TERAPIA, IMPORTANTE PARA O HOMEM, VITAL PARA O TERAPEUTA



Até que ponto o homem tem noção dos seus conflitos, necessidades e a forma de trabalhá-los sem projetá-los? Essa questão é de extrema importância tanto para os terapeutas quanto para seus pacientes.

Quantas vezes escutamos um relato e nos identificamos?  

O problema ocorre quando o terapeuta começa a projetar (sentimentos, impulsos, padecimento, pensamentos indesejáveis e inaceitáveis em outrem) ou a transferir (atribuir inconscientemente características do pai, mãe ou irmão ao paciente) seus materiais para o paciente.

O normal é que ocorra o inverso, o paciente é que deve transferir para o terapeuta inconscientemente as características de seus familiares. E caso o terapeuta faça uma contra-transferência, isto se deve a carência deste profissional e a problemas não resolvidos.

Como profissional temos que estar atentos tanto para interpretar qualquer um dos mecanismos quanto os nossos sentimentos, caso contrário ficamos vendidos no relacionamento e impedidos de trabalhar em benefício do paciente.

A necessidade de se submeter ao processo terapêutico ainda é um tabu. Há uma enorme resistência tanto por parte dos terapeutas quantos dos pacientes em permitirem serem tratados.

O grande dilema é: Até que ponto é real o desejo de se conhecer de verdade? Descobrir quem somos, retirar as máscaras, aceitarmos quem somos e como somos, nossos erros e acertos, sermos verdadeiros, autênticos sem medo.Para tal, é exigido comprometimento. Ser verdadeiro requer uma construção diária permanente perante uma sociedade hipócrita. E não é qualquer um que tem força e determinação para tal.

O homem não deve se sentir diminuído por ser inapto a se conhecer, quantos não conseguem encarar as realidades da vida e nem por isso deixaram de viver. Claro que muitas das vezes vivem ansiosos ou apresentam quadros depressivos e aí culpam o stress que estão atravessando, mas nunca olham para dentro de si e não percebem que para ser aceito nos ditames da sociedade é necessário uma adequação a força, que execra o homem do seu eu verdadeiro.

Muitas das vezes somos senhores da teoria, sábios das palavras, mas saber a teoria não nos faz compreender o que se passa no nosso eu. A compreensão da teoria significa que entendemos o que lemos e não que vivenciamos na própria pele esses significados ou que estamos despidos de resistências. Esse é o diferencial que faz com que a terapia seja vital tanto ao terapeuta quanto ao homem.


Autor: Carmen Regina Souza


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