Biocombustíveis: de primeira ou segunda geração?



Biocombustíveis: de primeira ou segunda geração?

 

            O que são biocombustíveis de primeira geração? E de segunda geração? Esse pequeno texto é uma tentativa de apresentar esses conceitos.

 

            Biocombustíveis de primeira geração, no caso da cana-de-açúcar, são aqueles gerados pelo processamento industrial do colmo, ou seja, do caule da planta. No caule há açúcares disponíveis para sofrerem o processo de fermentação e, assim, consegue-se a  obtenção do etanol.

 

            Por outro lado, biocombustíveis de segunda geração são aqueles obtidos através da fermentação de açúcares presentes no bagaço e na palhada da cana. Esses biocombustíveis ainda não estão no mercado. Ao contrário, eles estão em fase de intensa pesquisa para a busca de um processo industrial economicamente viável. Portanto, todo o etanol que há nos postos de abastecimento de veículos é oriundo da primeira geração de biocombustíveis. A pesquisa está sendo feita para obtenção de processo industrial que faça com que açúcares presentes na celulose do bagaço e da palhada possam, por meio de algum processo, serem liberados e desse modo possam estar disponíveis para sofrerem a fermentação, como o que ocorre com a sacarose oriunda do colmo da cana.

 

            Diante da prospecção por uma tecnologia economicamente viável, o setor ambiental pode se beneficiar uma vez que se os biocombustíves de segunda geração começarem a ser produzidos, aumentar-se-á a produtividade de etanol por hectare de terra plantada com cana, já que além do colmo, o bagaço e a palhada estariam também fornecendo açúcares para a produção. Com isso, não haveria a necessidade de se plantar em novas áreas. Em outras palavras, não haveria a necessidade de, por exemplo, derrubar alguma floresta para plantar cana. Por outro lado, vale lembrar que muitas vezes, se a palhada é deixada no campo, ela atua cobrindo o solo mantendo-o protegido contra o impacto direto das gotas de chuva que colaboram para gerar erosão. Portanto, se por um lado, ganha-se produtividade por área, por outro, pode-se diminuir a proteção do solo nessas áreas podendo acarretar em menor produtividade devido à maior degradação do solo.

 

Preparado a partir de:

 

Biomcombustíveis de segunda geração: o futuro passa por aqui. Revista Brasileira de Bioenergia, ano 3, n.7, 2009.

 

 

 


Autor: Luiz Felippe Salemi


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