A MULHER NA MENOPAUSA: RELATOS DE SITUAÇÕES VIVENCIADAS
SUMÁRIO1 INTRODUÇAO 082 OBJETIVOS 132.1 Objetivo Geral 132.2 Objetivos Específicos 132.3 Justificativa 133 METODOLOGIA 143.1 Seleção de Amostras 153.2 Questões Éticas 154 ANÁLISE E DISCUSSÃO 165 CONCLUSÕES 22REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 24ANEXOS .26Anexo A Certificado de Aprovação do Comitê de ética...................................................27Anexo B Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 28Anexo C Roteiro da Pesquisa............................................................................................29O climatério é uma fase na vida das mulheres que traz muitas mudanças,
sendo elas físicas e psicológicas, dentre outras.
Como principais resultados das mudanças significativas em suas vidas
com a chegada da menopausa, três mulheres relataram mudanças no
relacionamento com o parceiro. À respeito dos sintomas físicos, os mais
citados foram as ondas de calor, diminuição drástica da libido sexual e
lubrificação vaginal, aumento da circunferência abdominal e dor no
corpo e/ou articulações. Os sintomas psicológicos mais citados foram
irritabilidade, tristeza e início de depressão ou depressão. Já no que
diz respeito ao que deveria acontecer para que esta fase fosse melhor
acompanhada ou enfrentada por parte das mulheres, os mais citados foram
a necessidade de uma melhor explicação a respeito da reposição hormonal
e sua predisposição para o CA (câncer) de mama e útero, melhor
esclarecimento sobre a utilização de lubrificantes vaginais,
desenvolvimento de remédios específicos para a menopausa, orientações
sobre a menopausa por parte dos profissionais da saúde e um atendimento
especializado, bem como palestras para sanar dúvidas nos postos de
saúde.
As mulheres nesta fase devem ser melhor acompanhadas e orientadas por
parte dos profissionais da saúde; deve-se quebrar estigmas e
esclarecer possíveis dúvidas que possam existir por parte das mulheres
nesta fase.
Palavras-chave: Climatério, menopausa, saúde da mulher, assistência
integral à saúde.
1 INTRODUÇÃO Para Mendonça (2004), a menopausa começou a ser discutida no Brasil somente a partir de 1990, pois havia um relativo silêncio a respeito do tema. Não se sabe se isto ocorreu devido à escassa transmissão de trabalhos científicos redigidos em vários outros países, ou por ser considerado um tabu na vida das mulheres. Porém este tema não deixou de ser um tabu para as mulheres nesta fase nem de ser importante para elas.Segundo Veras et al (2006), a menopausa é dividida em duas etapas principais: a peri-menopausa, que é caracterizada por ciclos menstruais irregulares ou mesmo com características diferentes dos ciclos anteriores durante a vida reprodutiva, tendo ocorrido a última menstruação a menos de um ano e a pós menopausa a qual é caracterizada pela ausência da menstruação há mais de um ano. Além disso, o fato de a menopausa trazer mudanças significativas requer a necessidade de se entender essas mudanças a fim de se melhorar a assistência a essas mulheres, pois como enfatiza o autor: [...] nem mesmo a mais heróica mulheres poderá ocultar o fato de que ela é realmente não mais uma mulher, porém uma assexuada (WILSON, 1966, p. 44 apud TRENCH, 2008). Segundo Souza (2001), a menopausa tem início a partir da data do último ciclo menstrual da mulher, sendo uma fase marcada por grandes transformações na aparência física e na estrutura emocional, grandes transformações no metabolismo, nos hormônios e em sua fisiologia habitual. Os autores citados abordam ainda que este seja um período longo, existindo diferentes fases deste ciclo que perduram por aproximadamente cinco anos.A produção ovariana de estrogênio e progesterona cessa com a menopausa e, segundo Smeltzer e Bare (2006), isso ocorre geralmente por volta dos 40 e 50 anos de idade, sendo quase sempre acompanhada de manifestações que fazem parte do climatério feminino, como nos caracteres