USO DE MACONHA ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: ESTUDO COMPARATIVO NUMA VISÃO PSICOSSOCIAL



O uso de drogas entre os adolescentes e adultos jovens tem sido um assunto muito discutido atualmente em nosso meio, gerando questionamentos em torno do mesmo. Abordaremos neste trabalho de conclusão de curso este questionamento, sendo que estaremos considerando aqui o adolescente universitário iniciando sua graduação e também o adulto jovem que se encontra em outra fase da graduação, mais especificamente no terceiro ano, e dentre as diversas drogas utilizadas, nos deteremos especificamente ao uso da maconha. Para tal tarefa fizemos um estudo bibliográfico juntamente com uma pesquisa de campo, fundamentando essa relação entre maconha e universitários com idades de 18 a 35 anos, levantando assim os índices quantitativos, bem como a análise comparativa dos dados coletados.

Diante das poucas pesquisas que apresentam dados em relação ao uso da maconha por universitários, surgiu a necessidade de um levantamento quantitativo a este respeito, a fim de possibilitar futuramente intervenções de áreas afins, permitindo assim, um trabalho de intervenção e atendimento multiprofissional. Escolhemos uma Universidade como campo de pesquisa por se tratar de um local em que os adolescentes e jovens vão em busca de conhecimento e onde formarão um pensamento crítico em relação ao que se vê e ao que se vive na sociedade, pois a Universidade é uma extensão desta.

Desta forma, os objetivos a que este trabalho se propôs foram de realizar um estudo comparativo que levantasse índices sobre o uso da maconha entre estudantes universitários que estivessem cursando os primeiros e terceiros anos de uma Universidade na cidade de Cascavel-PR. Também de realizar investigações teóricas relacionadas ao fenômeno da adolescência dos alunos de primeiro ano e dos adultos jovens, que estão no terceiro ano; analisar dados levantados associando-os com dados de pesquisas anteriores sobre o uso de maconha entre universitários; estabelecer um índice comparativo dos resultados obtidos de acordo com o uso entre estudantes desta Universidade pesquisada; levantar uma caracterização sócio-cultural da amostra e usuário; e colaborar, através dos dados obtidos, para possíveis trabalhos de intervenção e atendimento multiprofissional aos usuários.

Para dar início a fundamentação teórica fez-se necessário um levantamento dos aspectos psicossociais do uso da maconha mostrando a representação desta na sociedade, no sentido de compreender que as relações são construídas socialmente e permeadas por questões políticas, econômicas e culturais.   Nos anos 50 surgiram contestações juvenis sobre o sistema e suas regras, devido a certo sentimento de insatisfação entre os jovens americanos, pois nem todos estavam dispostos a assumir os papéis pré-estabelecidos na sociedade ou padrões já determinados. Eles estavam em busca de uma verdadeira liberdade, de emoções diferentes e de sensações novas, as quais incluíam o uso de drogas. Esse período ficou marcado por um movimento denominado Geração Beat (PEREIRA, 1985). Nos anos 60 surge o movimento hippie e a contracultura, onde no cenário dos movimentos sociais a droga estava presente como um instrumento de revolução (BUENO & GÓES, 1984). Essa década "mágica" foi embalada pelo psicodelismo do rock, das drogas e, ao mesmo tempo, talvez em contradição, pelo culto aos velhos valores. Enormes massas humanas, mais especificamente jovens, informalmente se organizaram em parte do mundo ocidental, para lutar pela paz e o amor (VALLADARES, 2000). Procuravam se libertar do sistema de consumo capitalista e dos valores e normas impostos pela sociedade e, neste contexto, recorriam às drogas como uma forma simbólica de protesto perante à sociedade e como um meio de buscar novas ideologias e auto-conhecimento, pela expansão da consciência (PEREIRA, 1985). Enquanto na Europa e nos Estados Unidos a contracultura estava em plena ascensão, aqui no Brasil acontecia uma manifestação que ficou conhecida como Tropicalismo. Pode-se dizer que o Tropicalismo se caracterizou como um movimento cultural que aconteceu na época da ditadura militar, utilizando-se dos festivais de música para expressar as idéias de seus adeptos, que buscavam renovar a música popular brasileira e de expressar maneiras inovadoras de se comportar, ser e sentir. A contracultura foi fundamental para os tropicalistas em questões relacionadas à crítica comportamental, a instituições falidas, à militância ortodoxa, à cultura ocidental, às universidades; questões estas que foram expressas em manifestações artísticas, principalmente na música (BARROS, 2000).

