ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA NO ENSINO MÉDIO



Introdução

As novas dinâmicas sociais impostas pela contemporaneidade têm fomentado a substituição de modelos educacionais e culturais antigos e hegemônicos, em detrimento da multiplicidade de situações, conceitos e valores que a todo instante se nos apresenta. O tema da diversidade cultural assume, nesta perspectiva, um espaço prioritário, tornando-se, cada vez mais, um elemento indispensável ás práticas sociais e, conseqüentemente, ampliando as discussões sobre o real sentido da palavra democracia.

A questão da democratização do conhecimento tem feito parte, neste contexto, dos constantes debates sobre os rumos da educação brasileira no desafiador contexto do século XXI, que exige definições de valores e comportamento.

Neste cenário educacional, as discussões sobre a inserção da Língua Espanhola no currículo do Ensino Médio, de forma obrigatória, por determinação da lei 11.161, de 05 de agosto de 2005, em horário regular,nas escolas públicas e privadas brasileiras que atuam nesse nível de ensino, nos tem chamado a atenção sobre a necessidade de incorporar ao ensino de idiomas no país um caráter efetivamente democrático, sobretudo na rede pública, o que tem sido historicamente negado por conta de políticas públicas educacionais que reafirmam cada vez mais o monopólio lingüístico exercido pela expressiva oferta da língua inglesa nas instituições públicas e particulares, em todo o território nacional.

A realização desta pesquisa parte do pressuposto básico de que o processo de inserção da Língua Espanhola no currículo do ensino médio é um imprescindível instrumento de democratização do ensino de idiomas na rede pública e, sobretudo, de inclusão. Primeiro, porque permite ao aluno eleger o idioma que deseja estudar, neste nível e segundo, porque lhe possibilita entrar em contato com o universo de informações e conhecimentos que, diariamente, são inseridos na cultura brasileira, por meio da língua castelhana.

É resultado, também, de leituras, investigações e experiência docente, mas principalmente objeto de constantes inquietações profissionais, a partir da análise da trajetória do ensino de línguas na escola pública.O descaso em relação á oferta do espanhol, no Brasil, ultrapassa os últimos cinco anos, é histórico.

Neste sentido, as páginas que seguem objetivam refletir sobre a relevância da inserção da Língua Espanhola no currículo do ensino médio da Escola Pública como instrumento de democratização e propõe como conseqüência disso, a implantação de políticas educacionais para o ensino de língua, a partir de uma visão plurilíngüe e democrática.

Desta forma, tem como objetivos, além de fomentar as discussões sobre o tema proposto, propor ações para o ensino da Língua Espanhola na rede pública, repensar a função educacional do ensino de idiomas no Ensino Médio, sobretudo na escola pública e refletir sobre a importância da diversidade lingüística para ensino de idiomas na escola.

O tema proposto para análise neste artigo, encontra-se em fase de pesquisa inicial, visto sua complexidade e amplitude, o que exige posteriormente seu aprofundamento a partirde levantamento bibliográfico mais apurado, de forma que a ampliação de sua leitura possibilita, também, a ampliação de novas e interessantes discussões.

1. O aspecto democrático do ensino do Espanhol na escola pública: uma exigência da contemporaneidade

Desde as primeiras civilizações a aprendizagem de línguas estrangeiras sempre representou um importante mecanismo de interação e comunicação social.A necessidade de saber outros idiomas, assim como estar em contato com outros povos sempre fez parte da realidade humana, sobretudo por razões econômicas, diplomáticas, comerciais e militares. É incontestável, portanto, o relevante papel que o conhecimento de um idioma desempenha na vida do sujeito.

Sabe-se bem que o alargamento do universo cultural é um direito de todo cidadão e a língua estrangeira é, por excelência, um imprescindível instrumento para sua promoção, assim como é bem sabido que sua escolha depende de um conjunto de necessidades do aprendiz o qual deve subsidiar seus esforços em direção ao processo de aprendizagem.

A aprendizagem de uma língua estrangeira, juntamente com a língua materna, é um direito de todo o cidadão, conforme expresso na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e na Declaração Universal dos Direitos Lingüísticos. Portanto, permitir ao aluno ter acesso e escolher, por si mesmo, conhecer outra cultura se configura como um exercício pleno da democracia e a escola, enquanto espaço legítimo para sua realização, não pode eximir-se disso.

No artigo 36 da lei 9394/ 96, disposto na LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, no tópico direcionado ao ensino médio, é estabelecida a inclusão de uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, com caráter optativo, dentro das possibilidades da instituição. Porém, apesar denossa legislação nem sempre nominar a língua estrangeira que deveria estar incluída no currículo escolar, a tendência sempre foi privilegiar o ensino da língua inglesa.