sexuais onde ocorre adelgaçamento da parede vaginal juntamente com o estreitamento no tamanho e a perda da elasticidade, redução das secreções vaginais que resultam em ressecamento vaginal, prurido e acidez aumentada, involução ou atrofia do útero e dos ovários, tônus diminuído da musculatura pubococcígea resultando em uma vagina e períneo relaxados. Essas alterações, segundo os autores citados anteriormente, contribuem para o sangramento vaginal e para relação sexual dolorosa e, além disso, as manifestações referentes ao sistema nervoso são mais difíceis de estabelecer, pois, ao afirmar que a tarefa da análise experimental do comportamento é a descrição de relações funcionais entre comportamento (ações dos organismos) e ambiente (condições em que essas ações se dão).Segundo Silva et al (2008), a menopausa também é um período de mudança biopsicossocial, onde a mulher sai da fase reprodutiva para a não-reprodutiva, sendo ainda controversa a depressão neste período.Porém, Appolinário (2001, apud POLISSENI et al, 2008) afirmam que as mulheres na menopausa apresentam sintomas da dita Síndrome do Climatério1, e que é a partir desta síndrome que elas procuram atendimento médico. Nesta fase é que eles poderiam comprovar algum traço característico da personalidade, sendo mais freqüentes os traços hipocondríacos de personalidade ou histriônico, que poderiam funcionar como potencializantes dos sintomas climatéricos, principalmente os depressivos. Caracterizando ainda o período, Valadares et al (2008) afirmam que geralmente ocorre uma grande instabilidade vasomotora, aumenta o risco de doenças cardiovasculares. Ocorre uma atrofia dos órgãos sexuais e diminuição drástica da lubrificação vaginal, redução da massa óssea e da capacidade de absorção de cálcio, podendo ocorrer a osteoporose.Whitehead (1994, apud PINTO NETO, 2002), mostra que além destas alterações, pode se considerar como mudanças próprias desta fase um aumento moderado de irritabilidade, ansiedade e períodos de depressão, sendo estes os fatores determinantes que diferenciam mulheres que procuram atendimento com especialistas, bem como, a reposição hormonal das mulheres que não procuram nenhum tipo de ajuda.Segundo Veras et al (2006), durante a menopausa, o corpo e a mente feminina passa por milhares de alterações; uma destas alterações é a de humor, já que, mulheres que tiveram ou mantiveram um transtorno depressivo-ansioso ao longo de sua vida, possuem maior probabilidade de recidivas.O autor ainda afirma que, ao passo que outras podem sentir estes sinais e sintomas pela primeira vez, podendo ser ainda acrescentado à estes sintomas irritabilidade, insônia, ausência do desejo sexual e fadiga. O autor ainda relata que além de serem queixas comuns na menopausa, os sintomas emocionais são as queixas mais freqüentes entre as mulheres brasileiras que procuram atendimento ginecológico.Segundo Pedro et al (2003), a assistência à todas as fases da vida da mulher exige uma atenção integral, em especial a fase da menopausa, já que este é um período relativamente longo na vida das mulheres, já que a expectativa de vida das mesmas na pós-menopausa equivale ao período de sua vida reprodutiva.Pinto Neto et al (2002) relata que ao conhecermos melhor a média de idade de início da menopausa e as características sociais, demográficas e reprodutivas das mulheres neste período, os profissionais e seus serviços respectivos terão melhores condições de se capacitar a responder às necessidades destas mulheres quanto à orientação adequada, o apoio psicológico, dar alternativas diagnósticas e terapêuticas indicadas nas diversas situações. Ainda a exemplo disso, a peri-menopausa2, fase onde ocorrem os sintomas típicos como ondas de calor, depressão, irritabilidade, dificuldades de sono e aumento de peso, costumam ser bastante forte e incômoda, pois os hormônios e seus níveis se alteram muito, mesmo não tendo demonstrações clínicas. Geralmente este sintoma se inicia a