Estes movimentos foram importantes marcos culturais, políticos e econômicos para o contexto da sociedade ocidental e exerceram influências nas décadas seguintes. Desta forma, no contexto atual pode-se pensar em duas formas de uso: o ritualizado e o marginal de massas contemporâneo, que diferem porque o primeiro reafirma valores culturais enquanto o segundo demanda uma linha de fuga e ruptura.  E este segundo se propagou na contemporaneidade devido principalmente à repressão, que desencadeou no uso desenfreado e rebelde, principalmente a partir das comunidades hippies, que foram coagidos, o que conseqüentemente favoreceu ao uso de drogas mais pesadas e duras (PERLONGHER in LANCETTI, 1991). No modelo de sociedade em que vivemos onde o jovem é enquadrado muitas vezes como passivo e alienado perante a participação nas decisões sociais, a droga pode ser usada como uma forma ineficiente de protesto, o que não significa uma desorganização pessoal, mas perpetua-se assim um círculo vicioso, em que os jovens sobre ação das drogas que lhes dá prazer e anestesiam a sensibilidade, passam a se voltar mais para si mesmo ou para nada, fazendo com que estes, mesmo estando insatisfeitos com as leis, passam a não reagir sobre o que lhes é imposto (CARLINI, 1995).

Ao se tratar da adolescência, se faz interessante a busca histórica deste processo ao longo dos tempos, pois conforme Deleuze apud Oliveira (2001) demonstra, haverá ritos de passagem diferentes conforme o momento histórico (OLIVEIRA, 2001).    Sendo assim, ao se buscar estes momentos, podemos visualizar, segundo Foucault apud Oliveira (2001), a passagem do predomínio de sociedades disciplinares para a sociedade de controle, onde serão duas formas opostas de vivência e aprendizado, a primeira voltada à disciplina, centralização de poder, e a segunda, o oposto, onde se vivencia uma ... desterritorialização, onde o sujeito se depara cada vez mais com a necessidade existencial de precisar dizer: o meu eu, para preencher o buraco dessa inexistência do eu diante da igualdade abstrata. ( DELEUZE  apud OLIVEIRA, 2001, p.36-37). Ao contrário do que a psicologia do desenvolvimento propagou ao longo dos tempos de que a adolescência é um período conturbado e estressante, a tendência atual é considerar a definição de adolescência a partir de certas condições culturais e subjetivas produzidas na passagem da sociedade tradicional à moderna, isto é, como um fenômeno ocidental moderno (OLIVEIRA, 2001).

Ao se pensar assim, a adolescência hoje não pode mais ser caracterizada apenas pelas mudanças biológicas, mas sim como um processo complexo de desenvolvimento psicossocial, não existindo fronteiras que delimitem seu início e fim, pois ela pode se anteceder a puberdade e se prolongar ao longo da adultez (HUTZ, 2002). Desta forma, o adolescente hoje é considerado um ser em construção que busca atender aos anseios sociais e econômicos vigentes na sociedade que o cerca, sociedade esta que ainda não possibilita sua definição enquanto sujeito, pois este está a todo momento sendo bombardeado por um modelo de identificação que a própria sociedade coloca como sendo ideal, onde o adolescente muitas vezes não consegue responder ao papel dele esperado, pois estes mesmos padrões exigidos mudam ao sabor dos movimentos do mercado, com imensa velocidade.

Neste momento, existem muitos fatores que podem facilitar o uso de drogas, como por exemplo a influência e a liderança exercida por alguns membros do grupo no qual o adolescente está inserido.

