ALFEU
Soprai ventos! Rugi furacões! Soprai com furor e arranca de meu coração este sentimento! Rasga estas carnes de inútil vida, destroi meus ossos e lança minha alma no poço do esquecimento! Lydia! Linda Lydia, que me atrai, enfeitiça, ipnotisa, domina, cativa,escravisa, que nada fiseste para tal coisa, pois o teu amor já é de outro. Nada mais podes me dar alem de tua amizade. Pensando em acabar com esse amor por ti, furei meus olhos para não mais te ver. Cego fiquei, mas vives tão próxima que ainda eu ouvia tua voz. Amo tua voz quando me perguntavas se podia me ajudar por que sem ver, tropeço pelo caminho! Percebo um tom de carinho em tua voz e descubro que é apenas uma afeição de amiga. Então, destrui meus tímpanos, surdo fiquei. Tu pegavas na minha mão e me conduzia pelo jardim, sem saber desse amor que sinto por ti. Tinhas pena de um velho cego e surdo. Aquele contato com tua mão não era eterno e sendo assim, preferi extirpar de mim, o sentido do tato. Insensivel, surdo, cego, como árvore criando raizes no chão.Ah! Que desgraça! Eu ainda tinha o sentido do olfato. O teu cheiro, o odor de tua pele, dos cabelos, do corpo inteiro penetrava pelas minhas narinas, chegava ao meu íntimo e minha alma estremecia de prazer. Todavia, o prazer não era eterno, não era completo. Preferi nesse caso, deixar de respirar e para isso precisava morrer. Agora, diante dos portais da morte, tu me abraça e chora. Porque?Tuas lágrimas caem sobre meus lábios e sinto o sabor delas. Não me regojiso pela dor que sentes ao perder teu amigo, que nada sabias o que ele sentia por ti e se soubesse não mudarias teu sentimento, sei que não podias. Não fique triste. Com a essencia de teu corpo em minha boca meu corpo morre, mas minha alma revive, canta... FIMantonio stegues batista
Autor: Antonio Stegues Batista
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