Cenário Para o Nascimento da Filosofia
Periodização da história da Grécia Antiga
· Civilização micênica - desenvolve-se desde o início do segundo milênio a.C. e tem esse nome pela importância da cidade de Micenas, de onde, no século XII a.C., partem Agamemnon, Aquiles e Ulisses para sitiar e conquistar Tróia.
· Tempos homéricos (séculos XII a VIII a.C.) - são assim chamados porque nesse período teria vivido Homero (século IX ou VIII). Na fase de transição de um mundo essencialmente rural, o enriquecimento dos senhores faz surgir a aristocracia proprietária de terras e o desenvolvimento do sistema escravista.
· perído arcaico (séculos VIII a VI a.C.) - grandes alterações sociais e políticas com o advento das cidades-estados (polis) e desenvolvimento do comércio e conseqüente movimento de colonização.
· Período clássico (séculos V e IV a.C.) - apogeu da civilização grega. Na política, expressão da democracia ateniense; explosão das artes, literatura e filosofia. Época em que viveram os sofistas, Sócrates, Platão e Aristóteles.
· Período helenístico (séculos III e II a.C.) - decadência política da Grécia, com o domínio macedônico e conquista pelos romanos. Culturalmente se dá a influência das civilizações orientais.
O Principio
A filosofia nasceu por volta de 800 a 500 a.c..Ela favoreceu no desenvolvimento da atitude científica e do pensamento abstrato dedicado à busca do princípio e das coisas. É sabido que civilizações orientais como a Egípcia,chinesa e hindu, não menos importantes e influentes culturalmente, desenvolveram inclusões no campo da especulação filosófica.
A configuração geográfica do território grego ,com um relevo peculiar o o continente montanhoso, ao norte, com maciços de grande altitude (o Mote Olimpo é um deles e o mais alto);a península, ao sul, com um litoral recortado por golfos e baias(o Peloponeso,ligado ao continente pelo istmo de corinto) e a parte insular, composta pelas inúmeras ilhas do mar Egeu - ao mesmo tempo que representou um obstáculo à circulação fácil, proporcionou a expansão em direção do exterior, favorecendo o comércio marítimo e o intercâmbio cultural e econômico com outros povos.
Arte
Antes do nascimento da filosofia, os poeta tinham imensa importância na educação e na formação espiritual do homem entre os gregos , muito mais do tiveram entre os outros povos .O helenismo inicial buscou alimento espiritual predominante no poemas homericos (ilioda e na odisséia, pois na Grécia não havia textos sociais ),em Hesíodo e nos poetas gnômicos do secVII e VI a. c..
Os poemas homéricos apresentam algumas peculiaridades que os diferenciam de outros poemas que se encontra na origem de outro povo e suas civilizações .A imaginação homérica se estrutura com base em um sentido de harmonia , de proporção, de limite e de medida ,coisa que a filosofia elevaria inclusive a categoria de princípios ontológicos. em Homero, a arte da motivação chega a ser verdadeira constante. O poeta de não narra só os fatos mas também pesquisa suas causas. Outra característica do epos homeristico e a de procurar apresentar a realidade em sua inteireza, ainda que de forma mítica.
Para os gregos, hesiodo também foi muito importante com sua teogonia,que traça uma síntese de todo o material até então existente sobre o tema. Narra o nascimento de todos os deuses.
Religião
Quando se fala de religião grega, é necessário distingir entre religião publica, que tem o seu modelo na representação dos deuses do culto que foi dada por Homero e a religião dos mistérios. Para Homero e Hesiodo, pode-se dizer que tudo era divino(religião publica),porque tudo o que ocorre é explicado em função da intervenção dos deuses ,os fundamentos naturais ,os raios e relâmpagos e muito mais. Os deuses eram forças naturais personificadas em forma humana idealizadas ou então são forças e aspectos do homem sublimados, hipostatizados e aprofundados em semelhança antropomórficas. Exemplo: zeus personificação da justiça, Atenas da inteligencia. Esses deuses ,são personificados e idealizados, sendo diferentes só por quantidade e não por qualidade. A religião publica dos grego é classificada como naturalista,assim o que pede ao homem não e que ele mude de sua natureza, mas siga a sua propiá natureza.
Em alguns círculos restritos desenvolveu-se os mistérios,tendo a sua própria crença (embora inserida no politeísmo) e suas próprias praticas. O orfismo e os órficos derivam seu nome do poeta Trácio Orfeu,seu fundador presumido,porem recoberto pela nevoa do mito. O orfismo introduziu na civilização grega um novo esquema de crenças e uma nova interpretação da existência humana.
Homero considerava o homem como mortal, o orfismo proclama a imortalidade da alma e concebe o homem segundo um esquema dualista que contrapõe o corpo e a alma
A Economia
Por volta dos séculos VIII a VI a.C., houve o desenvolvimento do comércio marítimo decorrente da expansão do mundo grego mediante a colonização da Magna Grécia (atual sul da Itália) e Jônia (atual Turquia). O enriquecimento dos comerciantes promoveu profundas transformações decorrentes da substituição dos valores aristocráticos pelos valores da nova classe em ascensão.
Na época da predominância da aristocracia rural, cuja riqueza se baseava em terras e rebanhos, a economia era pré-monetária e os objetos usados para troca vinham carregados de simbologia afetiva e sagrada, decorrente da posição social ocupada por homens considerados superiores e do caráter sobrenatural que impregnava as relações sociais.
A fim de facilitar os negócios, a moeda, que tinha sido inventada na Lídia aparece na Grécia por volta do século VII a.C. A moeda torna-se necessária porque, com o comércio, os produtos que antes eram feitos sobretudo com valor de uso passam a ter valor de troca, isto é, transformam-se em mercadoria. Daí a exigência de algo que funcionasse como valor equivalente universal das mercadorias.