As exigências do mundo globalizado propõem que sejam abertos novos espaços para a construção do conhecimento em que o sujeito tenha acesso a novas perspectivas culturais. Neste sentido, a oferta da Língua Espanhola na escola pública representa um importante passo para a implantação de uma visão plurilíngüe do ensino de idiomas e, como conseqüência disso, reduzir o crescente processo de exclusão a grupos populares, impossibilitados financeiramente de ter acesso a um curso de línguas pago.

É bem sabido que o idioma espanhol assume, atualmente, um papel importante no cenário econômico, político e, sobretudo cultural, do mundo inteiro. È língua oficial de 21 nações, totalizando mais de 350 milhões de falantes. Constitui juntamente com a Língua Portuguesa, o idioma dos países membros do MERCOSUL.

As relações existentes entre o Brasil e as nações de língua castelhana nos revelam a necessidade de repensar o lugar que esta língua ocupa no nosso país, bem como sua importância para ampliar as relações políticas, comerciais e, sobretudo, culturais com o Brasil. Estas discussões apontam, também, para uma nova e promissora etapa para educação no nosso país. Sua inserção no sistema educacional brasileiro implica, portanto, na superação da oferta superdimensionada do ensino de um idioma como única via de acesso ao conhecimento em língua estrangeira, fruto de uma visão autoritária da escola.

Não se trata aqui de por em evidência uma língua, em detrimento da negação da importância de outra. Muito menos de substituir um monopólio lingüístico por outro. Trata-se de reduzir a limitação, historicamente existente, com a ampliação do universo de ofertas e possibilidades, através da oportunidade de acesso a outras línguas estrangeiras, de escolha dos próprios alunos, escola e comunidade.

No Brasil, o currículo do ensino médio oferta obrigatoriamente a Língua Inglesa, em todas as instituições públicas e particulares e a francesa, com oferta reduzida em, algumas instituições.Se analisarmos o contexto político, econômico e cultural do nosso país tornam-se visíveis as necessidades de incorporação da Língua Espanhola no sistema educacional brasileiro, o que não significa desconsiderar o significativo papel que as demais desenvolvem no processo de aprendizagem, mas sim de permitir ao aprendiz ter a oportunidade de escolher o idioma que deseja estudar, a partir de suas motivações.

O Ministério de Educação iniciou um levantamento sobre a situação do ensino de espanhol nas escolas brasileiras. Em todas as regiões do País existem escolas de nível fundamental e médio oferecendo língua espanhola em seus currículos. Existe um maior número de unidades do ensino fundamental do que do ensino médio. Os únicos Estados que declararam a inexistência de escolas públicas ministrando o ensino do espanhol foram Paraíba e Sergipe.

As regiões economicamente mais favorecidas, Sudeste e Sul são as que apresentam o maior número de unidades escolares oferecendo o ensino de espanhol. Minas Gerais, que não é limítrofe com nenhum país que fale língua espanhola, é um dos Estados que mais vem oferecendo o ensino dessa língua. Na Bahia, especialmente em Salvador são poucas as escolas de ensino médio da rede pública que ofertam o idioma.

Por estas razões, o problema que norteia esta pesquisa, ainda em fase inicial, se fundamenta nos seguintes questionamentos: De que forma a inserção da Língua Espanhola, no currículo do Ensino Médio, pode contribuir para a democratização do ensino de idiomas na Escola Pública? Qual a relevância desta língua para o sistema educacional brasileiro? Quais as implicações de sua inserção para a Escola Pública?

2. Fundamentos Teóricos

A questão da Pluralidade Cultural é um dos eixos norteadores quando se discute a função educacional do ensino de línguas na escola, posto que fomenta a reflexão de temas ,intrinsecamente, relacionados tais como heterogeneidade, diversidade e alteridade,princípios imprescindíveis para a compreensão e construção identitáriana sociedade contemporânea.

Desta forma, repensar a pluralidade da oferta de línguas no currículo do Ensino Médio da Escola Pública significa desconstruir um pensamento autoritário e hegemônico que, ao longo da história do ensino de idiomas, privilegiou e continua privilegiando, um único sistema lingüístico como único referencial cultural, social, político e econômico.

A este respeito, os PCNs (1999) advertem que sem dúvida, a aprendizagem da Língua Inglesa é fundamental no mundo moderno, porém, essa não deve ser a única possibilidade a ser oferecida ao aluno.Assim, torna-se imprescindível incorporar ao currículo novas alternativas lingüísticas que atendam às necessidades do estudante e supere o monopólio lingüístico existente nas escolas da rede pública.

