A qualidade do trabalho está diminuindo
Parece uma contradição, pois se tem qualidade não pode ser algo pequeno ou que se possa diminuir. Mas é fato que a qualidade do trabalho está diminuindo.
Os fatores podem ser inumeráveis e infinitos, mas os fatos são numeráveis e finitos.
Se é o trabalho que ajuda a entender o momento, e é a partir dele que você acaba definindo tua vida e a qualidade dela, nos dias tão corridos e desenfreados em que se vive com o acúmulo de responsabilidade e tarefas aumentando a todo instante.
A qualidade da tua vida passa pela qualidade do teu trabalho.
A relação é fato, não é somente um fator. Por isso mesmo que a medida que a qualidade do teu trabalho diminui, proporcionalmente muda a qualidade da tua vida. Se muda para melhor ou para pior, se aumenta ou diminui, isso são os fatores que definirão.
Por exemplo: um profissional sobrecarregado de tarefas. Por mais que ele tenha boa vontade em resolver todas as questões, em ajudar a resolver todos os problemas, ele não vai dar conta de tudo.
Quem tenta abraçar o mundo acaba sendo engolido por ele.
E não é demérito algum reconhecer que não se consegue fazer tudo. Que precisa de auxílio para realizar o trabalho, que esse acúmulo de funções e atividades estão diminuindo a qualidade do trabalho.
Este decréscimo fica visível, torna-se palpável a medida que o tempo vai passando, as questões se afunilando e o caminho se estreitando.
Quem depende diretamente ou indiretamente do trabalho deste profissional acaba sentindo e sendo afetado também por esta desqualificação profissional.
Muito se fala em qualificação de mão-de-obra, em educação continuada, em atualização profissional. Mas pouco se faz por isso.
Todos esses requisitos são mais e vão além de participações em cursos, palestras e leituras rotineiras.
Se cada profissional que sente a qualidade do próprio trabalho diminuir se voltasse para estas questões, talvez pudesse iniciar um processo de mudança desta situação.
A desqualificação é maior na proporção do acúmulo de trabalho. Poucos notam isso, pois ocorrem fatos que podem mascarar uma situação já prevista.
É como descer uma pessoa em um ponto de ônibus e no mesmo ponto subirem mais cinco. É dissimulação intrínseca na simulação.
É preciso fazer a segregação do trabalho, de forma organizada e de forma objetiva. Fazer o que se pode fazer. Dizer não quando tem que dizer. Transferir a tarefa (não a responsabilidade) a quem pode e deve fazer.
Se um profissional tem uma maneira única de fazer algo, que sejam encontradas outras formas, que sejam descobertos outros jeitos para que o trabalho seja realizado e não se perca a qualidade.
A qualidade de um profissional não substitui a qualificação de outro, porém, a qualidade do trabalho pode modificar. Se muda para melhor ou para pior, se aumenta ou diminui, isso são os fatores que definirão.
Necessário faz-se não achar que um profissional é insubstituível, que cargos são para sempre e que o trabalho não perde a qualidade.
Em suma é isso, e é nas tentativas de se buscar alternativas para que o produto final do trabalho seja valorizado e ressaltado é que este artigo está pautado.
Não é através de críticas abertas, nem de movimentos revoltos, mas em forma de protesto velado.
Às vezes, a qualidade de um trabalho se dá no silêncio em que ele é realizado, e não no barulho com que ele é dito e mostrado.
É uma das alternativas propostas: o trabalho que é chama, mas que não precisa ser fogueira.
Talvez assim se consiga melhorar a qualidade do trabalho que, inegavelmente (até porque está se tornando cada vez mais visível), vai diminuindo à medida em que a fogueira é maior e o protesto é mais silencioso.
Autor: Johney Laudelino Da Silva
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