partir do 35 anos de idade, sendo sucedido pelo período da pós-menopausa3 que acontece quando a mulher fica 12 meses consecutivos sem menstruar. Santos-Sá et al (2006) afirmam que, durante a transição climatérica, as ondas de calor estão entre as queixas mais freqüentes das mulheres climatéricas. Estas ondas são definidas como um calor intenso nos braços, rosto e toda a parte superior do corpo onde logo após, acontece sudorese4 profusa seguida de vermelhidão. Os autores afirmam ainda que estes sintomas são seguidos da sensação de ansiedade bem como palpitações. Estas ondas de calor determinam com freqüência um impacto negativo na qualidade de vida da mulher, elas ainda podem estar relacionadas com fadiga, desconforto físico, irritabilidade, problemas no trabalho e alterações no sono.Mendonça (2004) mostra que fatores como o tabagismo, o baixo peso ponderal e o baixo nível sócio-econômico estão relacionados a menopausa precoce, já o uso de contraceptivos hormonais, a paridade e ciclos anovulatórios têm a tendência de adiar a idade de início da menopausa.Pedrin (1988, apud MENDONÇA, 2004), também sinaliza uma tendência crescente na medicina para encarar a menopausa como uma fase de transição natural, mas que considerá-la uma doença de insuficiência ainda é um dos aspectos ensinados na maioria das escolas médicas.Para Parazzini (1992, apud PINTO NETO et al, 2003), o conhecimento dos fatores relacionados a idade e a menopausa podem fornecer dados para interpretação dessas associações e podem, em princípio, sugerir medidas preventivas. Além disso, enfatiza que os potenciais fatores determinantes da idade à menopausa possam se diferir em populações com características diferentes que influenciam a idade de ocorrência.Segundo Lasnick (2004, apud VALADARES et al, 2008), quando as mulheres referem-se as dificuldades ou ao sofrimento que experimentam, referem-se essencialmente à crise vivenciada por sua parte feminina, seja no âmbito materno ou na sua capacidade de sedução. Para o autor, um conhecimento mais amplo sobre o climatério a torna mais confiante e reduz as crenças negativas em relação à menopausa. No entanto, os temas femininos ainda encontram obstáculos para ser veiculado nos meios de comunicação na atualidade, mesmo em revistas dirigidas a esse público, o que pode ser explicado pela questão do gênero.Por tudo isso, fica evidente a necessidade de se entender os sentimentos, sinais e sintomas das mulheres climatéricas, com a finalidade de um atendimento mais humanizado e um melhor esclarecimento quanto ao conceito de saúde e/ou doença desta fase tão decisiva e importante na vida de uma mulher.A presente pesquisa tem como objetivo entender as conseqüências físicas e emocionais causadas pela diminuição da secreção de hormônios ovarianos característicos do climatério bem como as possíveis mudanças de comportamento das mulheres, das suas atividades diárias, sensações, alterações no bem-estar e libido, sentimentos relacionados ao envelhecimento e, também, descobrir se essas mulheres encaram a menopausa como um ciclo natural da vida ou como uma doença. 2 OBJETIVO2.1 Objetivo GeralDescobrir e analisar as mudanças na vida das mulheres com a chegada da menopausa.2.2 Objetivos EspecíficosIdentificar os sinais e sintomas da menopausa relatados.Identificar necessidades de suporte nesta fase.2.3 JustificativaO profissional Enfermeiro desenvolve atividades em várias áreas principalmente na assistência direta aos indivíduos, administração, ensino e pesquisa assim como nas questões sócio-político e cultural da comunidade onde atua, para a satisfação das necessidades humanas básicas intervindo de forma sistematizada em todos os níveis de atuação e que se relacionam às diversas fases do ciclo evolutivo da vida.Ao ingressar nessa fase, as maioria das mulheres entrevistadas relatam insegurança, confusão em relação a vida, dúvidas, se sentem rejeitadas e acreditam que os profissionais da saúde deveriam ter mais treinamento e tempo para atende-las.3 METODOLOGIA A presente pesquisa tem caráter exploratório, com abordagem qualitativa.Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas, com questões norteadoras, cujo objetivo, foi o de ressaltar os sinais físicos e psicológicos que mais causam incômodo, bem como sua opinião à respeito do que deveria acontecer para que esta fase fosse melhor acompanhada ou enfrentada por parte das mulheres.A entrevista semi-estruturada é aquela que parte de certos questionamentos básicos, apoiados em teorias e hipóteses, que interessam à pesquisa e em, seguida oferece amplo campo de interrogativas, fruto de novas hipóteses que vão surgindo à medida que se recebem as respostas do entrevistado.Após aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa Envolvendo Seres Humanos (CEPESH) (ANEXO A) foram coletados os dados.O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO B) foi assinado por todas as mulheres que participaram da entrevista.A coleta de dados se deu através de um questionário contendo perguntas abertas abordando mudanças na vida das mulheres com a chegada da menopausa, sintomas físicos e/ou psicológicos que surgiram e que causaram incômodo e a opinião dessas mulheres à respeito do que deveria acontecer para que esta fase fosse melhor acompanhada ou enfrentada por parte das mulheres (ANEXO C).O processo de seleção das mulheres foi feito por meio de contato corpo a corpo, através de visita domiciliar e de forma aleatória.Os relatos das entrevistas foram transcritos e mensurados em categorias.3.1Seleção de amostrasA fim de alcançarmos os objetivos propostos deste estudo, pretendeu-se estudar as mulheres no período da menopausa, casadas, na faixa etária de 37 à 62 anos, no período de 17/08/2009 à 22/08/2009, em suas residências, na cidade de Terra Rica PR.3.2Questões ÉticasForam os procedimentos éticos e legais em conformidade com a resolução196/96, do conselho nacional de saúde, onde todos os dados dos participantes do estudo, sendo garantido a liberdade de participar ou não da pesquisa, o sigilo e o anonimato das informações contidas no estudo, após esclarecimento da justificativa, objetivo e finalidade do trabalho (BRASIL, 1996).A análise dos dados foi realizada de maneira qualitativa, com base nas respostas das dez mulheres entrevistadas. O trabalho foi aprovado pelo comitê de ética conforme o registro de nº 17063 (ANEXOA).4 ANÁLISE E DISCUSSÃO A saúde precisa ter um propósito, pois a igualdade ou o solucionamento dos problemas da saúde e de precaução referidos pelos clientes, é indispensável para uma assistência humanizada (HOGA, 2004).Em relação às mudanças ocorridas na vida das mulheres com a chegada da menopausa pude constatar que para:70% delas não ocorreu nenhuma mudanças significativa em suas vidas; 20% destas mulheres, a maior mudança que puderam constatar, foi em seu relacionamento conjugal;10% delas relataram que foram afetadas neurologicamente, podendo ser constatado este fato através da seguinte fala: ...costumava me perder em lugares conhecidos... Com base nos relatos das mulheres que sentiram alguma mudança em suas vidas, pode-se constatar que elas se sentem estranhas, rejeitadas, inúteis, incapazes e mal compreendidas pelas pessoas que às cercam, principalmente seu companheiro. Segundo Wilson (1966, apud TRENCH, 2008), a menopausa deve ser tratada pelos médicos como um problema de grande importância na sociedade atual, não devendo ser encarada como uma conseqüência do destino, mas sim como uma obrigação da sociedade.No que se refere aos sintomas físicos, os mais relatados foram:80% das mulheres entrevistadas sentem ondas de calor; 80% delas relataram um diminuição drástica da libido sexual ou precisarem de um maior tempo para chegarem ao orgasmo; 60% teve diminuição da lubrificação vaginal ou dor durante o ato sexual; 50% relataram mudanças fisiológicas em seus organismos, como hipertensão arterial, osteoporose, dentre outras; 