Sonhador



 

 

Sonhador

Quase sempre sou forçado a admitir (confessar) que sou feito mais de sonhos que de pó. No começo, desde que me lembro por gente, incomodava-me ser chamado de sonhador, como se isso fosse algo pejorativo. Talvez o tom de voz empregado devia ser o que me incomodava. Hoje não mais.

Sonhei  e sonho  muito. Sinto isso como um ato criativo, ao mesmo tempo em que é muito agradável. Pois a vida pode ser vivida com alto teor lúdico, sem que haja nenhum mal nisso. Ao contrário, essa leveza no ser, parece que sedimenta a saúde e rejuvenesce.

Sonhos sobre amores, quase amores, conquistas profissionais e pessoais, objetivos. Alguns realizados outros nem tanto. Não importa, posto que o saldo seja imensamente positivo. Sem esquecer que, mesmo na busca de um sonho, no trabalho por ele, vários resultados surgem como efeitos colaterais. Assim, mesmo quando o sonho não se realiza, ele é responsável por conquistas inesperadas ao longo do caminho.

Vale lembrar que a companhia de um sonho, realizado ou não depois, é sempre extremamente agradável. Tanto e de tal forma, que o momento da certeza de que não se realizará jamais, apesar de doer um tanto, provoca um crescimento pessoal ímpar. Cientificamente, afirma-se que crescemos fisicamente somente até o vinte e um anos. Mas psicologicamente o crescimento tem potencial infinito.

Sonhos não realizados são companheiros do passado que foi bom tê-los com a gente. Cada tempo teve e terá seu sonho, pois sempre haverá novos sonhos para trazermos à nossa convivência. São belos e indispensáveis companheiros de viagem.  

Tudo isso nos remete à saudade, esta palavra singular, só existente na nossa língua. Mas ela há que ser doce, com total desapego, para que não seja um fardo. Deverá lembrar lições e momentos magníficos, que jamais iremos esquecer completamente.

Falando de dentro de um sonhador, posso dizer: não existe nenhuma justificativa para recusar-se a sonhar. Isso não significa sair da realidade, mas viver nela, certo de que ela  em síntese  é produto de sonhos pretéritos.

Podemos chamar a imaginação de mãe das invenções. Ao pensar sobre o assunto, descobriremos que ela foi e sempre será a mola propulsora, o combustível da realidade. Deverá ser sempre estimulada nas crianças, para que se tornem adultos seguros, sonhadores e, consequentemente, realizadores.

Se pensar é causar, sonhar é criar. Pensar é ação da mente apenas. Sonhar é uma ação conjunta da mente e do coração.

Daí deriva o poder do sonho. A capacidade de poder enxergar dentro o que, só muito tempo depois, existirá lá fora. Essa poderosa aliança é diretamente responsável pelo sucesso na busca dos objetivos.

O homem pensa. O homem sonha. Difícil dizer qual o mais importante, ou afirmar que são coisas distintas. Pois pensamos com imagens, logo, é como se sonhássemos acordados.

O sonho pode ser chamado de diversos nomes: imaginação; desejo; ideal; meta; objetivo e até de expectativa. No entanto, o sinônimo mais perfeito para sonho é esperança. O sutil alimento da alma, que impulsiona a pessoa, com disposição, rumo ao futuro.

Impossível conceber a vida sem a participação dos sonhos. Imagino que seria como caminhar num eterno deserto, onde o gosto é sempre amargo e nunca existe música.

Estou sonhando neste momento em que faço este exercício de abstração, para tentar descrever o que sinto em relação aos meus sonhos. Posso, ou não, obter êxito nesta empreitada, mas de uma coisa sei, isto eu sonhei.

Palavra de um inveterado sonhador! 

 


Autor: Joaquim Saturnino Da Silva


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