FORÇA DAS ÁGUAS



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FORÇA DAS ÁGUAS: HIDRELÉTRICAS GRANDES FONTES DE ENERGIA

Caroline Rosa Mesquita ¹

 

RESUMO  Este artigo tem como objetivo traçar uma breve análise das características das principais hidrelétricas do mundo, focando as maiores usinas do Brasil além de estabelecer posicionamentos a cerca da questão.

Palavras- Chave: hidrelétrica, rios, vazão, cheias, energia.

O homem construiu as grandes usinas hidrelétricas, que constituem a utilização da energia dos planos inclinados dos rios para a posterior geração da eletricidade. Hoje, um quinto de toda energia elétrica do mundo é produzido pelo aproveitamento dos cursos de água.

O fluxo das águas de um rio é influenciado pelas chuvas aumentando o volume na estação das águas e diminuindo na estação das secas. Desse modo, a vazão dos rios se modifica de acordo com a estação do ano. necessário estudar muito bem o regime de um rio antes de começar a edificação de uma usina. Se uma usina hidrelétrica for projetada para trabalhar com a vazão mínima, nas cheias ela se inundará e desperdiçará muita água; se, ao contrário, for projetada para aproveitar as cheias, suas turbinas ficarão quase paralisadas no período das secas.

Os rios mais adequados para a construção de hidrelétricas são os dotados de maiores desvios, mas são justamente estes os mais sujeitos a grandes variações da vazão. Então, para o aproveitamento de rios desse tipo, é necessário regularizar a vazão, a fim de que a usina possa funcionar o ano inteiro, com toda a potência instalada.

As usinas hidrelétricas tem se findado como importante mecanismo de obtenção de energia renovável,

 


¹ Acadêmica do curso de Licenciatura Plena em Geografia do Instituto Federal de Educação,  Ciência e Tecnologia do Pará  IFPA. Pós Gradudanda em Educação para Relações Étnico-Raciais.

AS POTÊNCIAS HIDRÉLETRICAS MUNDIAIS

Segundo o Renewables Global Status Report 2006, no mundo todo, as usinas hidrelétricas produziram 19% da eletricidade consumida em 2005. As usinas hidrelétricas produzem um total de 930 mil megawatts, energia equivalente a cerca de 5 bilhões de barris de petróleo, o que evidencia a importância econômica dessa fonte de energia.

Existem nações que se destacam nesse contexto, e uma delas é a China que possui atualmente a maior hidrelétrica do mundo em capacidade instalada. Localizada na República Popular da China, no Distrito de Sandouping, no rio Yangtsé, a usina hidrelétrica Três Gargantas foi concluída em 2009. Seu reservatório, em nível normal (175 metros), com 1.084 Km2 de área, acumula 22,15 bilhões de metros cúbicos de água, e potência de 22.400 megawalts.

A Venezuela possui a terceira maior usina hidrelétrica em potência instalada, a Guri, localizada na parte oriental do país. A potência instalada da usina é de 10.200 MW. Além da própria Venezuela, o Estado de Roraima também consome energia produzida pela usina.

Os Estados Unidos aparece como o país que possui o maior número de hidrelétricas. Existe mais de 2.000 usinas hidrelétricas em funcionamento, tornando a hidroeletricidade a maior fonte de energia renovável do país. O país conta ainda com a quinta maior hidrelétrica em capacidade, a Grand Coulee localizada no Rio Columbia, em Washington, produtora de 6494 MW.

A Rússia completa o rank das 8 maiores hidrelétricas do mundo com as usinas Sayano Shushenskaya e Krasnoyarsk, que possuem potência de 6.400 e 6.000 MW, respectivamente.

BRASIL UMA POTÊNCIA HIDRELÉTRICA

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Brasil está entre os cinco maiores produtores de energia hidrelétrica no mundo. Atualmente operam no país 158 usinas hidrelétricas, que produzem um total de mais de 74 mil kW (maio/2007). Já estão em construção outras 9 usinas. Outras 26 outorgadas entre 1998 e 2005 ainda não iniciaram sua construção. Essas usinas hidrelétricas são construídas em locais onde se pode melhor aproveitar as influências e os desníveis dos rios, que geralmente estão distantes dos centros consumidores. O sistema eletroenergético brasileiro vem operando de forma coordenada, buscando dessa forma minimizar os custos globais de produção de energia elétrica.