Nessa mesma visão psicossocial, pode-se compreender o adulto jovem também como um processo de construção decorrente das vivências da adolescência, no qual o mesmo busca se definir enquanto sujeito perante a sociedade, sociedade esta que produz relações sociais que tentam controlar o indivíduo como um todo. Estes controles, que são exercidos através da política, economia, sociedade, meios de comunicação, como coloca Oliveira (2001), reflete-se numa busca exacerbada de reconhecimento por parte da humanidade, a qual inicia-se nas suas mais primárias vivências, bem como a adolescência. E ao constatar isso, pode-se entender que a adultez será permeada por conseqüências e até mesmo pela continuação dessas vivências de controle social, que poderá ser em forma de convenções, como a escolha da profissão, casamento, paternidade, etc.

            E essa exacerbada busca de reconhecimento pode instigar o adolescente e o adulto jovem a buscar novos territórios que propiciem a perda desses controles, sendo a droga uma alternativa para estes fins. Isto porque, na sociedade contemporânea, ela pode ser usada muitas vezes para demandar uma linha de fuga e ruptura, como diz Lapassade apud Perlongher in Lancetti (1990) e o espaço onde esta linha pode se compor é a Universidade.

A Universidade é um ambiente livre de reflexão, educação e cultura nacional e terá como meta a construção de uma nova sociedade a fim de promover as necessárias mudanças sociais, já que se privilegia nesse espaço a criação e promoção da criatividade (CONCEJO apud VOLPI, 1996). Sendo o ingresso na Universidade uma experiência desconhecida para muitos jovens e adolescentes, estes podem adquirir novos conhecimentos e novas formas de agir e de se relacionar, somando conseqüentemente outros hábitos à sua forma de existir que permanece em constante transformação. A experimentação desse território pelos jovens e adolescentes será de acordo com o contexto em que vivem, com os grupos do qual fazem parte, com sua experiência de vida, e de outros fatores, sendo que na experimentação deste novo território poderá haver a possibilidade do uso de drogas, e dentre elas a maconha.

A maconha é uma mistura de folhas esmagadas e flores, oriunda da planta Cannabis Sativa. De acordo com o teor de tetraidrocanabinol, que é o princípio ativo responsável pelos seus efeitos, mais potente será a cannabis. Assim, sendo, o haxixe dispõe de uma grande porção deste princípio ativo, enquanto que a maconha será composta por uma dose mais baixa (COMER, 2003).  

Tendo em vista os efeitos da maconha pode-se dizer que esta altera o ambiente químico do cérebro, tornando o indivíduo mais suscetível a algumas atividades e menos a outras (BURGIERMAN, 2002).

O uso da maconha pode trazer algumas conseqüências ao usuário e estas serão de acordo com a situação, a dose e a freqüência. E algumas destas conseqüências podem ser a dependência física e psíquica, lesões cancerígenas, alterações no cérebro, suspeitas de disfunções sexuais, chances de infarto, pânico, loucura, comprometimentos com a gravidez, e outras.

 Ao se pensar nestas conseqüências pode-se entender que poderá existir ou não um comprometimento da vida do adolescente e do adulto jovem em sociedade, nos diversos âmbitos, que estiverem atuando, e um deles pode ser o do seu papel enquanto universitário, tendo assim influências positivas ou negativas no seu rendimento acadêmico, que poderá ser um reforçamento do seu potencial crítico ou por outro lado um desgaste fisiológico em termos de aprendizagem e concentração. Isto por se tratar de um ambiente que desencadeia, muitas vezes, a formação de um pensamento crítico em relação ao que se vive e ao que se vê em sociedade.

 

MATERIAL E MÉTODO

 

 

A população alvo fora estudantes universitários dos primeiros e terceiros anos de alguns cursos de graduação, sendo considerada a idade de 18 a 20 para os estudantes do primeiro ano, que somaram 93 participantes, e de 21 a 35 para o terceiro ano, que resultou em 125, totalizando a amostra em 218, sendo que a mesma foi realizada em uma Universidade da cidade de Cascavel  Pr.  Foi utilizado para esta pesquisa um questionário elaborado através de análises bibliográficas previamente levantadas, composto de 19 questões fechadas, objetivas e algumas dependentes e semi-abertas referentes ao assunto.

