FOLCLORE ? COM O PENSAMENTO NA MAGIA DO CANTO DO POVO



 I  Por: RAQUEL CRUSOE LOURES DE MACEDO MEIRA

O Folclore é um ramo da Antropologia Cultural. É a ciência que estuda o modo de ser da gente do povo, sua maneira de pensar, de agir e de sentir. É o estudo da feição nacional nas suas bases profundas e mais características. O termo FOLCLORE foi criado a 22 de agosto de 1846 pelo arqueólogo   inglês William John Thomas. Além de muito sonoro, em sua síntese  engloba o objetivo principal do estudo: FOLK ( povo) e LORE ( saber) . Depois o K foi substituído pelo C, formando a palavra FOLCLORE.Para que uma atividade popular qualquer possa ser classificada como folclórica, é necessário: anonimato, aceitação coletiva, transmissão oral, tradicionalidade  e funcionalidade. Toda manifestação folclórica não tem autor conhecido. Pela aceitação coletiva, o povo despersonaliza o autor, considerando a manifestação folclórica como sua. A falta de meios de comunicação fez com que o povo conservasse através da transmissão oral, sua maneira de pensar, sentir e agir. Conservado durante muitos anos na boca do povo, é claro que o fato folclórico, obedece a uma tradição. Uma tradição dinâmica, que busca  na lição vinda do passado, o que é preciso saber no presente.

 Tudo  que o povo faz tem a sua funcionalidade. Não aceita nem tampouco inventa nada sem uma razão de ser. Por exemplo, o canto, uma das expressões folclóricas mais comuns a todos os povos, é de uma funcionalidade a toda prova. Canta-se para rezar, para acalmar e adormecer as  crianças, para ritmar e/ou tornar mais produtivo o trabalho,  para festejar as colheitas, para enterrar os mortos...

 Assim como quase todas as manifestações folclóricas, também a música  nos acompanha  em todo o  ciclo de vida , do nascimento a morte.

 

MÚSICA FOLCLÓRICA

 

A música folclórica vive em função de uma tradição, e é elaborada por quem ignora por completo os aspectos teóricos da arte musical. Por esta razão, expande-se com toda naturalidade e possui uma aceitação coletiva.

 Na música folclórica, deve-se considerar, além dos esquemas temáticos  estrutura rítmica, harmonia e desenvolvimento melódico  , a entonação da voz, a técnica da emissão, a posição do corpo do cantor e a referência ao número de pessoas que participam da execução. Privar a execução folclórica dos seus elementos constitutivos, equivale  a destruir o valor da peça.

1  MEIO PREFERENCIAL

Subsiste entre as coletividades rurais e urbanas, e se contrapõem à moda, à arte e às técnicas eruditas modernas.

2  ORIGEM

Pode ser criação de um membro da coletividade, como também de origem externa. Importante é que as coletividades expressem e identifiquem essa música como sendo sua.

3  CONCEPÇÃOa ) improvisada de forma espontânea  e aceita no momento da criação;b ) improvisada, ensaiada e aceita;c ) tradicional.4  DIVULGAÇÃO

Executada ou cantada, divulga-se por audição de um para outro membro da coletividade e, pode ou não,sofrer  alterações fundamentais.

5  GÊNERO

a ) Vocal  relacionado à poesia, versa sobre os mais variados assuntos.Geralmente a melodia vocal é livre, pairando sobre os instrumentos e obrigando-os a acompanhá-la ou caminhando com eles, sem qualquer relação muito acentuada. É silábica e nela é comum a voz em falsete e sons anasalados.

b ) Instrumental  acompanha a voz cantada, a dança, e é utilizado também para realizar pequenos prelúdios e interlúdios. Instrumentos: cordofones ( viola, rabeca e violão... ) , membranofones ( caixa,bumbo,tambor,pandeiros...) , idiofones ( reco-recos e chocalhos diversos ) , aerofones ( flautas,buzinas e apitos). 

6  FORMA

A vocal é mais comum e pode ser classificada em:

 a ) Canto solista monódico. Exemplos: pregões, cantigas de ninar, modinhas, romances.

 b ) Canto em fabordão, com a consonância de 3ª acima ou abaixo da voz principal. Exemplo: moda de viola.

  c ) Canto em fabordão e côro.Exemplos: congada e folia de reis.

 d ) Solo e côro. Exemplos: rodas infantis e recomendas de almas.

Apesar do toque dos instrumentos, não há propriamente formas instrumentais.

7  ESTRUTURA

Geralmente as melodias são pequenas  8 a 16 compassos. A linha melódica é descendente se faz a terminação na 3ª, na 5ª e na tônica, às vezes      em harmonia de três, quatro, cinco e mais sons em fermata. Normalmente  o compasso é binário e o modo Maior. O compasso ternário e o modo menor, são usados com mais freqüência nas Modinhas e Romances.

 A viola de cinco cordas duplas ou de dez cordas, é o instrumento mais usado e acompanha o canto fazendo o rasqueado ( harmonias predominantes de tônica e dominante) e o ponteado ( contraponteando ou executando em uníssono a melodia vocal).

Para mostrar as suas habilidades, é comum o tocador de viola fazer improvisações. Os  membranofones  e idiofones contribuem para a riqueza rítmica e, muitas vezes resultam em uma polirritmia exuberante.

 


Autor: Raquel Crusoé Loures De Macedo Meira


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