De Volta ao Quarto 666



De Volta ao Quarto 666Por Eduardo Pereira Soriano O curta documental realizado por Gustavo Spolidoro, "De Volta ao Quarto 666", tenta refletir a filosofia empregada por Win Wenders a quem havia realizado o filme "Quarto 666" em 1982. Onde neste, cada um dos diretores falava sua opnião em relação ao desenvolvimento do cinema e sua decadência em razão dos inovadores meios de comunicação.  Falar sobre o futuro do cinema é quase que desprovido. Numa época em que vivemos cercados de tantos meios de comunicação que se desenvolvem mais e mais aumentando sua demanda. O cinema torna-se ultrapassado, linchado, esses novos meios tomam espaço de acordo com a expansão do mercado consumista. Mas e a arte em si, que durante tão longos séculos pôde ser apreciada e conservada, estaria ela perdendo todo seu espaço em meio ao turbilhão de tecnologias e culturas de massa, ou estaria se expandindo junto a essas inovações? Essa é a proposta de "De Volta ao Quarto 666", que por meio de uma linguagem objetiva, cita as transformações que se sobreporam ao cinema ao longo das últimas décadas. Uma das mais notáveis é a televisão, que não só expandia-se direcionada ao lucro, fez com que o mundo inteiro a adotasse por ser mais acessível que o teatro e o cinema. O VHS, usado até o início deste século, havia tomado grande parte do público do cinema reduzindo-o, já que não seria mais necessário sair de casa para se divertir com um filme. Mas ao mesmo tempo que o prejudicava em aspéctos comerciais, acabava facilitando de forma técnica o processo de filmagem, pois era portátil e dava mais liberdade a quem manuseava uma câmera.     As tecnologias ao que parece, vem sempre sendo substituídas. E "De Volta ..." acaba por profetizar a extinção destes meios relacionando-os ao cinema, que sobre sua visão não acabaria extinto, por mais que fosse submisso. Ao falar do mundo digital, emprega que o cinema pode tanto se expandir como tornar-se maior técnicamente, como através de sua edição que tornou-se mais facil. E não só ao que fala Win Wenders- que é posto na fita como um entrevistado- o filme se limita, este por vez, abusa dos métodos discutidos, como ao usar efeitos ópticos de colagem para demonstrar o avanço digital nos filmes, a que a muito tempo atrás, seriam inimagináveis. "Em 1982, a palavra digital não estava em nossos dicionários", afirma o personagem entrevistado. Win Winders cita vários exemplos relacionados ao uso das câmeras digitais, tal como sua facilidade de locomoção, qualidade de imagem e, o tempo que a fita suporta uma gravação, pois quando usavam-se os rolos de metragem, esse tempo seria bem mais limitado.   A partir do título o espectador ja têm a sensação de que verá algo apocalíptico, mas parece que a idéia de Gustavo Spolidoro era justamente trazer uma visão sombria para aprisionar o expectador em meio ao caos tecnológico e industrial que o cerca. O filme trás uma certa revolta ao que seria um "cinema mentiroso", feito a partir destas condições.      De Volta ao Quarto 666, pode parecer um filme completamente desnecessário aos seus 15 minutos a que ficamos submetidos, pois as voltas que o filme da em suas discussões, só nos leva ao mesmo plano, que seria a realidade de nosso cotidiano. Mas na visão dos artistas, pode parecer preocupante, pois estes enchergariam um futuro onde sua autenticidade estaria em risco e é justamente o que leva a refletir concretizando sua mensagem principal. 
Autor: Eduardo Soriano


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