Nf-e agora é missão crítica
* por Marco Antonio Zanini
Contingência. A palavra não é nova, especialmente no mundo de tecnologia. Há muito ouço CIOs preocupados com a disponibilidade dos sistemas e das informações que mantém as atividades fim das suas empresas em pleno funcionamento no caso de qualquer ocorrência. Mas só agora é que uma atividade administrativa ganhará status para também ser tratado como missão crítica. Estou falando de um processo que, em caso de indisponibilidade, pode parar a empresa e gerar muitos prejuízos: emissão de notas fiscais eletrônicas.
Em 2009, mais de 90 setores entraram na obrigatoriedade da substituição das notas ficais em papel pelo sistema eletrônico. Outros 239 precisarão operar com nota fiscal eletrônica até 01º de abril de 2010. E, até o final do próximo ano, todas as empresas brasileiras que comercializem produtos já deverão estar adaptadas e funcionando plenamente sob o novo modelo.
Vamos tomar como exemplo uma empresa de laticínios. Em média, emite cerca de 30 mil notas por dia, são 42 notas por minuto, praticamente uma por segundo. Dá para imaginar o tamanho do prejuízo que a indisponibilidade do sistema de emissão, mesmo que por poucos minutos, pode causar? Mercadorias perecendo dentro de caminhões no pátio da empresa, esperando a emissão da nota fiscal eletrônica e da impressão do DANFE (documento resumo da nf-e que inclui o número de autorização emitido pela SEFAZ do Estado de origem); produção parada, ou em ritmo mais lento; funcionários ociosos, retrabalho. Enfim, um caos.
Ou mesmo numa empresa de autopeças que trabalhe no sistema just in time com grandes montadoras. Ficar horas, ou menos minutos podem causar o descumprimento de contratos e ocasionar multas altíssimas. Para se ter uma idéia da criticidade deste tipo de operação, uma vez, para garantir a entrega de lote no tempo adequado, um cliente alugou um helicóptero para entrega dos produtos. O custo foi mais baixo que da multa que ele teria que pagar no caso de atraso.
E assim, para empresas que tenham um grande volume de notas ou uma necessidade de altíssima disponibilidade, a contingência passa a fazer parte da lista de preocupações dos CIO´s, assim como o espelhamento dos servidores de aplicativos, dos sistemas de storage e dos servidores de e-mails.
Ainda não há estudos a respeito. Nenhum grande instituto de pesquisa parou para avaliar os impactos negativos da indisponibilidade. Mas, alguns poucos mais atentos, já começam a se movimentar para buscar opções para o espelhamento em um data center externo e seguro: fisicamente distante dos servidores dos dados, com fornecimento ininterrupto de energia, ar condicionado potentes, segurança 24 horas, ou seja, com sistemas que garante assim a integridade física. Além disso, é necessário também garantir a conectividade e o monitoramento real time da operação, de forma que, caso ocorra um incidente, este sistema auxiliar entre em funcionamento imediatamente sem perda de dados.
Mais uma vez, TI fica com o ônus e o bônus de ser hoje a coluna vertebral que sustenta os diversos departamentos e funções de uma companhia! E como a carga é cada vez maior, os CIOs precisam fazer uma ginástica para manter esta área saudável e atenta às novidades!
*Marco Antonio Zanini é diretor-geral da NFe do Brasil, empresa do Grupo TBA especializada em soluções com inteligência fiscal eletrônica.
Autor: Patricia Bartuira
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