Após a aprovação do projeto pelo Conselho de Ética com Seres Humanos e mediante o termo de consentimento assinado pelo representante que responde pela direção da instituição.  Os cursos de graduação foram escolhidos aleatoriamente, dando privilégio a alunos de 18 a 20 anos cursando o primeiro ano e de 21 a 35 anos cursando o terceiro ano, assim como aqueles que se declararam através do questionário usuários de drogas. Na coleta de dados não foi exigida a identificação dos sujeitos, nem questões que viriam a ocasionar possível exposição dos mesmos e estes foram aplicados de forma coletiva em sala de aula, com uma prévia explanação sobre os objetivos da pesquisa e após a assinatura do termo de consentimento pelos sujeitos participantes da pesquisa. Após a aplicação dos questionários, houve uma análise quantitativa e comparativa entre as séries de primeiros e terceiros anos, das respostas obtidas, e a aplicação do teste de significância para testar a validade da hipótese, posteriormente uma distribuição dos dados em gráficos para uma melhor visualização e discussão dos mesmos, colaborando assim para possíveis trabalhos de intervenção junto aos usuários e publicação dos resultados obtidos para fim informativo à comunidade acadêmica.

 

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

 

Com a aplicação do questionário foi possível levantar algumas características sócio-culturais dos usuários e também da amostra total de universitários, sendo que aqui só serão discutidos os dados referentes à amostra dos usuários de drogas.

Levantou-se, então, que a maioria trabalha (62%), preferem usar a internet nas horas livres (44%), sair com os amigos nos finais de semana (88%), sendo que estes amigos nem sempre são os mesmos de sala de aula.

Quanto aos lugares que costumam freqüentar, a maioria prefere a casa dos amigos (78%) e o consumo álcool (94%) nestes locais, sendo considerado possível também o consumo drogas, e dentre estas, a maconha aparece com o maior índice (58%).


No que se refere à experimentação de drogas ilícitas tem-se que 22,94% responderam sim e 77,06% não (Gráfico 1).

 

 

 

 

 


Dentre os que responderam sim, 46% estão no 1º ano e 54% no 3º ano (Gráfico 2).


 

 

 

 

 


Dentre as drogas, a mais assinalada foi a Maconha com 80% (Gráfico 3), sendo que o 1º ano apresentou índice de 73,91% e o 3º ano 85,19% no que se refere a maconha.


 

 


Estes dados são condizentes com as pesquisas de Barros (1992) e Magalhães (1991), que demonstram a maconha como a droga ilícita mais usada por universitários e também por adolescentes, como mostra Carlini (1995).

Ao se perguntar: Por que razão você experimentou drogas ilícitas pela primeira vez, constatou-se que 74% experimentaram por curiosidade, 26% por influência dos amigos, 8% por outros motivos, por problemas familiares 6%, no entanto vale ressaltar que o item sobrecarga no trabalho e sobrecarga nos estudos não apresentaram percentual (Gráfico 4). Numa comparação das séries o item curiosidade fora mais cotado, onde o primeiro ano apresentou 69,57% e o terceiro 77,78%.


 

 

 

 


Esses dados se diferem com a idéia de Schall apud Acserald (2000) quando diz que o uso de drogas na adolescência pode ser favorecido pela influência dos colegas, devido ao fato de o adolescente ser inseguro, o que é típico da idade, e pela necessidade de ser reconhecido pelo grupo. O fato dos usuários terem experimentado drogas ilícitas por curiosidade, remete-nos a idéia de que isso ocorre porque o adolescente está em constante busca de reconhecimento e de um lugar no mundo, o que o leva muitas vezes pela curiosidade, a experimentar drogas como uma forma de experienciar coisas novas.

No que se refere ao uso antes do ingresso na Universidade, os primeiros e terceiros anos apresentaram maior índice na afirmativa de que já usavam (69,57% e 51,85% respectivamente), o que se subtende um uso que pode ter sido iniciado na adolescência por grande parte destes experimentadores e que a entrada na universidade pode não ser um fator explicativo para o uso de drogas. Pois como descreve Kaplan (1997), entre os comportamentos de risco da adolescência, um deles envolve o uso de drogas, das quais uma que está comumente presente entre eles é a cannabis, mais conhecida como maconha, erva ou marijuana.

