A Verdadeira Independência do Brasil



(Histórico artigo de Paiva Netto, publicado em 7/9/1986)

Sete de Setembro de 1822.

Às margens do Ipiranga, Pedro I (1798-1834) dá o famoso brado: “Independência ou morte!”.

É o que aprendemos no colégio.

Mas o Brasil ficou realmente livre?

Não é preciso ir à escola para responder. Sabemos quantos passos nos faltam até que alcancemos a libertação de todas as etnias da miséria material, mental e espiritual. Enquanto houver penúria na casa de um brasileiro, a Independência não terá sido integralmente realizada.

Geratriz do progresso

O grande erro dos dirigentes dos povos tem sido ignorar, à beira do Terceiro Milênio (estávamos em 1986), que o Evangelho e o Apocalipse de Jesus têm as soluções para os problemas modernos. A Boa Nova do Senhor da Terra fala ao Ser Humano e ao seu Espírito eterno. E ele é a geratriz do progresso. Sem a Criatura Humana não há o trabalho nem o capital. Mesmo com o crescimento do poder tecnológico, mudando os empregos de feição, como ocorreu, por exemplo, na primeira e na segunda revoluções industriais — a do carvão e a da eletricidade — não cessará a demanda por serviço.

A riqueza de um país está no coração do seu povo. No entanto, nações inteiras ainda sofrem miséria... Convém lembrar que barrigas famintas e espíritos frustrados geralmente não estão dispostos a ouvir. O escritor e político brasileiro José Américo (1887-1980), numa hora de amargor, declarou: “Escândalo é morrer de fome em Canaã”. E Santo Ambrósio (340-397), mentor de Santo Agostinho (354-430), asseverava: “Se possuis grandes riquezas e teu irmão passa fome, és ladrão. E se o necessitado morre, és assassino”.

Numa época em que pelo avanço da tecnologia as expectativas de produção ficam ultrapassadas, a fome é realmente um escândalo! Anacronicamente, nunca o mundo conheceu por um lado tanta fartura e por outro tanta miséria. E isto poderá arrastar o planeta mais uma vez à guerra (e não me refiro a uma batalha qualquer, dessas que a todo instante explodem, levando dor e sofrimento a populações localizadas).

Economia da Solidariedade Humana

Falta Solidariedade à Economia, conforme declarei ao lançar, ainda na década de 1970, a Economia da Solidariedade Humana, parte vital componente da Estratégia da Sobrevivência (...).

Os impedimentos de ordem interna são mais prejudiciais ao progresso de um povo que os de natureza externa.

Como pregava o saudoso fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979), tanto a liberdade quanto a escravidão nascem do Espírito do Homem. Daí, a advertência do Cristo quanto à liberdade que apenas é alcançada pelo Conhecimento da Verdade Divina (Evangelho segundo João, 8:32).

Paiva Netto
Diretor-Presidente da LBV
[email protected]
www.paivanetto.com.br
Autor: Paiva Netto


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