A inserção da Língua Espanhola no currículo do Ensino Médio da Escola Pública representa, portanto, uma importante ferramenta para desconstruir o pensamento lingüístico imperialista, nesta rede de ensino, e ampliar o olhar discente sobre as mais diversas contribuições culturais.Somente desta forma, a instituição pública passará a ser, efetivamente, um espaço para a democratização do conhecimento no que se refere ao ensino de línguas.

O Espanhol, atualmente, é a Segunda língua mais falada no Ocidente, bem como, nos Estados Unidos. Mais de 350 milhões de pessoas fazem uso deste idioma.È juntamente com o inglês, o francês, o árabe, o russo e o chinês uma das línguas oficiais da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Comunidade Econômica Européia. É uma das línguas mais estudadas como língua estrangeira

Sedycias (2005), professor de Língua Inglesa e Espanhola da Universidade Federal de Pernambuco, sinaliza que a posição que a Língua Espanhola ocupa no mundo hoje é de tal importância que quem decidir ignorá-la não poderá fazê-lo sem correr o risco de perder as oportunidades de cunho comercial, econômico, cultural, acadêmico ou pessoal.

As Orientações Curriculares para o Ensino Médio, de 2006, sinalizam a que abrir a sala de aula para a heterogeneidade pode significar transformar o caráter excludente da escola. E acrescenta ainda queuma visão da inclusão é inseparável de uma consciência crítica da heterogeneidade e da diversidade sociocultural e lingüística.O educador Paulo Freire (1987), citado por Gimenez (2005), também elucida a este respeito afirmando que não há processo de democracia sem o convívio com o diferente.

È preciso lutar por um ensino de línguas que ultrapasse a submissão econômica e política a países hegemônicos, em detrimento de um aprendizado que nos permita ter acesso a distintas visões de mundo e, conseqüentemente, nos leve a entender melhor as nossas próprias, como afirmam os PCNs (1999), Parâmetros Curriculares Nacionais, ao discorrer sobre os conhecimentos de Língua Estrangeira Moderna no Ensino Médio

Ao conhecer outra(s) cultura(s), outra(s) forma(s) de encarar a realidade, os alunospassam a refletir, também, muito mais sobre a sua própria cultura e ampliam a sua capacidade de analisar o seu entorno social com maior profundidade, tendo melhores condições de estabelecer vínculos, semelhanças e contrastes entre a sua forma de ser, agir, pensar e sentir e a de outros povos, enriquecendo a sua formação.

De acordo com o exposto, o conhecimento de um idioma propicia a descoberta de novos horizontes e permite ao estudante compreender que o mundo pode ser visto a partir de diversas ópticas, o que contribui, de forma significativa, para o seu crescimento.

Sob a luz da mesma ótica, Trauer (1991), citado por Trovante (1993) advoga que um diálogo entre culturas, seus estereótipos, semelhanças e diferenças tem sido o preâmbulo para oportunizar o diálogo em situação comunicativa, motivando o aluno a expressar seu ponto de vista e aprender de forma ativa a língua. Segundo o autor, o contato com a diversidade é um elemento propulsor para o desenvolvimento lingüístico do aprendiz. No caso específico da Língua Espanhola, esta pode contribuir significativamente para isso, dada a especial relação que mantém com a Língua Portuguesa.

È vasta a literatura que defende a importância da aprendizagem de línguas para o desenvolvimento pessoal, cultura e profissional das pessoas, bem como as discussões sobre a escola pública enquanto instrumento de inclusão, espaço democrático de socialização do saber e o importante papel que a inclusão da Língua Espanhola no currículo do Ensino Médio pode desempenhar na efetivação desse processo.Por esta razão, neste artigo são expostos alguns pensamentos significativos, em fase inicial de pesquisa, que nos auxiliam na compreensão da relevância do tema proposto para a área de educação.

4. Fundamentos Metodológicos

O crescente interesse que vem suscitando o ensino- aprendizagem de idiomas nos últimos anos, seja por fins profissionais ou culturais, evidencia de alguma forma a necessidade de refletir, cada vez mais, sobre sua natureza prático- teórica. As discussões sobre sua inclusão na grade curricular da Escola Pública têm exigido der professores e investigadores da área repensar valores, pedagógicos, culturais e metodológicos para subsidiar seu ensino no nível médio.

Dentro desta perspectiva, esta pesquisa, de caráter qualitativo, objetivará contribuir para o processo de inserção do idioma espanhol, através do levantamento quantitativo das escolas da rede pública de Salvador que já inseriram a Língua Espanhola no currículo do Ensino Médio. Em seguida, realizar observações nestas instituições, bem como nas que ainda não ofertam o idioma, a fim de traçar um paralelo entre essas duas realidades. Nesse primeiro contato será apresentada a proposta da pesquisa para os informantes.

