Criação de vida com células-tronco



Em meados do século 18 o suíço Abraham Trembley percebeu que a pequena hidra, com seus tentáculos ao redor da boca, era capaz de se regenerar completamente mesmo que picada em vários pedaços. Assim, influenciou gerações de cientistas que buscavam compreender como alguns organismos conseguem reconstituir partes do corpo. Além disso, criou novas fantasias no imaginário popular que, desde tempos muito remotos, busca o reparo infinito de tecidos e órgãos, ou seja, a imortalidade.Sabe-se, entretanto, que a capacidade de regeneração do corpo humano é intimamente limitada. Os tranplantes seriam uma solução, mas que não resolve a enorme demanda por órgãos de reposição e o desgaste do organismo causado pelo envelhecimento. Então surgiram as células-tronco e, com elas, a velha esperança de chegar mais perto da eternidade. Aqui uma observação: célula-tronco é a tradução do inglês stem cell, o nome dado às células de plantas que têm a capacidade de se regenerar. Hoje, esse termo é usado para identificar qualquer célula que, ao se dividir, é capaz de se autorrenovar ou formar novos tecidos e órgãos.As mais versáteis e famosas são as retiradas de embriões humanos. Celas não são as únicas: uma equipe liderada pelo cientista japonês Shinya Yamanaka, em 2007,  surpreendeu o mundo ao tornar células adultas tão versáteis quanto as embrionárias. O que Yamanaka fez foi reprogramar células retiradas da pele de seres humanos; ou seja, na prática, ele criou células-tronco a partir de células comuns. Uma bela revolução!O mais fantástico ocorreu em julho de 2009, quando o pesquisador iraniano radicado no Reino Unido Karim Nayernia deu mais um passo: anunciou a criação de espermatozoides a partir de células-tronco embrionárias humanas. E foi além, prometendo para muito breve a criação de células germinativas provenientes de células não embrionárias geradas da pele. Nayernia está abrindo a seguinte porta: gerar vida a partir de um apanhado de células da pele. Ou seja: mais do que concretizar o antigo sonho da vida longa, o iraniano quer usar a técnica para gerar vida em laboratório. Não é maravilhoso?!A porta está aberta, ainda que não esteja claro se esses espermatozoides realmente serão capazes de fecundar um óvulo e iniciar um processo de reprodução humana. Duas mulheres poderão gerar uma criança! Até mesmo uma criança poderá gerar outra criança!São novas formas de começar uma vida. Cetamente abrirão uma série de discussões éticas, mas acabarão por beneficiar a sociedade muito mais do que prejudicá-la. Até porque posso apostar que é a maneira tradicional de fazer bebês vai prevalecer!
Autor: Bernardo M Cazella


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