40% sentem dores nas pernas e no corpo; 40% constataram aumento na circunferência abdominal;40% se sentem inchadas (edemaciadas); 30% tiveram um grande aumento de transpiração (sudorese); 20% não sentem as ondas de calor;20% se sentem agora mais cansadas que antes da menopausa; 20% relataram ter insônia por várias noites seguidas, ou não dormir bem à noite;20% disseram passar a ter dores de cabeça (cefaléia), ou as dores terem se tornado mais intensas e constantes;20% sentiram a pele mais ressecada;10% relataram aumento na queda de seu cabelo;20% passaram a ter calafrios e falta de apetite;20% passaram a ser agitadas e ter taquicardicas;10% sentem mais sono que antes;10% constataram que suas unhas ficam mais frágeis.Neste aspecto, pode-se constatar que, dentre os sintomas acima citados, os que mais incomodam estas mulheres são o aumento da circunferência abdominal e dores no corpo ou articulações, sendo que dos 80% que sentem as ondas de calor, apenas 40% delas relataram ficar muito incomodadas neste curto período de tempo.Segundo Santos-Sá et al (2006), estas ditas ondas de calor estão entre as queixas mais comuns entre mulheres na menopausa, são descritas como períodos curtos de calor intenso na parte superior do corpo, braços e rosto, seguidos de enrubescimento da pele e grande aumento da sudorese, sendo acompanhadas também de ansiedade e palpitações.Ao analisar os sintomas psicológicos, constamos que:70% destas mulheres passaram a ser mais irritadas; [...] ocorre uma mudança radical de humor na menopausa... é TPM o tempo todo!!!40% disseram estar em tratamento para a depressão ou teve início de depressão;30% se sentiram angustiadas; [...] eu não tinha lugar para ficar... acordava à noite tendo a impressão de que iria morrer... ;20% passaram a ter crises de choro; [...] a mulher fica mais sensível, qualquer coisa te magoa... ;10% ficaram felizes com a chegada da menopausa.Dentre os dados coletados referentes aos sintomas psicológicos, algumas destas mulheres relataram que se sentia tão mau e irritadas que às vezes se trancavam em algum lugar só para não terem que se relacionar com ninguém ou mesmo olhar para alguém.Segundo Dennerstein (2004, apud FERNANDES et al, 2008), as terminologias antigas em psiquiatria que acompanhavam as mulheres no período menopausal com depressão, faziam referência às mesmas como melancolia involutiva, porém outros estressores próprios desta fase da vida podem ajudar nos transtornos depressivos climatéricos, e não apenas a idade ou a relativa queda hormonal. Nos relatos referentes ao que deveria acontecer para que essa fase fosse melhor acompanhada ou enfrentada por parte das mulheres, pude encontrar:50% relataram que gostariam de maiores orientações à respeito da menopausa, um atendimento especializado e principalmente palestras para sanar dúvidas nos postos de saúde ou grupos de apoio às mulheres nesta fase; ...as mulheres a partir dos 45 anos deveriam ter palestras nos postos de saúde para serem melhor informadas..., o que comprova os dados acima citados.30% delas relataram sentir falta de um especialista, como um ginecologista, que pudesse acompanhá-las com uma maior freqüência;30% gostariam que fossem desenvolvidos remédios específico para esta fase;30% gostariam de ser melhor informadas à respeito da terapia de reposição hormonal e sobre a utilização de lubrificantes vaginais.Estas mulheres relataram se sentirem abandonadas pelos profissionais da saúde, estão com muitas dúvidas e não conseguem obter a atenção deles para se sentirem mais seguras em relação a esta nova etapa de suas vidas[...] nem sempre o tratamento é realizado com hormônios idênticos aos produzidos pelos ovários da mulher e, quando estes são utilizados, nem sempre são atingidos os níveis hormonais do menacme, não se tratando, portanto, de reposição [...]