Na segunda etapa, após levantamento de dados, serão aplicados questionários a estudantes e professores versando sobre a relevância da Língua Castelhana para sua vida, importância de sua inserção na escola pública, os impactos, dificuldades, conflitos institucionais, grau de receptividade docente e discente, expectativas e perspectivas com a inserção do idioma.

Os entrevistados das escolas das escolas que ainda não inseriram a língua, responderão apenas a perguntas do questionário que contemple esta particularidade, tais como expectativas, relevância da língua para sua vida, importância de sua inserção na escola pública.

Os questionários serão aplicados a estudantes e professores em 05 (cinco) escolas que já ofertam a língua espanhola, bem como nas instituições que ainda não a incluíram no seu currículo. Serão entrevistados 03 (três) docentes e 03 (três) alunos de cada escola. O número reduzido de informantes permite que a pesquisa seja desenvolvida com mais calma e precisão e, além disso, facilita a organização e análise dos dados coletados.

Considerações Finais

Ao longo das páginas precedentes refletimos sobre a inserção da Língua Espanhola no currículo do Ensino Médio da Escola Pública como instrumento de democratização do ensino de idioma nesta rede escolar.

Embora alguns dos pontos discutidos aqui focalizem o ensino/aprendizagem do espanhol, as discussões interessam a todos os profissionais da área de línguas estrangeiras, posto que são tratadosno plano teórico abrangente de modo a ser relevante para qualquerpesquisador, docentes e futuros docentes.

Vale ressaltar que as discussões propostas neste trabalho, ainda que em fase inicial, refletem o desejo de que novos espaços se abram pra o debate no que diz respeito ao processo de ensino/aprendizagem de línguas. De forma especial, no que concerne à Língua Espanhola, que historicamente vem tentando inserir-se no cenário educacional brasileiro, como exigência da globalização, e, sobretudo da necessidade de tornar a oferta de línguas na escola uma iniciativa educacional democrática.

O exposto neste artigo são idéias iniciais de uma pesquisa que será aprofundada, reformulada e reavaliada posteriormente, mas que, com toda certeza, já tem direcionado o nosso olhar para questões que necessitam cada vez mais ser evidenciadas, tais como a democratização do conhecimento, neste caso de línguas, a função social da aprendizagem de idiomas e , sobretudo, o papel que ocupará a Língua Espanhola neste contexto.

BIBLIOGRAFIA

BARALO, Marta. La adquisición del español como lengua extranjera. Madrid: Arco / Libros S.L, 1999.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 1999.

BRASIL, Ministério da Educação. PCN+ Ensino Médio - Orientações Educacionais

Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica,

1999. Disponível em http://www.mec.gov.br

GONZÁLEZ, N. T. M. La lengua española en Brasil. La lengua española para los

brasileños. Intervención de en el Coloquio Interatlántico. Comunica. Unidad en la Diversidad, 12/07/2000: http://www.unidadenladiversidad.com

SANTOS, H. S. O papel de estereótipos e preconceitos na aprendizagem de línguas estrangeiras. In: ANALES DEL II CONGRESO BRASILEÑO DE HISPANISTAS, 2002, São Paulo, SP, Brasil. Disponível em: http://www.proceedings.

scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000012002000100029&ln

g=es&nrm=isso

SEDYCIAS, J. O ensino do espanhol no Brasil: passado, presente, futuro. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.

TRAMONTE, C. Ensino de Língua Estrangeira e socialização do saber: abrindo caminhos para a cidadania. In: Ciudad Virtual Antropologia e Arqueologia e Arqueologia, 2002, Brasil. Disponível em: http://.naya.org.ar/cvong/congresso2002/ponencias/cristina_tramonte2.htm.


Autor: Núbia Silva Cruz


Artigos Relacionados


As Crenças De Aprender Línguas Dos Professores Em Formação De Espanhol Como Língua Estrangeira

O Que é Metodologia Da Língua Espanhola?

A Pronúncia Do Fonema ''th'' Na Língua Inglesa: Uma Análise Detalhada

O Papel Do Professor Na InclusÃo Da Cultura Nas Classes De E/le.

Metodologia Aplicada No Ensino De LÍngua Inglesa Na Escola Estadual Tobias Barreto

Transnacionalização Na área De Línguas - Uma Possibilidade Em Fazer A Diferença

O Ensino De Língua Inglesa Nos Anos Iniciais Do Ensino Fundamental. Como E Porque Ensinar