O Brasil possui a segunda e quarta maior usina hidrelétrica do mundo, as usinas de Itaipu e Tucuruí que possuem 14.000 e 7.000 MW de potência instalada. A usina Hidréletrica de Itaipu é localizada no rio Paraná, na fronteira Brasil-Paraguai. No ano de 2008, a usina geradora atingiu o seu recorde de produção, com 94,68 bilhões de quilowatts-hora, fornecendo 90% da energia consumida pelo Paraguai e 19% da energia consumida pelo Brasil JáA a Usina Hidrelétrica de Tucuruí, é a maior usina 100% brasileira em potência instalada com seus 7.000 MW, uma vez que a Usina de Itaipu é binacional. O vertedor de Tucuruí é o maior do mundo com sua vazão de projeto calculada para a enchente decamilenar de 110.000 m³/s, pode, no limite dar passagem à vazão de até 120.000 m³/s. Tanto o projeto civil como a construção de Tucuruí e da Usina de Itaipu foram totalmente realizados por firmas brasileiras, entretanto, devido às maiores complexidades o projeto e fabricação dos equipamentos eletromecânicos, responsáveis pela geração de energia, foram realizados por empresas multinacionais.

O Brasil conta ainda com mais cinco grandes potências hidrelétricas que estão em fase de planejamento: a usina de Belo Monte, que teve o projeto aprovado recentemente, com localização no rio Xingu, potência instalada de 11.233 MW, o que a tornará a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira, ultrapassando Tucuruí; as usinas São Luiz do Tapajós, em fase de projeção, com capacidade de 6.138 MW, sua licitação está programada para ser realizada no ano de 2011 e a primeira unidade de geração entrará em funcionamento em 2017 e A Usina Hidrelétrica Jatobá 2.338 MW, que quando concluída, será a segunda maior do Complexo do Tapajós, com licitação  programada para ser realizada no ano de 2011 e a primeira unidade de geração em funcionamento em 2017; e a usina hidrelétrica de Jirau, em construção no Rio Madeira, com capacidade instalada de 3.450 MW e juntamente com a de Santo Antônio (capacidade de 3.150 MW), também em construção no mesmo rio, é considerada fundamental para o suprimento de energia elétrica no Brasil a partir de meados de 2013.

 ITAIPU E TUCURUÍ UMA ABORDAGEM HISTÓRICO-GEOGRÁFICA A usina de Itaipu resultou de negociações entre Brasil e Paraguai na década de 1960. A Ata do Iguaçu, assinada em 1966 pelos ministros das Relações Exteriores do Brasil e do Paraguai assegurou o uso bilateral dos recursos hidráulicos do trecho do rio Paraná onde hoje está a usina. Em 1970, um consórcio formado por uma parceria entre empresas dos Estados Unidos e da Itália venceu a licitação para elaboração do projeto, que entrou em fase de construção quatro anos depois. Em 1978, o rio Paraná foi desviado, abrindo-se um canal que permitiu secar um trecho do leito original, onde foi construída a barragem de concreto.  Um acordo assinado em 1979 pelos dois países pioneiros no projeto mais a Argentina estabeleceu novos parâmteros de uso dos recursos hidráulicos no trecho do rio Paraná.. O Acordo Tripartite regulou os níveis do rio e as variações permitidas para os diferentes empreendimentos hidrelétricos na bacia comum aos três países. Em 1982 teve início a formação do reservatório da usina. Em apenas duas semanas, o lago de Itaipu, com 1.350km², foi totalmente preenchido, fazendo com que as águas subissem 100m. Durante o enchimento, dezenas de equipes salvaram espécies de animais da região, numa operação que ficou conhecida como Mymba Kuera. A usina entrou em operação em 5 de maio de 1984, quando começaram a funcionar as duas primeiras unidades geradoras. Desde então até 1991, foram instaladas novas unidades ao ritmo de duas a três por ano, até chegar às atuais dezoito unidades, responsáveis por toda potência da hidrelétrica. Mas o projeto original da usina previa a instalação de até vinte unidades geradoras, de acordo com as necessidades do Brasil e do Paraguai. O contrato para instalação das duas novas turbinas, no próximo ano, foi assinado em novembro de 2000 pelos presidentes do Brasil e do Paraguai. O elefante branco, como foi chamado durante a fase de construção, se expande para fornecer energia elétrica a milhões de brasileiros e paraguaios, levando progresso e industrialização aos dois países.