. (CLAPAUCH et al, 2005:452).5 CONCLUSÕESEsta ainda é uma etapa na vida das mulheres que se encontram muitos tabus e obstáculos a serem vencidos; poucos estudos são realizados sobre este tema que ainda é considerado novo no Brasil, pois comessou a ser estudado aqui apenas a partir de 1990.Pode-se constatar, apesar de não fazer parte dos objetivos deste estudo que, os profissionais da saúde do município de Terra Rica ainda dão prioridade à gestantes, DST's, CA (câncer) de mama e de útero, métodos contraceptivos, etc.; e se preocupam em cadastrar mulheres que estão participando destes programas. O mesmo não ocorre com as mulheres na menopausa, pois, apesar de ser uma etapa muito importante em suas vidas, constatou-se que não há registros delas nos postos de saúde nem orientações ou programas realizados para elas, apesar deste tema estar previsto no programa de saúde da mulher.Estas mulheres necessitam da compreensão e do apoio destes profissionais, bem como de seus familiares e pessoas próximas à elas, já que é muito freqüente o índice de depressão neste período; está faltando neste município a humanização para com os pacientes bem como o amor ao próximo.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASBRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 196 de 10 de outubro de 1996. Disponível em: . Acesso em: 25/ago/09. CLAPAUCH, R.; ATHAYDE, A.; MEIRELLES, R. M. R.; WEISS, R. V.; PARDINI, D. P.; LEÃO, L. M. C. S. M.; MARINHEIRO, L. P. F. Terapia Hormonal da Menopausa: Posicionamento do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da SBEM em 2004. 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Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul: v. 28, n.2, 2006.ANEXOSANEXO A Certificado de Aprovação do Comitê de ÉticaANEXO B Termo de Consentimento Livre e EsclarecidoTERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)Nome da Pesquisa...: A mulher na menopausa: relatos de situações vivenciadas.Pesquisador(es)...: JANE APARECIDA CAMARGO, GABRIELA SOLETTI FACCIULO.Orientador...: JANE APARECIDA CAMARGO.Para a realização desta pesquisa, eu (participante da pesquisa e/ou responsável por um participante) serei submetido à realização dos seguintes precedimentos:Responderei através de entrevista a um questionário que mostrará aspectos relacionados ao período, a fim de contribuir para um melhor conhecimento dos profissionais de saúde das significativas mudanças ocorridas nas vidas das mulheres nesta fase.Riscos...: Não há riscos envolvidos.Após ler e receber as explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de:1.Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados à pesquisa;2.Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de permitir minha participação ou de qualquer indivíduo sob minha responsabilidade de estudo;3.Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à privacidade.Declaro por meio deste, estar ciente do exposto e concordar com minha participação na pesquisa, assim como qualquer indivíduo sob minha responsabilidade.Nome do voluntário/Responsável: ___________________RG: ___________________CPF: ____________________Assinatura_________________________, ___/___/___Eu, JANE APARECIDA CAMARGO, declaro por meio deste que forneci todas as informações referentes ao estudo ao participante e/ou responsável.RG: 906168439-6 CPF: 731. 769.660-91Assinatura do pesquisador: __________________ ___________________,___/___/___.ANEXO C Roteiro da PesquisaNOME:_____________________________________________________Idade:________1. O que mudou em sua vida com a chegada da menopausa?___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Quais os sintomas físicos e/ou psicológico surgiram e que lhe causam incômodo?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3. O que você acha que deveria acontecer para que essa fase fosse melhor acompanhada ou enfrentada por parte das mulheres?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________Obs.: _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Autor: Gabriela Soletti Facciulo
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