da tomada de Tarento em 272 a.C., escolhem-se escravos gregos para serem mestres dos filhos. Os estabelecimentos de ensino ganham a vida em Roma. Todas as crianças, principalmente os meninos são obrigados a irem à escola para aprenderem as primeiras lições.
Na era clássica podem-se distinguir três grais de ensino:
a) Ludus correspondente ao ensino primário. O menino freqüenta o ludus desde sete anos até mais ou menos doze ou treze. Um escravo de certa idade, denominado paedagógus, acompanhava o menino levando-lhe pequenas tábuas. Por causa do calor do meio-dia, a aula romana iniciava-se antes do levantar do sol. Ao meio-dia, os alunos faziam a sesta e depois dela, continuavam as lições. Era comum a aula ser dada na pérgula, espécie de alpendre contíguo de algum edifício público, ficando os alunos expostos as distrações da vida cotidiana ao redor. Nas aulas era comum apenas terem alguns poucos meninos, com o propósito de facilitar o ensino, que era severo e rígido. Nas aulas os meninos aprendiam a ler, sibilando os vocábulos em latim e depois formavam frases, assim como acontece na educação primária hoje em dia. Naquele tempo não havia cadernos, as folhas de papéis eram coisas raras, por isso, os meninos traziam de casa uma tabuinha geralmente encerada e um ponteiro que era denominado de stilus, funcionava como um lápis.
Nas aulas ensinava-se a contar, coisa muito difícil para o romano, em virtude do sistema duodecimal adotado entre eles, fato é que os romanos não se importavam muito com isso, pois para eles a escrita era mais acessível. Os alunos contavam pelos dedos, ou servindo-se do ábaco, pequeno quadro utilizado para calcular, era a calculadora primitiva.
Os castigos eram severos, sendo os maus alunos punidos com varas. Mesmo depois de o aluno ter começado a freqüentar o Ludus, continuava a sua instrução em casa. O filho homem era amigo íntimo do pai. Deste recebia informações práticas sobre a agricultura, a política ou sobre qualquer empreendimento em que o pai estivesse interessado. O menino junto com o pai aprendia a cavalgar, a nadar, a lutar e manejar as diversas armas de guerra.
b) Gramática. O segundo período na formação do jovem romano era o da gramática, desde os 12 ou 13 até pelos 16 anos. No local onde aconteciam as aulas colocavam-se bustos de autores célebres e baixos relevos. Explicavam-se os poetas gregos como Homero, Hesíodo, Menandro, primeiro em traduções do grego ao latim, depois no próprio original, e também dedicavam a estudar os poetas latinos Lívio Andronico, Terêncio e, mais tarde, Vergílio e Horácio.
O professor fazia observações sobre a gramática, métrica, mitologia, história literária, física, geografia e tudo quanto pudesse esclarecer o texto. Num todo os alunos adquiriam uma infinidade de conhecimento analisando os textos dos clássicos.
Os alunos decoravam os trechos explicados em aula e fazia pequenas composições, reduzindo às prosas excertos de um determinado poeta ou escrevendo pequenas narrações.
c) Retórica. Com 16 anos o jovem começava a freqüentar o retor, que lhe ensina eloqüência. O aluno aplica-se em escrever discursos imaginários e declamá-los com a ajuda do professor, que lhe corrigia fazendo reparos sobre a elocução, os gestos e postura, etc.
Aos 17 anos o jovem deixava definitivamente a de freqüentar a escola, o retor, e torna-se homem como exigia os padrões da Roma antiga.
Abandonado o ensino do retor, realizava-se uma cerimônia especial em família. De manhã o rapaz despia solenemente a toga pretexta que era composta de orlas de púrpura, e vestia a toga viril completamente branca e lhe retiravam a bula, colocada desde quando era bebê.
A seguir havia uma procissão ao foro, em que parentes, amigos e escravos acompanham o jovem. No foro o seu nome era inscrito oficialmente no rol dos cidadãos de Roma. Ofereciam-se aos deuses sacrifícios e o dia terminava com um alegre e sofisticado banquete.
Estas honrarias marcavam o fim da educação do jovem romano. Se caso o jovem, que agora era visto como homem regido sobre as leis romanas, quisesse aperfeiçoar-se, era mandado para a Grécia, passando alguns anos na pátria da eloqüência e das artes, da filosofia, era o lugar onde o conhecimento era uma prática idolatrada, ao contrário dos romanos, que viviam para a política e o direito, enquanto na Grécia, a filosofia, arte de conhecer todas as coisas e descobrir suas verdades, era a manifestação mais freqüente. Um dos romanos que aperfeiçoou seus conhecimentos em solo grego foi o memorável César Augusto, em seguida de Cícero e Horácio.
Autor: Guilherme


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