A PESQUISA COMO DESCOBERTA E COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO



A PESQUISA COMO DESCOBERTA E COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO Maria do Rosário Sá Araújo[1] RESUMO Este artigo aborda sobre a pesquisa como descoberta e como princípio educativo, relatando que a pesquisa não é um ato isolado, mas um processo no qual se engaja o sujeito pesquisador, com sua história, sua cultura, sua formação e suas vinculações a grupos já estabelecidos ou informações, mostra também que enquanto processo, a pesquisa é um dinamismo crítico e criativo que articula teorias e práticas na compreensão e explicação de um dado cientifico. Mostra ainda que a pesquisa pressupõe um questionamento acerca de um assunto, ao tentar resolver o problema o aluno busca alternativas de solução. A pesquisa desenvolveu-se com a finalidade de formar professores para o exercício do magistério, para isso é preciso que a instituição de ensino consiga promover conteúdo ao aluno, de cunho científico direcionado para pesquisa. Palavras-chave: Pesquisa. Conhecimento científico. Professor pesquisador. 1 INTRODUÇÃO É preciso reconhecer que a formação sofisticada do pesquisador não é mal em si. Ao contrário, faz parte da sena instigante, tendo exigências especificas de tratamento empírico da realidade, tornando-se como aceitável aquilo que tem comprovação factual. Pode-se dizer que a pesquisa universitária é a que melhor estabelece ligações entre o desempenho científico e técnico das pessoas e recompensas em sua vida profissional. Seus produtos mais valorizados, a produção acadêmica, são os que mais dependem do desempenho individual dos pesquisadores. Uma constatação feita é que a maioria do educando que ingressam no ensino superior, têm uma aptidão investigativa ao desenvolverem projetos de pesquisa; mas por um lado o docente com dificuldades na orientação para realização dos trabalhos e do outro a ansiedade do discente; este confronto entre essas percepções desperta o interesse de se verificar o quanto a Universidade poderia proporcionar situações que viabilize e colabore para uma formação de um profissional que esteja sempre em busca do conhecimento científico e comprometido com a qualidade de ensino e sua atuação profissional. Portanto, o professor pesquisador é importantíssimo para a instituição, e conseqüentemente para o País. Pois acredita-se que sem pesquisa não existe construção do conhecimento e inovação na educação. 2 REFERENCIAL TEÓRICO O processo de pesquisa está sempre cercado de ritos especiais, cujo acesso é reservado a poucos iluminados. A pesquisa como descoberta não significa descobrir ou criar alguma coisa. Quando se fala em descobrir, tem-se em mente algo previsto de estilo monetético; que podemos entender como esforço natural do tratamento da realidade, para descobrir leis de sua estrutura e funcionamento. Segundo Demo (2000, p. 34), essa descoberta pode mostrar o quanto a pesquisa é fundamental para descobrir e criar, e diz, É pó processo de pesquisa que, na descoberta, questionando o saber vigente, acerta relações novas no dado e estabelece conhecimento novo. É a pesquisa que, na criação, questionando a situação vigente, sugere, pede, força o surgimento de alternativas. É indiscutível falar de uma pesquisa prática sem expor o profissional diante de uma elaboração teórica no processo cientifico. De modo salutar, podemos dizer que a produção de conhecimento ainda possui a vantagem de puxar para o cotidiano da ciência. De acordo com Demo (2000, p. 28), "[...] Pesquisa prática não significa apenas a noção de aplicabilidade concreta, porque seria irônica uma teoria não aplicável, mas sobretudo a prática como parte integrante do processo científico como tal [...]". Na descoberta criou-se conhecimento novo, não realidade nova, embora a partir daí se possa inventar usos de novas metodologias para o novo conhecimento. O positivismo e o estruturalismo demarcam tal postura e, à sombra das ciências naturais entendem ciência como descoberta das relações necessárias e dadas à realidade. Dentro do principio educativo busca-se questionar o espaço educativo da pesquisa, restringido ao ambiente da escola e da atuação do professor. Esta restrição é útil apenas para concretizar melhor o sentido da pesquisa. Por outra parte pode-se dizer que na escola deve emergir o desafio da ciência, até porque, em nome da pesquisa, todo professor deve ser cientista. Segundo Demo (2000, p. 52), Se a pesquisa é a razão do ensino, vale o reverso: o ensino é a razão da pesquisa, se não quisermos alimentar a ciência como prepotência a serviço de interesses particulares. Transmitir conhecimento deve fazer parte do mesmo aro de pesquisa, seja sob a ótica de dar aulas, seja como socialização do saber, seja como divulgação socialmente relevante. Pesquisar faz parte da noção de vida criativa em qualquer tempo e em qualquer lugar, principalmente nas instituições de ensino superior que estão incorporadas como detentoras das teorias do conhecimento, e para isso devemos buscar reforço nas mesmas. 3 CONCLUSÃO Alguns professores, pela a experiência adquirida, têm o maior constrangimento em ver se colocado como cientista ou pesquisador, porque foram domesticados na universidade para aprender imitativamente e a atuar na escola como um mero instrutor. É necessário vislumbrar a pesquisa universitária, entre os acadêmicos que buscam conhecimentos científicos de acordo com a ciência, pois, isto é um desafio entre o saber pesquisar e a compreensão do conhecimento em termos preliminares. Certamente, a pesquisa entre outros, pode significar condição de excelência crítica e cabe como componente necessário de todo proposta emancipatória. Devido o reconhecimento das dificuldades de alguns docentes, com pouca ou nenhuma vivência na prática de pesquisa para participar dos trabalhos relacionados por seus alunos; existe uma discrepância entre o currículo formado pelo docente e sua atuação na prática, deixando visível que sua prática pedagógica está distante da realidade vivenciada pelo educando. Vale ressaltar que sem o censo comum, não é possível adquirir tonalidades criticas de sabedoria em busca de um conhecimento científico. Por isso, convém dizer que ao utilizar uma metodologia como pesquisa prática não significa apenas a noção de aplicabilidade concreta, porque seria irônica uma teoria não aplicável, mas, sobretudo, a prática como parte integrante do processo científico como saber. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, Howard S. Métodos de pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Hucitec, 1993. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2000. _____. Educar pela pesquisa. 6. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2003. FLICK, Uwe. Uma introdução à pesquisa qualitativa. Trad. Sandra Netz. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. LUDKE, Menga & ANDRÉ, E. D. A pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. 1. Mestranda em Ciências da Educação pela Universidade Politécnica Y Artística del Paraguay.
Autor: Maria Do Rosário Sá Araújo


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