A invenção da moeda desempenha papel revolucionário, pois está vinculada ao nascimento do pensamento racional. Isso porque passa a ser emitida e garantida pela Cidade, revertendo benefícios para a própria comunidade. Além desse efeito político de democratização, a moeda sobrepõe aos símbolos sagrados e afetivos o caráter racional de sua concepção: muito mais do que um metal precioso que se troca por qualquer mercadoria, a moeda é um artifício racional, uma convenção humana, uma noção abstrata de valor que estabelece a medida comum entre valores diferentes.
Legislação
Drácon (séc. VII a.C.), Sólon e Clístenes (séc. VI a.C.) são os primeiros legisladores que marcam uma nova era: a justiça, até então dependente da arbitrariedade dos reis ou da interpretação da vontade divina, é codificada numa legislação escrita. Regra comum a todos, norma racional, sujeita à discussão e modificação, a lei escrita passa a encarnar uma dimensão propriamente humana.
As reformas provocadas pela legislação de Clístenes fundam a polis sobre uma base nova: a antiga organização tribal é abolida e estabelecem-se novas relações, não mais baseadas na consangüinidade, mas determinadas por nova organização administrativa. Tais modificações expressam o ideal igualitário que prepara a democracia nascente, pois a unificação do corpo social abole a hierarquia fundada no poder aristocrático das famílias.
O cidadão da Polis
Com o nascimento da polis (por volta dos séculos VIII e VII a.C.) ouve um acontecimento decisivo que "marca um começo, uma verdadeira invenção", que provocou grandes alterações na vida social e nas relações entre os homens.
A originalidade da cidade grega é que ela está centralizada na ágora (praça pública), espaço onde se debatem os problemas de interesse comum. A nova noção de justiça assume caráter político, e não apenas moral, ou seja, ela não diz respeito apenas ao indivíduo e aos interesses da tradição familiar, mas se refere a sua atuação na comunidade.
A polis se faz pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão, da argumentação. O saber deixa de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão.
A expressão da individualidade por meio do debate faz nascer a política, libertando o homem dos exclusivos desígnios divinos, e permitindo a ele tecer seu destino na praça pública. A instauração da ordem humana dá origem ao cidadão da polis, figura inexistente no mundo coletivista da comunidade tribal.
Portanto, o cidadão da polis participa dos destinos da cidade por meio do uso da palavra em praça pública. Mas para que isso fosse possível, desenvolveu-se uma nova concepção a respeito das relações entre os homens, não mais assentadas nas suas diferenças, na hierarquia típica das relações de submissão e domínio. De início a igualdade existe apenas entre os guerreiros, mas essa imagem do mundo humano encontrará no século VI sua expressão rigorosa num conceito, o de isonomia: igual participação de todos os cidadãos no exercício do poder.
O apogeu da democracia ateniense se dá no século V a.C., já no período clássico. quando falamos em democracia ateniense, é bom lembrar que a maior parte da população se achava excluída do processo político. Aliás, quanto mais se desenvolvia a idéia de cidadão ideal, com a consolidação da democracia, mais a escravidão surgia como contraponto indispensável, na medida em que ao escravo eram reservadas as tarefas consideradas "menores" dos trabalhos manuais e da luta pela sobrevivência. Mas não resta dúvida de que, na fase aristocrática anterior, havia ainda outros tipos de privilégios. O que enfatizamos no processo é o surgimento de uma concepção nova do poder.
Com a constituição e a consolidação da polis, isto e da cidades estados ,os gregos deixaram de sentir qualquer antítese e qualquer vinculo para a sua liberdade,ao contrario ,foram levados a viverem essencialmente como cidadãos. Para os gregos ,o homem coincide com o cidadão. O estado tornou-se o horizonte ético do homem grego,
GRÉCIA O BERCO DA FILOSOFIA
A filosofia não nasceu na Grécia propriamente dita, mas nas colônias Gregas do Oriente e do Ocidente. Estes são os mais importantes gregos estudados pelo mundo todo:
Tales de Mileto, pai da filosofia grega astrônomo e matemático, considerado como um dos sete mais sábio da antiguidade acreditava que a água é a origem de tudo, mudando o rumo de muitas coisas com essa frase.
Anaximandro primeiro cartógrafo, descobriu que a Terra estava solta no espaço. Mesmo assim o povo grego por muito tempo acreditou num planeta plana e preso.
Pitágoras considerado como célebre matemático, efetuava na pedra os princípios da geometria.
Sócrates filósofo grego, dotado de sabedoria e poder de persuadir rompendo com o sofisma dando assim uma nova linha de pensamento, gerando Platão como discípulo.
Platão foi o fundador da academia de Atenas, um gigante também que ajudou a aristocracia, os guerreiros, governantes, mantendo assim a sobrevivência e segurança do estado.
Aristóteles foi seguidor de Platão produziu muito na área da metafísica.
Alexandre Magno por sua vez foi discípulo de Aristóteles, de certo modo Alexandre foi o responsável pela expansão da cultura grega antigamente. Ele destruiu a independência das cidades estados tornando o grego numa linguagem universal.
Depois de algumas crises a ética nasceu nesse período, onde discutiam valores para melhorar a situação de convivência, quase que todos na mesma região. Interessante como suas colocações, atravessaram os séculos até os nossos dias, seus pensamentos são estudados pelas universidades do mundo todo. Oque pude perceber ,foi que todo contexto histórico favoreceu o nascimento da filosofia.
Autor: Leandro Paulo Couto
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