O CAPITAL E A CRISE ECONÔMICA



Antonio Barbosa Lúcio
Enquanto o Capitalismo estaria ruindo, o neoliberalismo indo para o espaço e sem a mínima preocupação, os defensores do Capital que defendiam o Estado mínimo, voltam-se solicitando socorro para salvar seus interesses, mesmo esquecendo a miséria da população. Milhões de dólares, euros, reais... são transferidos para os Bancos, montadoras, empreiteiras... Todos pedem " que a mão invisível do Estado" seja bem visível para defender o capital. Os defensores do fim da História, das ideologias, da geografia, da morte do socialismo, enfim, da supremacia inquestionável do sistema capital vêem que suas teorias demoraram apenas menos da metade de um século para ser completamente colocada em xeque de forma quase que definitiva, pois estão tentando reeditá-las sob outras formas. Quando Francis Fukuyama no ensaio The End of History (O fim da história), afirmou
"a imperturbável vitória do liberalismo econômico e político significa não apenas o fim da Guerra Fria, ou a consumação de um determinado período da história, mas o fim da história como tal. Isto é, o ponto inicial na evolução ideológica da humanidade e a universalização da democracia liberal ocidental como forma final do governo humano.
Sua tese, segundo Perry Anderson, não estaria centrada em afirmar que seria o fim das contradições do sistema capital, mas que (...) o progresso para a liberdade teria agora um único caminho. Esta visão não seria nova. Já em 1953 Daniel Bell escreve The end of ideology (O fim da ideologia), acreditando no sucesso de capitalismo e no fracasso do comunismo. Esses pensadores possuem em comum a crença na inevitabilidade do capital. Por vezes criticaram Marx, por supostamente defender a inevitabilidade do socialismo/comunismo, de acordo com interpretações apressadas das concepções marxianas. No entanto, parecia viável que o sistema capital prevalecesse diante as manifestações de soberania diante as ideologias existentes. Entretanto, István Mészàros, destaca que
A fraude e a dominação do capital e a exploração da classe trabalhadora não podem continuar para sempre. Os produtores não podem ser postos constantemente e para sempre sob controle. Marx argumenta que os capitalistas são simplesmente personificações do capital. Não são agentes livres; estão executando imperativos do sistema. Então, o problema da humanidade não é simplesmente vencer um bando de capitalistas. Pôr simplesmente um tipo de personificação do capital no lugar do outro levaria ao mesmo desastre e cedo ou tarde terminaríamos com a restauração do capitalismo(http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15619).
A visão neoliberal acredita que suas idéias alavancariam a supremacia da lógica do capital. Como podemos perceber, diante a crise econômica que pode agora ser sentida com mais força, tendo em vista que ela vem perdurando por décadas, que o neoliberalismo ampliou a miséria, excluiu milhões do acesso a bens essenciais para manutenção da vida, ampliou riquezas aos capitalistas e destruiu milhares de pessoas.
Aos trabalhadores, especialmente em países de sindicalismo desorganizado, esquerda esquecida, oposições ao sistema capital enfraquecida e, de exacerbado e enraizado individualismo, restou tentativas de resistência, de compreensão de que se são eles que produzem para a manutenção da vida, caberia, também o controle sobre os meios e formas de produção. Com disse Mészáros, no texto citado acima, não é relativamente fácil, mas com certeza, a solução não estaria em perpetuar a situação de dominação e exploração do capitalismo.

Autor: Antonio Barbosa Lúcio


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