Levantouse o dado também referente às alternativas que poderiam ajudar o usuário no caso deste achar que a droga possa ser prejudicial no seu rendimento acadêmico, a maioria tanto do primeiro ano como do terceiro ano assinalou que o mais indicado seria a psicoterapia individual (34,78% e 22,22% respectivamente), seguido de grupo de apoio e grupo religioso, sendo que os mesmos dizem que não se sentem discriminados, o que nos leva a indagar o porquê estes usuários, mesmo não se sentindo discriminados , optaram por não aceitar participar de um possível atendimento multiprofissional oferecido pela instituição na qual foi realizada a pesquisa. A resposta pode remeter-se à sociedade contemporânea, onde os usuários de drogas ainda podem ser vistos como marginais, perigosos, doentes, imorais, traficantes ou decadentes, diferentemente da visão que se tinha na época da contracultura, de acordo com Passetti (2000). O que nos leva a concluir que os mesmos embora não se dizendo discriminados, ainda não se sentem seguros em assumir a sua condição de usuário perante a sociedade, que ainda os vê e os trata como marginais, perante a lei e à saúde pública.

 

 

CONCLUSÃO

 

Pôde-se constatar que o índice de uso de drogas, em questão de porcentagem, foi maior no terceiro ano, ao contrário do que acreditou-se inicialmente. Porém, com a aplicação do Teste de Significância para proporções, com margem de erro de 10%, verificou-se que por ser uma amostra com quantidades diferentes de participantes entre o primeiro e terceiro ano, a diferença nos resultados se tornou pouco significante, não podendo descartar a hipótese da igualdade do uso de maconha entre essas duas séries.

Pôde-se levantar também através dos resultados uma caracterização sócio-cultural da amostra pesquisada, o que proporcionou um comparativo também nesse sentido entre os usuários e a amostra geral, através do qual percebeu-se que na amostra de usuários há um grande índice de pessoas que trabalham, que consomem mais álcool em relação à amostra geral e que os usuários de drogas ilícitas em sua maioria iniciou este uso por curiosidade. Constatou-se também que os mesmos não se sentem discriminados e que a maioria assinalou a opção psicoterapia individual como alternativa que poderia auxiliá-los no caso de ter seu rendimento acadêmico prejudicado pelo uso de drogas e a grande parte optou pela alternativa de não participar no caso de oferta de um possível atendimento multiprofissional na instituição da qual fazem parte.

Tendo finalizado esta pesquisa, percebe-se que os resultados foram satisfatórios, os objetivos foram atingidos e as contribuições foram incontáveis tanto em termos de teoria quanto em acréscimo à comunidade científica, bem como para nossa experiência pessoal. Experiência esta que serviu para desmistificar pré-concepções e pré-conceitos que existiam em relação ao assunto aqui abordado, bem como um treinamento da importância e do significado de fazer pesquisa, o que deve ser atribuído à orientadora desta que contribuiu imensamente com seus conhecimentos e experiências relacionados ao tema.

Embora tenha sido um trabalho que trace um índice comparativo entre usuários, esta pesquisa pode futuramente oferecer contribuições principalmente acerca da questão de que há usuários de drogas na Universidade conforme os resultados aqui obtidos, abrindo assim oportunidades para que, a partir destes dados seja possível a implantação de um serviço multiprofissional de atendimento aos usuários.

Este caráter multiprofissional não estaria restrito apenas à área da saúde, mas também na área de cultura e educação para capturar este desejo que pode estar numa linha de fuga suicida pelo abuso do uso de drogas ilícitas e lícitas. Este território produziria outros desejos, outras linhas de fuga contra o controle, autoritarismo, frustrações, sentimento de falta de reconhecimento, sendo este um espaço de problematizações, criação, potencializando vida e outras formas de estar no mundo. 

Apesar de grande parte preferir não participar deste possível serviço de atendimento conforme os dados levantados na presente pesquisa, isto não isenta a Universidade de oferecer tal serviço.  


Autor: Venildes Araldi Rodrigues


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