FÁRMACOS QUE SÃO UTILIZADOS NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA



Tratamento Farmacológico para Insuficiência Cardíaca Congestiva

Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) é a incapacidade do coração de bombear o sangue em quantidade suficiente para o corpo, diminuindo o fluxo do sangue aos órgãos vitais, como cérebro, rins e o próprio coração, além de outros tecidos e órgãos. A diminuição desse fluxo nos rins causa retenção de sal e água e aumenta o volume total do sangue.

Os líquidos se acumulam nos tecidos, provocando inchaço (edema). Se a insuficiência cardíaca atingir o ventrículo esquerdo do coração, o líquido se acumula nos pulmões e produz edema pulmonar e dificuldade de respirar. Caso atinja o ventrículo direito, o líquido se acumula nos membros inferiores, tornozelos e fígado. Na ICC os dois ventrículos são atingidos.

Os fármacos utilizados:

Diuréticos - São medicamentos usados para aumentar a quantidade de sódio (Na+) e água excretada pelos rins. Isso reduz o volume sangüíneo e a quantidade de sangue a ser bombeada pelo coração, reduzindo, conseqüentemente, o esforço. O objetivo é manter o peso ideal, eliminando edemas. Diuréticos incluem:

-hidroclorotiazida

-clortalidona  

-furosemida

-bumetanida

-trianterene

-espironolactona

Um efeito colateral muito importante é a queda no nível de potássio (K+), que pode causar cãibras e anormalidade no ritmo cardíaco. Suplementos de potássio ou diuréticos poupadores de potássio podem ser usados sozinhos ou em conjunto com outros diuréticos. Eles também podem causar diurese freqüente, tontura, fraqueza, desidratação, irritações na pele(podem surgir, mas são raras) e perda de apetite e vômitos que podem estar relacionados aos baixos níveis de potássio.

Vasodilatadores - São grupos de medicamentos que aumentam ou dilatam os vasos sangüíneos. Durante a ICC, os vasos ficam geralmente constritos devido à ativação do sistema nervoso simpático e do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Quando os vasodilatadores são usados, eles reduzem a resistência e a pressão arterial contra a qual o coração deve bater, aumentando, assim, o bombeamento cardíaco. Inibidores da enzima conversora da angiotensina (inibidores da ECA) são vasodilatadoresbastante eficazes. Esse é um dos medicamentos que realmente se mostraram eficazes em aumentar a expectativa de vida de pacientes com ICC. Os inibidores da ECA reduzem a pressão arterial e a retenção de líquidos por prevenir a ação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Esses inibidores incluem:

-captopril

-enalapril

-lisinopril  

-fosinopril

-quinapril

Efeitos colaterais incluem reação alérgica (espirro, congestão respiratória, coceira ou erupções na pele), pressão baixa, batimentos cardíacos acelerados, tontura, arritmia cardíaca, tosse seca, desmaio, ganho de peso, retenção de líquido, sonolência, fraqueza ou fadiga, sensibilidade elevada à luz do sol (que provoque queimaduras ou erupções graves na pele), dor lombar ou articular, hemorragia como sangramento nasal e mudanças na aparência da pele (erupções, cor amarela ou azulada)

Bloqueadores dos receptores do angiotensinogênio - bloqueiam os efeitos da angiotensina ao invés de bloquear sua produção. Bloqueadores dos receptores do angiotensinogênio incluem:

-losartan

-irbesartan

-valsartan

Esses medicamentos não apresentam a tosse como efeito colateral, como os inibidores da ECA.

Hidralazina - é um vasodilatador que age nas artérias. É usada com menor freqüência, já que os inibidores de ECA são considerados mais efetivos. Os efeitos adversos decorrentes do uso do produto são normalmente reversíveis quando a dosagem é diminuída. As mais comuns são: cefaléia, taquicardia, palpitações, angina pectoris, anorexia, náuseas, vômitos e diarréia. Menos frequentemente podem ocorrer congestão nasal, febre, rubor cutâneo, vertigens, hepatite medicamentosa, lupus eritematoso sistêmico, turgência vascular difusa, cãibras, íleo paralítico, alterações hematológicas, edema local e polineuropatia periférica.

Medicamentos derivados da Digitalis lanata, como a digoxina, - aumentam a força da contração do músculo cardíaco e também controlam anormalidades nos ritmos cardíacos, especialmente a fibrilação atrial e a taquicardia atrial. Sendo assim, a digitalis têm mais utilidade quando uma pessoa com fibrilação ou taquicardia atrial tem ICC (um diagnóstico bastante comum). Ela melhora as funções cardíacas mas aumenta a mortalidade. Há vários efeitos colaterais, incluindo náusea, vômitos, muitos tipos de disritmias cardíacas, confusão e interações negativas com outros medicamentos. Só devem ser prescritos nos pacientes muito sintomáticos.  A prescrição destes glicosídios cardíacos pode desencadear quadros de intoxicação digitálica que ocorrem com freqüência variável de 1 a 35% dos pacientes que utilizam estas drogas. Esta situação clínica é delicada pois a dose terapêutica está próxima da dose tóxica que por sua vez está próxima da dose letal.

Bloqueadores beta - são considerados úteis para pacientes com ICC. Ao bloquear os receptores beta-adrenérgicos do sistema nervoso simpático, eles reduzem o ritmo cardíaco e a força das contrações. Evidentemente, isso deve ser feito com muito cuidado, pois essa redução pode piorar a ICC. Bloqueadores beta incluem:

-metoprolol

-atenolol

-carvedilol

Atualmente, junto com os inibidores da ECA, são fundamentais no tratamento da ICC moderada a grave.

Simpatomiméticos - são medicamentos que agem como o sistema nervoso simpático e são usados quando a ICC é grave, como no choque cardiogênico. Eles tratam a ICC aumentando a força das contrações cardíacas. Drogas simpatomiméticas incluem a dopamina e dobutamina. Como sua administração é intravenosa e são extremamente fortes, esses medicamentos são usados principalmente quando a ICC se tornou um risco de morte. Elas podem causar disritmias cardíacas e isquemia.


Autor: Anna Cristina Soares


Artigos Relacionados


Metilxantinas

Inibidores De Apetite: Um Perigo!

Hipertireoidismo

Estudo De Caso: Paciente Com Hipertenção Arterial

Siadh - Síndrome Inadequada Do Hormônio Antidiurético

Hipertensão Arterial E Essencial

Tratamento Atual Da Fibrilação Atrial