Por volta de 1957, começaram os primeiros estudos para a construção de uma hidrelétrica e assim aproveitar o potencial do rio Tocantins. Esses estudos iniciais continuaram pela década de sessenta. Mas os trabalhos para a construção da hidrelétrica só foram intensificados na década seguinte.

A construção da Vila Permanente para abrigar os operários, engenheiros e demais funcionários da obra foi executada juntamente com um aeroporto moderno, um porto fluvial e um grande hospital para atender a todas as pessoas da região, funcionários da obra ou não.

As vilas da ELETRONORTE, verdadeiros condomínios fechados, são o primeiro mundo encravado na Amazônia com água e esgoto tratados, ruas pavimentadas, supermercados, escolas de diversos níveis, inclusive escolas técnicas, e creches.

A obra principal , sendo uma barragem de terra , quebrou todos os recordes mundiais de terraplenagem. Pode-se destacar ainda as obras da casa de força, do vertedouro  (o maior do mundo), da eclusa e da grande linha de transmissão que interliga Tucuruí a Sobradinho no Nordeste do Brasil.

Finalizada a primeira etapa da construção da hidrelétrica, com 4.000 MW, em 1984 , a desativação gradual das vilas Temporária I e II propiciaram uma melhoria na infra-estrutura urbana de Tucuruí. Os estudos hidráulicos e o projeto das turbinas foram relizados na França pelo laboratório da NEYRTEC na cidade de Grenoble. Seis turbinas foram costruídas no Brasil e as outras seis na França.

A Usina Hidrelétrica Tucuruí foi inaugurada em 22 de novembro de 1984 pelo presidente João Batista de Oliveira Figueiredo. Com os royalties da produção de energia elétrica e da área inundada pela barragem, Tucuruí só perde em arrecadação para a capital do Estado. Assim é que a cidade, a partir dos anos noventa, muda radicalmente a sua face. Passando a dispor de uma belíssima urbanização e a gozar de uma boa infra-estrutura governamental.

Foi com o advento da obra da hidrelétrica que fez-se a reforma agrária às margens do lago da hidrelétrica, onde foram construídas estradas vicinais e assentados milhares de pequenos agricultores. A inundação de vários povoados pelo lago da hidrelétrica obrigou a ELETRONORTE a construir dois povoados com infra-estrutura urbana: Novo Repartimento na porção sudoeste e Breu Branco a leste, emancipados de Tucuruí em 31 de dezembro de 1992.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todas as hidrelétricas produzem impactos, sejam ambientais, sociais ou culturais. O grau desses impactos está diretamente relacionado com o tamanho, modelo, local de implantação e diferem de uma hidrelétrica para outra. A construção de hidrelétricas e conseqüentemente suas barragens e lagos causam diversos impactos sociais e ambientais negativos, como o caso do alagamento de povoados de Tucuruí citado acima. As populações são atingidas direta e concretamente através do alagamento de suas propriedades, casas, áreas produtivas e até cidades. Existem também os impactos indiretos como perdas de laços comunitários, separação de comunidades e famílias, destruição de igrejas, capelas e inundação de locais sagrados para comunidades indígenas e tradicionais. Na área ambiental o principal impacto costuma ser o alagamento de importantes áreas florestais e o desaparecimento do habitat dos animais. Muitas vezes a hidrelétrica é construída em áreas onde se concentram os últimos remanescentes florestais da região, desmatando e inundando espécies ameaçadas de extinção. É indiscutível a importância que as hidrelétricas desempenham enquanto fonte de energia atualmente, e a necessidade de se ampliar esse recurso. Mas o planejamento sustentável deve ser prioridade, acompanhando os interesses da sociedade local a curto e longo prazo, e da manutenção e preservação dos ecossistemas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Renewables Global Status Report 2006. Disponível em: www.ren21.net

Centrais Hidrelétricas em operação no Brasil. Disponível em: www.aneel.gov.br

Elefante branco em expansão - Usina Itaipu. Disponível em: www.miniweb.com.br. Acessado em: 15/12/2009. Fonte: Barsa Planeta Internacional maio  2004

Usina hidrelétrica de Tucuruí. Disponivel em: www.tiosam.com. Acessado em: 15/12/2009.


Autor: Caroline Mesquita


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